Resumo
O objetivo deste estudo foi determinar a ocorrência de patógenos transmitidos por carrapatos (Ehrlichia canis, Babesia vogeli, Hepatozoon spp. e Rickettsia spp.) em cães na Vila de Jericoacoara, região costeira do Ceará, Brasil. Amostras de sangue foram coletadas de 153 animais e analisadas por métodos moleculares e sorológicos. Sessenta animais foram encontrados infectados ou expostos a pelo menos a um dos patógenos estudados. Babesia vogeli foi o patógeno mais prevalente (15%), seguido por E. canis (13,7%) e Hepatozoon spp. (11,8%), que foi identificado como Hepatozoon canis por sequenciamento. Vinte cães (13%) foram sororreativos à Rickettsia spp. Rhipicephalus sanguineus sensu lato foi observado em 11,8% dos animais. Houve associações entre idade (<3 anos) e positividade para B. vogeli, e entre habitação (cães de rua) e positividade para H. canis. Também houve associações entre anemia e infecção por H. canis, e entre leucopenia e exposição a Rickettsia spp. Não foi detectada associação entre alterações clínicas e infecção ou exposição aos patógenos estudados. Os resultados confirmaram que patógenos de importância veterinária estão circulando no nordeste do Brasil e mostraram que cães estão expostos a espécies de Rickettsia com potencial zoonótico, indicando a necessidade de medidas de controle do vetor.
Palavras-chave:
Babesia vogeli; Hepatozoon canis; Ehrlichia canis; Rickettsia spp.; epidemiologia