Para verificar a existência de reação cruzada entre leishmaniose visceral, erliquiose e babesiose, nos testes sorológicos utilizados em programas de controle da leishmaniose visceral humana, amostras de soro canino provenientes de áreas endêmicas e não endêmicas para essa enfermidade, foram testadas pela Reação de Imunofluorescência (RIFI) e Ensaio imunoenzimático (ELISA). Todos os soros provenientes de área endêmica foram positivos para Leishmania sp pelo ELISA e RIFI, 51% para Babesia canis e 43% para Ehrlichia canis pela RIFI. Pela RIFI, nenhum dos soros provenientes de área não endêmica foi positivo para Leishmania sp, sendo 67% positivos para B. canis e 78% para E. canis pelo mesmo teste. Quando testados pelo ELISA para Leishmania sp., quatro soros da área não endêmica foram positivos. Os cães foram localizados e nenhum sinal clínico, parasito ou anticorpo foi detectado em novos exames realizados ao longo de seis meses. Os resultados desse trabalho sugerem portanto, a presença de uma co-infecção entre os três parasitos citados nas áreas endêmicas e não a reação cruzada entre eles, nos testes sorológicos de RIFI e ELISA descritos.
Leishmania sp.; RIFI; ELISA; Ehrlichia canis; Babesia canis