Shlafer et al.1414 Shlafer R, Saunders JB, Boraas CM, Kozhimannil KB, Mazumder N, Freese R. Maternal and neonatal outcomes among incarcerated women who gave birth in custody. Birth. 2021 Mar; 48 (1): 122-31. (2020) EUA |
Coorte retrospectivo |
117♀ |
Descrever 5 indicadores de saúde materna e neonatal (tipo de parto, BPN, prematuro, admissão UTIN e Apgar) entre ♀ que deram à luz sob custódia. Comparar os resultados entre ♀ encarceradas que receberam ou não apoio à gravidez. |
Resultados adversos maternos e neonatais nesta amostra foram raros. Ausência de diferenças nos resultados entre as mulheres encarceradas que receberam apoio aprimorado à gravidez e o grupo de controle histórico. |
Seleção, aferição e desfecho adequados |
Ramirez et al.1515 Ramirez AC, Liauw J, Costescu D, Holder L, Lu H, Kouyoumdjian FG. Infant and Maternal Outcomes for Women Who Experience Imprisonment in Ontario, Canada: A Retrospective Cohort Study. J Obstet Gynaecol Can. 2020 Apr; 42 (4): 462-72. (2020) Ontário (Canadá) |
Coorte retrospectivo |
2700 grávidas. Gravidez prisional (n=544) + controle prisional (n=2.156) |
Descrever o risco de desfecho negativo infantil e materno em nível populacional para ♀ que vivenciam prisão e compará-los aos desfechos da população em geral. |
Em prisioneiras e controles, a chance de prematuridade foi de 15,5% e 12,5%, de BPN= 13% e 11,6% e de PIG=18,1 % e 19,2%, respectivamente. Ajustado para idade materna e paridade em comparação com partos da população geral (N=1.284.949), a chance de prematuridade dobrou em gestantes presas e controles (OR=2,7; IC95%= 2,2-3,4) e (OR=2,1; IC95%= 1,9-2,4). Para BPN triplicou (OR=3,1; IC95%= 2,4-3,9) nas presas e duplicou nos controles (OR=2,7). A chance para PIG aumentou 60% e 80% (OR=1,6 e 1,8). |
Seleção, aferição e desfecho adequados |
Nunes et al.1616 Nunes LRC, Deslandes SF, Jannotti CB. Narrativas sobre as práticas de maternagem na prisão: a encruzilhada da ordem discursiva prisional e da ordem discursiva do cuidado. Cad Saúde Pública. 2020; 36 (12): e00215719. (2020) Brasil |
Estudo qualitativo |
5♀ e 1♂ |
Analisar o exercício das práticas de cuidado materno na prisão. |
As normas prisionais e de cuidado se tensionam e convergem em busca de beneficiar o bebê, sem deixar de punir a mulher. A experiência de maternagem na prisão atua como forma de reafirmar a moralidade de gênero, definida no papel de boa mãe. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Silva et al.1717 Silva JB, Moraes MN, Brandão BMLS, Freitas WMF, Souto RQ, Dias MD. Mulheres em privação de liberdade: narrativas de des(assistência) obstétrica. REME - Rev Min Enferm. 2020; 24: e-1346. (2020) Brasil |
Estudo qualitativo |
6♀ |
Expor narrativas de ♀ privadas de liberdade acerca da assistência obstétrica ofertada durante a vivência do ciclo gravídico-puerperal. |
Observou-se nas entrevistas a fragilidade de atenção à saúde em todas as fases do ciclo gravídico-puerperal, envolvendo des(assistência) no PN, vivência não percebida de violência obstétrica, sentimentos de abandono no parto e ambiente inadequado para os recém-nascidos dentro da instituição correcional. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Abbott et al.1818 Abbott L, Scott T, Thomas H, Weston K. Pregnancy and childbirth in English prisons: institutional ignominy and the pains of imprisonment. Sociol Health Illn. 2020 Mar; 42 (3): 660-75. (2020) Reino Unido |
Estudo qualitativo |
22 prisioneiras, 6♀ ex detentas e 10 funcionários. |
Propor um novo conceito de ignomínia institucional para captar a profundidade e a complexidade da experiência de presidiárias grávidas. |
Para muitas participantes a gravidez parecia secundária em relação à identidade de prisioneira. Várias ♀ experimentaram sensação crescente de medo à medida que sua gravidez progredia. Algumas ♀ expressaram raiva por não terem status especial de prisioneira grávida, outras perceberam que sua gestação poderia fornecer proteção contra a vida na prisão. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Chaves et al.1919 Chaves LH, Araújo ICA. Gestação e maternidade em cárcere: cuidados de saúde a partir do olhar das mulheres presas em uma unidade materno-infantil. Physis (Rio J.). 2020; 30 (1): e300112. (2020) Brasil |
Estudo qualitativo |
Entrevista semiestruturada (n=7) e questionário estruturado (n=25) N=32♀ |
Relatar impressões das mulheres presas no Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade (CRGPL) em relação aos cuidados de saúde ofertados pela instituição. |
Apresenta avaliação algo positiva dos cuidados de saúde na perspectiva das gestantes e recém-mães do Centro, e isso é muito marcado, segundo os relatos, pelas experiências prisionais anteriores das entrevistadas. Por outro lado, alguns problemas enfrentados no CRGPL foram relatados pelas internas e descritos como fonte de diversos sofrimentos. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Sufrin et al.2020 Sufrin C, Jones RK, Mosher WD, Beal L. Pregnancy Prevalence and Outcomes in U.S. Jails. Obstet Gynecol. 2020 May; 135 (5): 1177-83. (2020) EUA |
Estudo transversal |
6 prisões |
