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Influência dos parâmetros do túnel e do ângulo de inclinação do enxerto no desfecho clínico e radiológico no acompanhamento de longo prazo após a reconstrução artroscópica do ligamento cruzado anterior

Resumo

Objetivo

O objetivo deste estudo foi analisar a influência de vários parâmetros do túnel e do ângulo de inclinação do enxerto (GIA, do inglês graft inclination angle) nos desfechos clínicos e radiológicos da reconstrução do ligamento cruzado anterior (RLCA) no acompanhamento de longo prazo.

Métodos

Neste estudo retrospectivo, 80 pacientes com lesão isolada do ligamento cruzado anterior (LCA) submetidos à RLCA de feixe único com autoenxertos de tendão patelar ósseo (TPO) e isquiotibiais (IT) foram avaliados clínica e radiologicamente durante o acompanhamento em longo prazo. A população do estudo foi dividida em dois grupos com base nos parâmetros ideais ou não ideais do túnel, bem como no GIA ideal e não ideal. Os vários parâmetros do túnel e o GIA foram interpretados com os desfechos clínicos e radiológicos no acompanhamento em longo prazo.

Resultados

Oitenta pacientes, sendo 36 (45%) submetidos ao procedimento com autoenxertos de TPO e 44 (55%) com autoenxertos IT, puderam completar o estudo. Pacientes com ângulo do túnel tibial coronal (ATTC) e ângulo do túnel femoral coronal (ATFC) ideais apresentam resultados clínicos superiores (teste de pivot shift) do que aqueles com ATTC e ATFC não ideais, sendo a diferença estatisticamente significativa (valor de p < 0,038 e 0,024, respectivamente). Da mesma forma, pacientes com posição do túnel tibial coronal (PTTC) ideal apresentam resultado clínico superior (International Knee Documentation Committee [IKDC] objetivo) em relação àqueles com PTTC não ideal (valor de p < 0,017). Os demais parâmetros do túnel e o GIA não influenciaram o desfecho clínico. Nenhum dos parâmetros do túnel influenciou a alteração associada à osteoartrite (OA). Não houve progressão da alteração da OA na população do estudo no acompanhamento em longo prazo após a RLCA.

Conclusão

Os parâmetros ideais do túnel coronal produziram um melhor desfecho clínico no acompanhamento de longo prazo após a RLCA. Não houve progressão da alteração da OA no acompanhamento em longo prazo após a RLCA isolada.

Palavras-chave
articulação do joelho; osteoartrite; reconstrução do ligamento cruzado anterior

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