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Estudo prospectivo do bloqueio interscalênico periplexo guiado por ultrassom com cateter de infusão contínua para reparo artroscópico do manguito rotador e controle pós-operatório da dor Trabalho desenvolvido no Hospital Orthomed Center, Uberlândia, MG, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

Esse estudo investigou a analgesia pós-operatória em pacientes submetidos à cirurgia de reparo artroscópico do manguito rotador sob anestesia geral, associada ao bloqueio interescalênico periplexo guiado por ultrassom (BIPB-US), e comparou injeção única com a infusão contínua de anestésicos locais com bomba contínua de elastômero. As complicações associadas a ambas as técnicas são descritas.

Métodos:

Neste estudo clínico prospectivo, controlado e quase randomizado, 68 adultos programados para reparo artroscópico eletivo do manguito rotador foram designados para o Grupo 1 (G1 = 41) e submetidos à US-IBPB com uma injeção de 20 mL de ropivacaína periplexo a 0,5%, introdução de cateter e 20 mL de ropivacaína a 0,5% por meio de infusão contínua de anestesia local por bomba elastomérica (ropivacaína 0,2%, infusão de 5 mL/h). No Grupo 2 (G2 = 27), os pacientes foram submetidos à BIPB-US com uma única injeção periplexo de 40 mL de ropivacaína 0,5%. Em ambos os grupos, foram prescritos analgésicos orais: paracetamol 500 mg associado a codeína 30 mg para pacientes com VAS entre 3 e 5 e a mesma combinação associada a oxicodona 20 mg para aqueles com VAS ≥ 6. A equipe de anestesiologia estava disponível através de telefones de contato e os pacientes receberam uma tabela para relatar a intensidade da dor de acordo com a VAS, uso de medicação oral e complicações relacionadas ao cateter e à bomba, até o terceiro dia pós-operatório.

Resultados:

A intensidade da dor foi maior no segundo dia após a cirurgia do que nos dias 1 e 3, em ambos os grupos, confirmada pelo teste Anova (p = 0,00006). Entre os grupos, os pacientes do G1 apresentaram menor intensidade de dor do que os do G2, (p = 0,000197). Os pacientes do G2 apresentaram maior intensidade de dor durante todos os períodos estudados (dias 1, 2 e 3) do que pacientes com G1. No pós-operatório, os pacientes com G2 apresentaram maior consumo de analgésicos de resgate, náuseas e vômitos (40,74%) vs. G1 (5%) e tonturas (25,92%). Nenhum paciente com cateter e bomba elastomérica (G1) apresentou complicações quanto à inserção e manutenção durante o pós-operatório.

Conclusão:

A qualidade da analgesia para reparo artroscópico do manguito rotador com BIPB-US periplexo e infusão contínua com bomba elastomérica apresentou qualidade de analgesia pós-operatória superior à da IBPB de punção única no segundo e terceiro dias pós-operatórios, com menor consumo de opioides de resgate nesse período.

Palavras-chave:
Manguito rotador; Artroscópico; Ombro; Dor pós-operatória; Plexo braquial

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