OBJETIVOS: Determinar a prevalência e características sociodemográficas associadas ao uso de benzodiazepínicos entre idosos residentes na comunidade. MÉTODO: Participaram deste estudo transversal 1.606 indivíduos, que correspondem a 92% do total de residentes na cidade de Bambuí-MG com idade > 60 anos. As informações sobre uso de medicamentos foram obtidas por meio de entrevista padronizada e verificação da embalagem. A classificação do princípio ativo foi baseada no Anatomical Therapeutic Chemical Index. RESULTADOS: A prevalência do uso de benzodiazepínicos foi de 21,7% (26,7% entre as mulheres e 14,0% entre os homens); 68,7% faziam uso do medicamento há pelo menos um ano, 31,3% há pelo menos cinco anos e 53,2% faziam uso de benzodiazepínicos de meia-vida longa. O medicamento de uso mais comum foi o bromazepam (35,6%), seguido pelo diazepam (22,5%), clonazepam (12,6%) e lorazepam (7,8%). Após ajuste para variáveis de confusão, sexo feminino foi o único fator independentemente associado ao uso de benzodiazepínico (RP = 1,93; IC95% = 1,51-2,46). CONCLUSÕES: A prevalência do consumo de benzodiazepínicos na população estudada foi alta, mas dentro da variação observada em países desenvolvidos. O uso crônico e o uso de benzodiazepínicos de meia-vida longa foi predominante.
Idoso; Farmacoepidemiologia; Uso de benzodiazepínicos; Estudos transversais; Ansiolíticos