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Efeito antitumoral da saliva do carrapato Amblyomma sculptum Berlese em células de neuroblastoma envolve desconstrução do citoesqueleto e parada do ciclo celular

Resumo

As propriedades antitumorais de extratos de glândulas salivares de carrapatos ou proteínas recombinantes foram relatadas recentemente, mas pouco se sabe sobre as propriedades antitumorais dos componentes secretados da saliva. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito in vitro da saliva bruta do carrapato duro Amblyomma sculptum sobre as linhagens celulares de neuroblastoma. Células SK-N-SK, SH-SY5Y, Be(2)-M17, IMR-32 e CHLA-20 foram suscetíveis à saliva, com redução de 80% na sua viabilidade em comparação com controles não tratados, como demonstrado pelo ensaio de Azul de Metileno. Investigações posteriores utilizando CHLA-20 revelaram apoptose, com aproximadamente 30% de células positivas para anexina-V, e G0/G1 (> 60%) após tratamento com saliva. O potencial de membrana mitocondrial (Δψm) foi reduzido significativamente (p <0,05), e o citoesqueleto de actina foi desestruturado, como indicado pela microscopia de fluorescência. A viabilidade do fibroblasto humano (células HFF-1), usado como controle não tumoral, diminuiu em aproximadamente 40%. No entanto, não foram observadas alterações na progressão do ciclo celular, morfologia e Δψm nestas células. O presente trabalho fornece novas perspectivas para a caracterização das moléculas presentes na saliva e suas propriedades antitumorais.

Palavras-chave:
Saliva do carrapato; toxina animal; morte celular tumoral; câncer pediátrico

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