OBJETIVO: Avaliar a chance de deferimento em relação a fatores institucionais, clínicos, sociodemográficos e previdenciários em exames periciais iniciais de requerentes de auxílio-doença com registro de algum transtorno mental como diagnóstico principal em Juiz de Fora-MG. MÉTODO: Considerando as categorias de peritos médicos avaliadores, foram construídos dois modelos de regressão logística buscando caracterizar o peso relativo de diversas variáveis sobre a conclusão médico-pericial. RESULTADOS: Os fatores que se mostraram fortemente associados a maior chance de deferimento foram: segurado avaliado por perito médico sem especialidade em psiquiatria; com diagnóstico de psicoses; na faixa etária de até 29 anos de idade; com outras comorbidades clínicas que não as psiquiátricas, osteomusculares e cardiovasculares; vinculado ao INSS como empregado; e do sexo masculino. DISCUSSÃO: Nos dois modelos estudados, os peritos médicos especialistas em psiquiatria se associaram a menor chance de deferimento. Isto sugere que profissionais especializados na área relativa ao diagnóstico dos segurados sejam mais rigorosos em suas avaliações periciais que os peritos não-especialistas. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que a chance de deferimento esteve associada à especialidade do perito médico examinador, ao diagnóstico, idade, sexo e categoria de segurado.
Transtornos mentais; Pessoas com deficiência; Previdência social; Diagnóstico; Avaliação de resultado de intervenções terapêuticas