Open-access Tricoepitelioma solitário nasal

cirurgia plástica; neoplasias cutâneas; neoplasias nasais

RELATO DE CASO

Tricoepitelioma solitário nasal

Lucas Gomes PatrocinioI; Priscila Garcia DamascenoII; Tomas Gomes PatrocinioIII; José Antonio PatrocinioIV

IOtorrinolaringologista, Médico do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia

IIMédica, Residente do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia

IIIMédico, Residente do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia

IVProfessor Titular, Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Lucas Gomes Patrocinio Rua Arthur Bernardes 555 1o. andar Uberlândia MG 38.400-368 Tel/Fax: (0xx34) 3215-1143 E-mail: lucaspatrocinio@triang.com.br

Palavras-chave: cirurgia plástica, neoplasias cutâneas, neoplasias nasais.

INTRODUÇÃO

Tricoepiteliomas são neoplasias benignas cutâneas derivadas dos folículos pilosos, que acometem principalmente a face1. Apresenta-se em duas formas clínicas: uma múltipla que aparece normalmente em adultos jovens, hereditária ligada ao sexo que acomete principalmente face, couro cabeludo e parte superior do tórax; e a outra, solitária, geralmente comum na vida adulta, não é hereditária, que pode aparecer em qualquer parte do corpo, tendo preferência também pela face1. Normalmente não ultrapassa 2-3 cm de diâmetro2. É um tumor extremamente raro, sendo encontrados na literatura pesquisada apenas dois casos de tricoepitelioma acometendo pele da região nasal3,4.

Descrevemos um caso de tricoepitelioma solitário nasal tratado com exérese e rotação de retalhos e discutimos os aspectos diagnósticos e terapêuticos de este raro tipo de tumor cutâneo.

RELATO DE CASO

J.C.M., masculino, 56 anos, referia lesão em região do dorso do nariz com crescimento lento há 5 anos. Ao exame foi observado nódulo acastanhado, com vascularização aparente, de consistência fibroelástica, em dorso do nariz, medindo de 3,0x2,5cm (Figura 1A). O diagnóstico clínico era de carcinoma basocelular. Foi realizada ressecção cirúrgica (Figura 1B) com material enviado para estudo anatomopatológico, que evidenciou ilhas de células basalóides intercaladas com pequenas estruturas císticas cheias de queratina laminada e células epiteliais formando invaginações que se assemelham a papilas foliculares. Após confirmação do diagnóstico de tricoepitelioma e de margens livres do tumor foi realizada reconstrução nasal com retalho nasogeniano (Figuras 1C e 1D). O paciente permaneceu em acompanhamento ambulatorial por 48 meses sem sinais de recidiva.



DISCUSSÃO

O tricoepitelioma solitário é um tumor benigno tricogênico que acomete adultos, não está ligada a herança genética e apresenta incidência extremamente baixa2. Na literatura pesquisada, foram encontrados apenas dois casos de tricoepitelioma solitário nasal3,4.

Tanto a forma múltipla quanto a solitária são morfologicamente semelhantes, diferenciando-se basicamente pelo número de lesões2,3. Caracterizam-se por pápulas ou nódulos, firmes e translucentes5.

O diagnóstico diferencial da forma solitária se faz principalmente com carcinoma basocelular, mas também deve ser feito com tricofoliculoma, nevo melanocítico e hiperplasia sebácea, sendo que o diagnóstico definitivo é histopatológico1.

Histologicamente apresenta-se como um tumor bem diferenciado com estruturas formadoras de pêlos, presença de cistos ceratinosos cercados por células basofílicas em um padrão adenóide5.

Em geral, a excisão da lesão para envio do material para estudo anatomopatológico costuma ser curativa. Em 1999, Jemec et al.5 fizeram uma revisão dos, até então, primeiros 10 casos descritos na literatura e encontraram apenas um caso de recorrência após exérese.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tricoepitelioma solitário é um tumor benigno extremamente raro, porém deve ser sempre considerado quando for encontrado um nódulo ou pápula solitário, sólido na face. A confirmação através de biópsia excisional é essencial para o diagnóstico, bem como já é suficiente para o tratamento.

Este artigo foi submetido no SGP (Sistema de Gestão de Publicações) da RBORL em 17 de novembro de 2006. cod. 3522.

Artigo aceito em 8 de janeiro de 2007.

Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.

Referências bibliográficas

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  • 5 Jemec B, Lovgreen Nielsen P, Jemec GB, Balsev E. Giant solitary trichoepithelioma. Dermatol Online J 1999;5(1):1.
  • Endereço para correspondência:
    Lucas Gomes Patrocinio
    Rua Arthur Bernardes 555 1o. andar
    Uberlândia MG 38.400-368
    Tel/Fax: (0xx34) 3215-1143
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      16 Out 2008
    • Data do Fascículo
      Ago 2008

    Histórico

    • Aceito
      08 Jan 2007
    • Recebido
      17 Nov 2006
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