RESUMO
Objetivo:
Determinar a segurança e eficácia do cross-linking corneano (CXL) em pacientes de 9 a 14 anos de idade com ceratocone progressivo.
Métodos:
Dezesseis olhos de onze pacientes (8 homens e 3 mulheres) com ceratocone progressivo foram submetidos ao CXL, de acordo com o protocolo padrão de Dresden. A média do tempo de seguimento foi de 26 meses (variando de 12 a 60 meses). Os exames pré e pós-operatórios incluíram: acuidade visual sem correção (AVSC), melhor acuidade visual com correção (AVCC), topografia corneana, tonometria, refração, paquimetria corneana, e contagem de células endoteliais.
Resultados:
Na última visita de acompanhamento ambulatorial, a AVCC melhorou pelo menos uma linha na tabela de Snellen em 6 olhos (37,5%) e permaneceu estável em 9 olhos (56,25%). Dois olhos (12,5%) de pacientes que coçam os olhos com frequência, exigiram retratamento devido à progressão do ceratocone, 15 e 28 meses após o primeiro CXL. A refração e contagem de células endoteliais mantiveram-se estáveis. Os resultados topográficos mostraram melhora estatisticamente significativa nos valores do K máximo até dois anos após o CXL. No entanto, houve perda de significância ao longo do tempo. Nenhuma complicação peroperatória foi observada. Dois olhos (12,5%) apresentaram haze grau I, que regrediu após um mês de terapia com esteróide tópico.
Conclusão:
Neste estudo com pacientes selecionados, de 9 a 14 anos de idade, o CXL mostrou ser uma opção segura e eficaz para o tratamento do ceratocone progressivo. No entanto, o efeito pode não ser duradouro, podendo ser necessário um novo tratamento. Maior amostragem e maior seguimento são necessários para verificar esta tendência.
Descritores:
Ceratocone/terapia; Colágeno/efeitos de radiação; Riboflavina/uso terapêutico; Terapia ultravioleta; Reagentes para ligações cruzadas; Criança