Acessibilidade / Reportar erro

Caso de leishmaniose visceral canina de origem desconhecida em Curitiba (Estado do Paraná, Brasil) tratado com sucesso com miltefosina

Resumo

Não há registros de casos autóctones de leishmaniose visceral canina (LVC) no município de Curitiba, Paraná, Brasil. Em 2020, um "bulldog" francês macho (CW01), com aproximadamente 2 anos de idade, foi levado por seus donos a uma clínica veterinária particular. A suspeita de LVC foi confirmada por meio de teste sorológico (reagente ELISA/IFAT), imunoensaio cromatográfico rápido (DPP®) (ELISA - Biomanguinhos®), cultura parasitológica e reação quantitativa em cadeia da polimerase (qPCR). O animal frequentava, rotineiramente, parques de Curitiba e foi levado em diversas viagens para Bombinhas e Balneário Camboriú (Santa Catarina) e para Matinhos (Paraná), onde a LVC não havia sido relatada anteriormente. O tratamento foi iniciado por via oral com Milteforan™ (Virbac) o que resultou em redução significativa da carga parasitária. A suspeita de autóctone foi investigada por meio de pesquisa entomológica. Foram instaladas 10 armadilhas, uma na casa do animal, sete em quarteirões adjacentes e duas na borda da mata. Nenhum inseto foi capturado na casa do proprietário do animal e nas casas adjacentes. As armadilhas na borda da mata capturaram uma fêmea de Migonemyia migonei e cinco Brumptomyia spp. fêmeas. Este caso serve de alerta para a possível introdução da LVC na cidade de Curitiba.

Palavras-chave:
Possível transmissão autóctone; Migonemyia migonei; Brumptomyia spp.; Leishmania infantum; leishmaniose visceral canina

Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária FCAV/UNESP - Departamento de Patologia Veterinária, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, Zona Rural, , 14884-900 Jaboticabal - SP, Brasil, Fone: (16) 3209-7100 RAMAL 7934 - Jaboticabal - SP - Brazil
E-mail: cbpv_rbpv.fcav@unesp.br