OBJETIVO: A relação criança-cuidador tem repercussões sobre o desenvolvimento infantil. Estimou-se a prevalência de transtornos mentais em um conjunto de cuidadoras, associando esta prevalência com fatores sócio-ambientais. MÉTODO: Estudo transversal realizado com 326 cuidadoras de uma coorte infantil em seguimento desenvolvimental desde1999. RESULTADOS: A prevalência global avaliada pelo CIDI versão 2.1, foi 47,5% (95% IC 0,42-0,53), predominando os transtornos de ansiedade (32,8%, 95% IC 0,27-0,38), seguidos por transtornos de humor (26,1%, 95% IC 0,21-0,31) e abuso de substâncias psicoativas (10,1%, 95% IC 0,07-0,13). Melhor escolaridade reduziu a chance de transtornos por abuso de substância. Entre jovens, foi menor a probabilidade de ocorrência de transtornos ansiosos e de humor. DISCUSSÃO: A prevalência global coincidiu com outros achados; porém, 32,8% de transtornos ansiosos superaram estimativas anteriores, embora condizentes com a elevada morbidade entre mulheres. CONCLUSÕES: Cuidadoras jovens com melhor escolaridade têm maior probabilidade de possuir melhor nível de saúde mental, com repercussões nas práticas de cuidado infantil.
Transtornos mentais; Epidemiologia; Prevalência; Cuidadores; Brasil