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Notificações de maus-tratos em um hospital infantil: Avaliação do perfil epidemiológico e sua relação com o desfecho em fraturas

Resumo

Objetivo

Descrever os casos suspeitos/confirmados de maus-tratos infantis relacionados a fraturas, atendidos em um hospital pediátrico no Sul do Brasil.

Método

Estudo das notificações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e dos prontuários das vítimas, entre janeiro/2016 e dezembro/2020. Avaliadas variáveis relacionadas à vítima, ao autor, à tipologia de maus-tratos, à presença de fraturas e sua localização anatômica e óbito. Regressão logística foi realizada para identificar as variáveis relacionadas à fratura, ajustada para sexo e idade, expressa em razão de chance e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Foi considerado significativo p < 0.05.

Resultados

Houve 276 casos, 73 lactentes (26,4%), predomínio do sexo masculino (151, 54,7%), com autoria dos maus-tratos por parentes (245, 96,0%), 85 (31,5%), apresentaram fraturas, sendo cinco óbitos (1,9%). Fatores relacionados à presença de fratura: idade da vítima (menor de dois anos; n = 82; RC 2,48; IC 95%: 1,45 - 4,25), ter mais de dois agressores envolvidos (n = 144; RC 2,09; IC 95%: 1,16 - 3,75), o meio ser trânsito/acidente automobilístico, (n = 52; RC 2,65; IC 95%: 1,04–6,75), consultar com ortopedista (n = 91; RC 6,77 / IC 95%: 3,66–12,51), e necessidade de intervenção cirúrgica (n = 15; RC 36,72; IC 95%: 8,22–164,03).

Conclusões

Ressaltada a importância da suspeição e identificação precoce da agressão, o preenchimento correto das notificações, para o acionamento do sistema de garantia de direitos e afastamento do agressor.

Palavras-chave
maus-tratos infantis; fraturas ósseas; violência; negligência

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