Objetivo:
Com o enfoque no processo de reparação da cartilagem, objetivou-se analisar o uso do meloxicam, via intra-articular, para minimizar efeitos adversos causados pela aplicação sistêmica. Avaliaram-se alterações morfológicas e remodelamento do tecido cartilaginoso em modelo experimental, em joelhos.
Métodos:
Usaram-se 35 coelhos, divididos em quatro grupos: grupo controle (não operado), cinco animais, e grupos tratados, 10 animais cada. A técnica usada para indução de osteartrite foi trocleoplastia por abrasão. Grupos tratados foram subdivididos de acordo com a via de administração da medicação anti-inflamatória: sistêmica (0,2mg/kg), intraarticular (0,5 mg/kg) e controle positivo (sem anti-inflamatório). Após sete ou 30 dias de pós-operatório, a cartilagem articular foi avaliada de forma macroscópica e histológica.
Resultados:
Após 30 dias ocorreu reparação da cartilagem articular em 100% dos animais que receberam a medicação sistêmica e de 90% dos animais que receberam via intra-articular, com a presença de poucas ou nenhuma célula inflamatória, enquanto que no grupo com sete dias de pós-operatório observou-se ausência de tecido cicatricial no sulco troclear e de células inflamatórias. No grupo controle operado, sem medicação, observaram-se inflamação moderada e proliferação de tecido conjuntivo fibroso, após sete dias. Em todos os grupos submetidos a 30 dias de pós-operatório observou-se discreta irregularidade na cartilagem articular, ou ausência dela, macro e microscopicamente.
Conclusão:
O meloxicam via intrarticular mostrou-se favorável para uso em coelhos e obteve os mesmos resultados da administração sistêmica quanto a remodelamento cartilaginoso e controle de reação inflamatória. No entanto, sujeito a menos efeitos colaterais já descritos na via sistêmica e maior praticidade em cirurgias.
Osteoartrite ; Anti-inflamatórios ; Injeções intra-articulares ; Joelho ; Coelhos