Resumo
Objetivo
Investigar se os pacientes submetidos à artroplastia total anatômica do ombro (ATAO) entre janeiro e março de 2020 tiveram resultados pós-operatórios diferentes dos pacientes operados em 2019. Nossa hipótese é a de que os pacientes de 2020 teriam menos acesso à fisioterapia (FT) e apresentariam desfechos pós-opera-tórios diferentes.
Métodos
Foram analisados os prontuários de pacientes submetidos à ATAO de 1° de janeiro de 2019 a 17 de março de 2019 e de 1° de janeiro de 2020 a 17 de março de 2020. Os dados dos pacientes, incluindo informações demográficas, amplitude de movimento (ADM), força e FT foram coletados e comparados entre os dois grupos. Os pacientes de 2020 foram contatados por telefone durante outubro de 2022, e as métricas relatadas por eles pacientes foram coletadas.
Resultados
Este estudo identificou 24 pacientes em 2019 e 27 pacientes em 2020 que foram submetidos à ATAO durante o período especificado e tiveram acompanhamento mínimo de 1 ano. Os pacientes em 2019 apresentaram melhoras na ADM de elevação anterior (EA; 125,4° a 146,7°; p = 0,008), rotação externa (RE; 33,0° a 47,7°; p < 0,001) e rotação interna (RI; S1 a L4; p = 0,019). Os pacientes em 2020 também apresentaram melhoras significativas de EA (120,2° a 141,1°; p = 0,009), RE (32,9° a 42,0°; p = 0,037) e RI (S1 a L3; p = 0,002). Os pacientes de 2020 terminaram a FT mais cedo (2019: 125,8 dias; 2020: 91,1 dias; p = 0,046) e fizeram menos sessões (2019: 21,4 sessões; 2020: 13,1 sessões; p = 0,003). No acompanhamento final, os pacientes de 2020 relataram uma pontuação média de dor na Escala Visual Analógica (EVA) de 1,67 ± 1,1.
Conclusão
Apesar da menor realização de FT, os pacientes submetidos à ATAO em 2020 apresentaram melhoras significativas na ADM e na força e foram comparáveis aos pacientes de 2019.
Palavras-chave
artroplastia de substituição; Covid-19; ombro; período pós-operatório