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Artropatia de charcot do mediopé no paciente diabético: complicação de uma doença epidêmica

OBJETIVOS: Traçar o perfil epidemiológico dos pacientes diabéticos portadores de artropatia de Charcot acometendo exclusivamente o mediopé ou estendendo-se do mediopé ao retropé. Avaliar, a médio prazo, o resultado do tratamento a que esses pacientes são submetidos seguindo um protocolo preestabelecido. MÉTODOS: Avaliamos, retrospectivamente, 88 pacientes (110 extremidades) portadores de artropatia de Charcot do mediopé, com seguimento mínimo de 12 meses. Incluímos os pacientes portadores de artropatia de Charcot acometendo as articulações tarsometatársicas, 45 pacientes (51%); as articulações talonavicular, calcaneocuboide e subtalar, 20 pacientes (23%); e aqueles com envolvimento do mediopé e retropé, 23 pacientes (26%), segundo Brodsky e Trepman. Definimos como sucesso a preservação de um pé funcional e insucesso como amputação do pé. RESULTADOS: O tratamento da artropatia de Charcot envolvendo primariamente o mediopé foram satisfatórios em 75 pacientes (85%) tratados seguindo nosso protocolo. Nos pacientes com lesões graves, acometendo tanto o mediopé quanto o retropé, foi necessário maior número de cirurgias complexas do tipo artrodese para se obter o mesmo índice global de resultados satisfatórios. A lesão osteoarticular originada no mediopé provavelmente estende-se progressivamente ao retropé devido à demora no diagnóstico no início do tratamento adequado. CONCLUSÃO: Foi possível preservar uma extremidade funcional em 85% dos pacientes. Lesões graves envolvendo o mediopé e estendendo-se ao retropé necessitaram maior número de cirurgias para o tratamento.

Artropatia Neurogênica; Diabetes; Pé; Amputação


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