Resumo
Em áreas endêmicas para leishmaniose visceral canina, a ocorrência de coinfecção com outros patógenos, como Ehrlichia spp., tem sido associada à piora do quadro clínico dos animais. O presente estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de alterações histológicas no miocárdio de cães naturalmente infectados por Leishmania chagasi, associadas ou não à ocorrência de coinfecção por Ehrlichia spp.. Para isso, foram avaliados fragmentos parafinizados de 31 cães afetados por L. chagasi e Ehrlichia spp. Para a avaliação e a comparação dos danos cardíacos, os blocos foram divididos em dois grupos, sendo o G1 (infecção somente por L. chagasi) e o G2 (animais coinfectados com L. chagasi e Ehrlichia spp.). Foram avaliados a parede livre do átrio direito, parede livre do ventrículo direito, ventrículo esquerdo e septo interventricular de todos os grupos. Alterações cardíacas foram observadas em 41,93% (52/124) dos fragmentos avaliados, sendo o infiltrado inflamatório o tipo mais comum de lesão encontrada. O G2 apresentou uma incidência superior de miocardite, com 61,53% (32/52), enquanto no G1, em 27,7% (20/72), foi possível observar a ocorrência de miocardite (p <0,05). Esses achados confirmam que a coinfecção potencializa o dano cardíaco em cães.
Palavras chave:
Coinfecção; doenças de cão; cardiopatia; hemoparasitose;
Leishmania chagasi