Resumo
A crescente urbanização e a perda de hábitat para animais selvagens tem levado a uma maior interação entre ambientes selvagens e humanos, o que pode favorecer a disseminação de agentes infecciosos e parasitários. O presente estudo relata a ocorrência de parasitas gastrointestinais em mamíferos carnívoros em duas instituições de conservação no estado de Goiás, Brasil. Amostras fecais de 39 carnívoros adultos foram coletadas após a defecação espontânea e analisadas por flotação e sedimentação. Foram registrados os dados de estrutura e gestão de cada instituição. Prevalência de parasitismo, intervalo de confiança binomial (IC) a 95% e variáveis associadas a presença de animais de contato, tamanho do recinto e tipo de alimento foram registrados. A prevalência geral de parasitas gastrointestinais nas amostras analisadas foi de 71,8% (IC 55,1–83,0; 28/39). Foram detectados ovos de Ancylostomatidae, Toxocara spp., Toxascaris leonina, Strongyloides spp., Calodium hepaticum e de Trematoda e oocistos de Cystoisospora spp.. As condições ambientais não apresentaram correlação com a prevalência de parasitismo; entretanto, os parasitos encontrados podem ser manejados, considerando-se sua biologia, como controlar animais sinantrópicos e domésticos em cativeiro, e uso de alimentos livres de contaminantes.
Palavras-chave:
Ancylostomatidae; Carnivora; conservacionismo; teste coproparasitológico; zoonose