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Depressão resistente ao tratamento aumenta os custos e utilização de recursos

OBJETIVO: O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é uma condição debilitante com um forte impacto social. O impacto do TDM e Depressão Resistente ao Tratamento (DRT+) no sistema de saúde brasileiro é praticamente desconhecido. Nosso objetivo é comparar a utilização de recursos e custos dos cuidados para o tratamento de DRT+ em relação ao TDM não resistente (DRT-). MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 212 pacientes diagnosticados com TDM segundo a CID-10. Critérios específicos foram utilizados para identificar pacientes com DRT+. A utilização dos recursos foi estimada e consumo de medicamentos foram anualizados. Foram obtidas informações sobre consultas, procedimentos, internações, atendimentos no serviço de emergência e uso de medicação relacionada ou não ao TDM. RESULTADOS: A amostra foi composta de 90 pacientes DRT+ e 122 DRT-. Pacientes DRT+ utilizaram significativamente mais recursos do serviço de psiquiatria, mas não em clínicas não psiquiátricas, em relação a DRT-. Eles eram significativamente mais propensos a exigir internações. Pacientes DRT+ apresentaram um custo direto anual significativamente maior (81,5%) do que pacientes com depressão não resistente (R$ 5.520,85; US$ 3.075,34 contra R$ 3.042,14, US$ 1.694,60). Estes resultados demonstram o impacto do TDM, principalmente da DRT+ ao sistema de saúde público terciário. Nosso estudo deve aumentar a sensibilização para o impacto da DRT + e deve ser considerado pelos formuladores de políticas públicas na implementação de iniciativas de saúde mental.

Depressão; Resistência ao tratamento; Utilização de recursos; Custos de tratamento; Custos hospitalares


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