INTRODUÇÃO: Não há consenso sobre o critério diagnóstico para sobrepeso e obesidade infantil. Os mais utilizados são os recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e pelo International Obesity Task Force (IOTF), diferenciando-se no índice (IMC ou escore-Z), população (americana ou agregando outras) e/ou concepção. OBJETIVOS: comparar os 3 critérios de classificação do estado nutricional em uma amostra representativa de pré-escolares matriculados em creches públicas de São Paulo. MÉTODOS: 21 creches públicas do município de São Paulo e 676 crianças de 2 a 7 anos foram sorteadas aleatoriamente por um processo de amostragem por conglomerados em duas etapas. Cada criança foi classificada segundo os 3 critérios e a concordância entre os indicadores foi avaliada pela estatística de Kappa. A prevalência de sobrepeso, classificada pelos critérios da OMS, CDC e IOTF, foi de 18,6%, 13,2% e 12,2%, respectivamente. RESULTADOS: Verificou-se oscilação na diferença dos valores de prevalência de sobrepeso entre 2,7 a 12,4 e obesidade entre 3,7 a 5,4 pontos percentuais. Destacou-se o índice proposto pelo CDC quando comparado ao IOTF, principalmente entre obesos do sexo masculino, sendo o CDC até 2,6 maior. A concordância foi baixa (k < 0,40) somente entre sobrepesos do sexo masculino classificados segundo o CDC e IOTF. CONCLUSÃO: a comparação entre os estudos que utilizam diferentes critérios de classificação do estado nutricional deve ser realizada cautelosamente.
Obesidade; Pré-escolar; Indicadores do estado nutricional; Creche