Resumo
Epistilíase tem sido caracterizada como uma doença emergente de grande impacto nas pisciculturas, especialmente em sistemas de produção de Oreochromis niloticus. Embora seja importante epidemiologicamente, informações sobre a dispersão desses parasitas e seus vetores mecânicos são escassos. O presente estudo relata a coocorrência de Epistylis sp. como um epibionte de Dolops carvalhoi, um crustáceo parasita de espécimes cultivados e silvestres (de escapes acidentais) de O. niloticus em área de piscicultura de tanques-rede no reservatório de Ilha Solteira, Rio Grande, SP, Brasil. A coocorrência de Epistylis sp. e D. carvalhoi, e sua relação epibionte registrada neste estudo, supõem que Epistylis sp. possa utilizar os crustáceos para dispersão e como vetores mecânicos para a disseminação de doenças em hospedeiros silvestres e cultivados. Além disso, a troca de parasitas entre hospedeiros silvestres e cultivados é possível, considerando ambos os organismos (protozoários e argulídeos). Os resultados deste estudo, também demonstram a necessidade de monitorar as áreas adjacentes às pisciculturas como medida preventiva para a dispersão de patógenos. Este é o primeiro relato de epibiose entre Epistylis sp. e parasitas argulídeos de O. niloticus cultivados e silvestres, contribuindo para o conhecimento da especificidade parasitária do hospedeiro, distribuição geográfica, dispersão de agentes etiológicos e epidemiologia na aquicultura.
Palavras-chave: Ciliados peritríquios; piscicultura em tanques-rede; epistilíase; epibionte; vetor mecânico