OBJETIVOS: avaliar o impacto do uso da água de cisternas na ocorrência de episódios diarréicos comparando o número e a duração de episódios entre moradores de domicílios com e sem cisternas, numa mesma área geográfica. MÉTODOS: estudo longitudinal prospectivo aninhado a um estudo de corte transversal com dois grupos de comparação (domicílios com e sem cisternas) realizado, em 21 municípios do Agreste Central de Pernambuco, em 2007. O período de coleta foi de 60 dias, e incluiu 1765 indivíduos. Para análise descritiva utilizou-se modelos mistos hierárquicos, Mann-Whitney e Kaplan-Meyer com nível de significância de 5%. RESULTADOS: entre os 949 indivíduos com cisternas, obteve-se uma redução no risco de ocorrência de episódios diarréicos de 73% quando comparados aos 816 indivíduos sem cisternas (RR=0,27; p<0.001). O número médio de episódios registrados nos residentes de domicílios sem cisternas foi de 0,48 (DP=1,17), contra 0,08 (DP=0,32) nos domicílios com cisternas(z=-10,26; p<0,001). A duração média dos episódios foi 1,5 vezes maior nos domicílios sem cisternas (χ²=8,99; p=0,003). CONCLUSÕES: os achados deste estudo destacam a importância do acesso à água potável na redução de doenças. A ocorrência de diarréia, bem como, seus indicadores de gravidade - número de episódios e duração da diarréia foram consistentemente maiores nos residentes de domicílios sem cisternas.
Água potável; Cisterna; Semi-árido; Diarréia; Pernambuco