Resumo
Objetivos:
estudo transversal analítico, de natureza quantitativa buscou identificar características demográficas, de acesso aos serviços de saúde e de condições de moradia relacionadas à prática alimentar de crianças brasileiras de 12 a 23 meses de vida.
Métodos:
a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, as práticas alimentares de 2541 crianças brasileiras de 12 a 23 meses, foram analisadas quanto à recomendação de consumo dos grupos alimentares. A análise das características associadas às práticas alimentares foi realizada pela árvore de decisão usando o algoritmo CHAID (Chi-squared Automatic Interaction Detector) e análise de regressão de Poisson ajustada hierarquicamente. As variáveis foram inseridas em modelo hierárquico em níveis distal (demográficas), intermediário (acesso à saúde) e proximal (condições de moradia).
Resultados:
verificou-se uma alta prevalência no consumo de açúcar (85,5%; IC95%=83,7-87,2) e que crianças que não eram da cor branca (p=0,001), e residiam nas regiões Norte (p<0,001) e Nordeste (p=0,010) do país e em cidades do interior (p<0,001) apresentaram práticas alimentares que não atingem a recomendação de consumo dos distintos grupos alimentares.
Conclusão:
crianças que não eram da cor branca, residentes no Norte/Nordeste e no interior, áreas de maior vulnerabilidade do país, foram mais propensas à práticas alimentares inadequadas. Medidas para melhorar tais práticas devem abordar as desigualdades socioeconómicas e intervenções de promoção à saúde.
Palavras-chave:
Alimentação complementar; Desigualdades em saúde; Saúde infantil; Brasil