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Carta ao Editor sobre: “Hipervigilância postural e percepção da postura correta sentada em indivíduos com e sem dor lombar”

Senhor Editor,

Li com muito prazer e gratidão o artigo publicado na revista que você preside junto ao DOI - https://doi.org/10.1055/S-0042-1756154 - “Hipervigilância Postural e Percepção da Postura Correta Sentada em Indivíduos com e sem Dor Lombar” publicado online: 2022-10-13 pelo Dr. Eduardo Lima de Oliveira. Em primeiro lugar, gostaria de felicitar os autores pelo seu trabalho rigoroso, pois a sua metodologia é sólida e os seus resultados são claros e concisos.

Nos últimos anos, a dor lombar ou dor nas costas tem sido a principal causa de incapacidade em todo o mundo, com maior prevalência nos idosos, na população economicamente ativa e em países de baixa e média renda.11 Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A, et al. Qué es el dolor lumbar y por qué debemos prestar atención. Lanceta. 2018;391 (10137):2356–2367 A realização de um estudo como este tem implicações importantes tanto na vida cotidiana, na prática clínica, nas práticas desportivas e também no local de trabalho, uma vez que até 73% daqueles que sofrem um primeiro episódio de dor sofrerão uma recorrência.22 Lazarte Argandoña GA, Eslava Parra DB. Prevalencia y factores asociados a la lumbalgia y discapacidad por dolor lumbar en vigilantes de Miraflores [tesis]. Perú: Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas; 2017 (citado 5 dejulio de 2020). Disponible en: https://repositorioacademico.upc.edu.pe/handle/10757/621858
https://repositorioacademico.upc.edu.pe/...
Na América Latina, a dor lombar (lombalgia) relacionada às atividades laborais ocorre em aproximadamente um terço dos trabalhadores.33 Donelson R, McIntosh G, Hall H. Is it time to rethink the typical course of low back pain? PM R 2012;4(06):394–401, quiz 400 Esses achados sugerem que a Hipervigilância Postural (HP) pode ser um fator comum na percepção da postura correta, independentemente de a pessoa vivenciar ou não DL. No Peru, estudos realizados constataram que a prevalência de dor lombar foi de 7,07%.44 Gamboa R, Medina M, Acevedo E, et al. Prevalencia de enferme-dades reumatológicas y discapacidad en una comunidad urbano-marginal: resultados del primer estudio COPCORD en el Perú. Rev Per Reumatol 2009;15(01):40–46

Por isso é fundamental investigar se a HP e a capacidade de perceber uma postura adequada têm alguma relação com o surgimento e/ou manutenção da dor lombar, bem como com a qualidade de vida das pessoas que sofrem com isso. Dessa forma, osprofissionais desaúde poderiam desenvolver estratégias de tratamento ou prevenção para ajudar os pacientes a criar hábitos apropriados e evitar posturas extremas ou forçadas. Além disso, ao determinar que a HP não está relacionado à dor lombar, as pessoas poderiam adotar outras medidas para melhorar sua postura, promovendo uma ergonomia adequada e a adoção de posturas corretas sem recorrer à HP.

Espero que pesquisas como esta continuem e possam até ser ampliadas no futuro para aprimorar nossa compreensão de como a HP relacionada à dor lombar pode afetar a qualidade de vida das pessoas, uma vez que esta é uma condição prevalente em toda a população e a principal causa de perda funcional e absenteísmo no trabalho.55 Popescu A, Lee H. Neck pain and lower back pain. Med Clin North Am 2020;104(02):279–292 Por tudo o que foi mencionado acima, também seria conveniente procurar associações entre outros tipos de dores nas costas, como dores cervicais ou dorsais, para ter um quadro mais amplo.

References

  • 1
    Hartvigsen J, Hancock MJ, Kongsted A, et al. Qué es el dolor lumbar y por qué debemos prestar atención. Lanceta. 2018;391 (10137):2356–2367
  • 2
    Lazarte Argandoña GA, Eslava Parra DB. Prevalencia y factores asociados a la lumbalgia y discapacidad por dolor lumbar en vigilantes de Miraflores [tesis]. Perú: Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas; 2017 (citado 5 dejulio de 2020). Disponible en: https://repositorioacademico.upc.edu.pe/handle/10757/621858
    » https://repositorioacademico.upc.edu.pe/handle/10757/621858
  • 3
    Donelson R, McIntosh G, Hall H. Is it time to rethink the typical course of low back pain? PM R 2012;4(06):394–401, quiz 400
  • 4
    Gamboa R, Medina M, Acevedo E, et al. Prevalencia de enferme-dades reumatológicas y discapacidad en una comunidad urbano-marginal: resultados del primer estudio COPCORD en el Perú. Rev Per Reumatol 2009;15(01):40–46
  • 5
    Popescu A, Lee H. Neck pain and lower back pain. Med Clin North Am 2020;104(02):279–292

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Maio 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Feb 2024

Histórico

  • Recebido
    01 Jun 2023
  • Aceito
    28 Jul 2023
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