A "verticalização" da assistência à saúde, de uma forma ou de outra, é o tema comum que permeia a história política internacional de saúde ao longo desses últimos sessenta nos, muitas vezes acompanhada com políticas radicais de privatização dos serviços de saúde, resultando, em todos os lugares, na obrigatoriedade de pagamento pelo povo, de todos os serviços. A falência da abordagem vertical, cujas iniciativas de parcerias globais público-privadas constituem sua versão moderna, tem sido reconhecida, tendo sido claras as suas razões: negligenciamento das ações sobre os determinantes distais das doenças (renda, educação, moradia, o ambiente e a infra-estrutura, etc.); a distribuição de serviços dirigidos para doenças específicas e intervenções (tal como AIDS, malária, tuberculose, etc.) é artificial e temporariamente reforçada gerando maneiras perigosas e absurdas de competição entre os serviços e tornando o trabalho já frágil dos sistemas de saúde ainda mais precário e ineficiente. Esse artigo descreve o papel exercido neste desenvolvimento histórico perturbador ocasionando pela ideologia econômica predominante e seu braço operacional, o Banco Mundial, com o objetivo de reclamar que o processo de decisão política internacional e seus atores realmente respondam pelas necessidades de saúde do povo.