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Estimativa preliminar de vazões de cheias no Brasil usando curvas envoltórias de Creager

RESUMO

Os estudos hidrológicos de cheia são essenciais para o dimensionamento e segurança das obras hidráulicas. No passado uma série de fórmulas empíricas foram desenvolvidas para descrever a relação entre a área de drenagem e as vazões máximas de cheia observadas. Embora as fórmulas empíricas não sejam empregadas com grande frequência em estudos de cheias, em virtude do emprego de métodos mais sofisticadas e detalhados, elas podem ser utilizadas para determinar valores de referência, principalmente em locais com poucos dados hidrológicos. O presente artigo analisou as maiores vazões de cheia observadas em diversas regiões do Brasil, estimou as vazões decamilenares segundo o procedimento do Guia para Cálculo de Cheia de Projeto de Vertedores da Eletrobrás e comparou-as com a curva envoltória de Creager. Foram utilizadas as séries de vazões naturais reconstituídas, compreendidas entre 1931 a 2012, para 131 aproveitamentos hidrelétricos previamente selecionados nas principais bacias hidrográficas do Brasil, disponibilizadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Os resultados apresentados neste artigo mostram que é possível utilizar as curvas envoltórias de Creager como referência preliminar na estimativa de vazões de cheias para projetos. No Brasil, de maneira geral, valores do coeficiente C de Creager entre 60 e 100 são recomendados na determinação preliminar de um intervalo de vazões máximas em locais com áreas de drenagem superiores a 10.000 km2. Os resultados podem ser usados na estimativa preliminar de uma vazão máxima e da vazão decamilenar para um local sem dados, usando valores de C obtidos em um local com dados na mesma região hidrográfica com características físicas similares.

Palavras-chave:
Vazão de cheia; Vazão decamilenar; Curva envoltória de Creager

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