Resumo
Em São Luís, Maranhão, região Nordeste do Brasil, a notificação de casos de Leishmaniose Visceral (LV) intensificou-se em 1982, com padrão epidêmico e endêmico. Nessa cidade, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) era uma entidade que realizava ações de controle e prevenção da doença, mas, nos últimos anos, a periodicidade de suas atividades reduziram-se significativamente, devido a diversos fatores técnico-políticos. Portanto, neste estudo avaliou-se o cenário epidemiológico da leishmaniose visceral humana (LVH) e a prevalência da doença em cães, após a descontinuidade das atividades do CCZ, no período de 2007-2016. A soroprevalência canina foi determinada de acordo com o perfil clínico e a sorologia. Os casos notificados de LVH foram realizados a partir de dados da Secretaria Municipal de Saúde de São Luís. Observou-se frequência de 45,8% (p = 0,0001) de cães soropositivos, dos quais 54% (p = 0,374) eram assintomáticos. Em relação aos casos humanos, ocorreram 415 notificações, com aumento na incidência das zoonoses observada no período. Assim, pode-se inferir que, com a interrupção das atividades de controle e vigilância, houve um grande número de animais circulantes positivos, atuando como fonte de infecção tanto para cães quanto para humanos.
Palavras-chave:
Endemia; Leishmania; Estado do Maranhão; políticas públicas; zoonose