Resumo
Protozoários do filo Apicomplexa são distribuídos mundialmente e com capacidade de infectar animais endotérmicos. O estudo destes protozoários, em aves silvestres do Brasil, é escasso. Objetivou-se avaliar a ocorrência de protozoários Apicomplexa em aves silvestres na região Nordeste do Brasil. De outubro a dezembro de 2019, foram coletadas amostras de encéfalo de 71 aves de cativeiro do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Pernambuco (CETRAS-Tangara). E 25 aves de vida livre do bioma Caatinga no Rio Grande do Norte, totalizando 96 animais (41 espécies). Os fragmentos de encéfalo foram submetidos ao diagnóstico molecular por nested PCR, para o gene 18s rDNA de protozoários Apicomplexa, seguido por sequenciamento do DNA. Este gene foi detectado em 25% (24/96) das amostras analisadas; foi possível realizar o sequenciamento de 14 amostras, confirmando-se três gêneros: Isospora, Sarcocystis e Toxoplasma em oito espécies de aves (Amazona aestiva, Coereba flaveola, Egretta thula, Paroaria dominicana, Sporophila nigricollis, Cariama cristata, Columbina talpacoti, Crypturellus parvirostris). A ocorrência destes coccídios nas aves silvestres fornece informações epidemiológicas importantes para a adoção de medidas preventivas tendo em vista sua conservação. Estudos futuros são necessários para melhor compreensão da consequência da infecção por Apicomplexa, em aves silvestres dos biomas Caatinga e Floresta Atlântica.
Palavras-chave:
Toxoplasma gondii; Sarcocystis spp.; Isospora spp.; avifauna