RESUMO
Inundações ribeirinhas ocasionadas por cheias históricas, como, por exemplo, no ano de 2010 na bacia hidrográfica do rio Mundaú (entre os estados de Alagoas e Pernambuco), promovem danos de grandes proporções. O objetivo deste trabalho foi propor um mapeamento de áreas inundáveis no município de Rio Largo (Alagoas), bacia hidrográfica do Mundaú, através de acoplamento “off-line” de modelos hidrológico/hidráulico (MGB-IPH/HEC-RAS), considerando eventos de cheias extremas com diferentes tempos de retorno de vazão. Foi utilizada uma parametrização voltada para eventos extremos de cheia no modelo hidrológico, utilizando como entrada dados de chuva para diferentes tempos de retorno. A calibração e validação do modelo hidrológico foi adequada em áreas de drenagem superiores a 1.500 km2, o que não foi verificado em áreas de drenagem próximas a nascentes, as quais possuem geologia e tipo e cobertura do solo que propiciam escoamentos superficiais. O modelo hidráulico indicou boa correspondência com os dados pontuais das marcas de cheia do ano de 2010 em áreas rurais e urbanas perto do curso d’água (R2 = 0,99; RMSE = 1,41 m e CV (RMSE) = 0,04). Entretanto, em áreas urbanas distantes do rio, houve uma superestimação, assinalando a necessidade do uso de Modelos Digitais de Superfície mais detalhados. Eventos de cheia com tempo de retorno acima de 50 anos possuem grande potencial de danos (inundação acima de 0,46 km2 na área urbana). Este estudo indicou o uso de modelos acoplados foi viável para representar o mapeamento de áreas inundáveis, quando não é possível realizar uma análise de frequência local de vazões para subsidiar o modelo hidráulico.
Palavras Chave: Inundações; Modelos; Acoplamento