Descrever o número de admissões de grávidas nas prisões dos Estados Unidos e os resultados de gravidezes que terminam sob custódia. |
Ocorreram 1.622 internações de gestantes em 12 meses nas cadeias selecionadas. Das 224 gestações que terminaram na prisão, 144 (64%) foram nascidos vivos, 41 (18%) foram abortos espontâneos, 33 (15%) foram abortos induzidos e 4 foram ectópicos (1,8%). Um terço dos partos foram cesáreos e 8% prematuros. Houve 2 natimortos, 1 morte de RN e nenhuma morte materna. |
Seleção e aferição adequados. Risco de viés desfecho (sem avaliação de fatores confundidores) |
Sufrin et al.2121 Sufrin C, Beal L, Clarke J, Jones R, Mosher WD. Pregnancy Outcomes in US Prisons, 2016-2017. Am J Public Health. 2019 May; 109 (5): 799-805. (2019) EUA |
Estudo transversal |
22 sistemas penitenciários estaduais e federais |
Coletar dados nacionais sobre frequência de gravidez e resultados entre mulheres em prisões estaduais e federais dos EUA. |
1.396 grávidas foram admitidas em prisões; 3,8% das ♀ recém-admitidas e 0,6% de todas as ♀ carcerárias estavam grávidas em dez/2016. Houve 753 NV (92%), 46 abortos espontâneos (6%), 11 abortos (1%), 4 natimortos (0,5%), 3 mortes de RN e nenhuma morte materna. A prematuridade foi 6% e 30% nasceram por cesárea. Distribuições de resultados variaram por estado. |
Seleção e aferição adequados. Risco de viés desfecho (sem avaliação de fatores confundidores) |
Matos et al.2222 Matos KKC, Silva SPC, Lima JKS. Representações de mulheres encarceradas sobre gestar na prisão. Rev. enferm. UFPE. 2018; 12(11): 3069-77. (2018) Brasil |
Estudo qualitativo |
19♀ |
Compreender as representações sociais de gestantes e puérperas encarceradas sobre o gestar enquanto vivendo em colônias penais. |
As representações da gestação durante o encarceramento foram marcadas pela ausência de serviços e infraestrutura, com pré-natal falho e dificuldades para a realização de exames, além do dilema entre querer estar com o filho, mas ter que criá-lo em tal ambiente. Caracteriza-se gestar na prisão pela não aceitação, gerando atitudes de negação, embora o afeto pelo filho acompanhe as presidiárias e acalente essa realidade. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Fochi et al.2323 Fochi MCS, Higa R, Camisão AR, Turato ER, Lopes MHBM. Vivências de gestantes sem situação de prisão. Rev Eletr Enf. 2017; 19: a57. (2017) Brasil |
Estudo qualitativo |
14♀ |
Conhecer as vivências de gestantes em situação prisional. |
Identificaram-se, após a aplicação da pesquisa, as seguintes categorias: Busca da Autoproteção, Sentimento de Culpa e Construção da Nova Identidade. A vivência em cárcere significou solidão, medo, impotência e resignação. Há restrição nas relações familiares, na convivência social, no suprimento alimentar, da privacidade e do direito ao sono/repouso, além de impedimento do exercício da maternidade. Demonstraram sentimento de culpa e dor pela privação de vivenciar a maternidade e a amamentação, além de medo de perder a guarda de seu filho. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Diuana et al.2424 Diuana V, Corrêa MCDV, Ventura M. Mulheres nas prisões brasileiras: tensões entre a ordem disciplinar punitiva e as prescrições da maternidade. Physis (Rio J.). 2017; 27 (3): 727-47. (2017) Brasil |
Estudo qualitativo |
22♀ (gestantes ou mães com filhos) + 19 profissionais da área carcerária |
Analisar as interseções das normas de gênero e das relações disciplinares no contexto da maternidade na prisão, identificando controvérsias no plano dos valores e das relações de poder que as sustentam. |
Fechamento institucional, regulamentações penais, vigilância constante, restrição do poder decisório das mães e a separação compulsória dos filhos geram tensões e promovem formas peculiares de viver a maternidade, com vulnerabilização dessas ♀, expondo-as e a seus filhos a sofrimentos psíquicos e morais. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Santana et al.2525 Santana AT, Oliveira GRSA, Bispo, TCF. Mães do cárcere: vivências de gestantes frente à assistência no pré-natal. Rev Baiana Saúde Pública. 2017; 40 (1): 38-54. (2017) Brasil |
Estudo qualitativo |
10♀ |
Compreender as vivências das mulheres frente à gestação, maternidade e assistência pré-natal em cárcere. |
Observou-se a percepção das gestantes privadas de liberdade diante das ações prestadas pelos profissionais médicos durante a condução do PN. Foram identificadas as seguintes subcategorias: insatisfação, medo e insegurança frente à assistência PN prestada; consultas PN técnicas e pouco humanizadas; falta de assistência de enfermagem durante o pré-natal. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Ferreira et al.2626 Ferreira LS, Moreira WC, Nascimento MVF, Sousa GN, Sertão MAL, Lago EC, et al. Percepção de presidiárias sobre a assistência à saúde materna em uma penitenciária feminina. Rev Cuba Enferm. 2017; 33 (4): 776-92. (2017) Brasil |
Estudo qualitativo |
14♀ |
Analisar e descrever a percepção de presidiárias sobre a assistência à saúde materna em uma penitenciária feminina. |
Emergiram duas categorias temáticas: o enfermeiro presente na assistência pré-natal e puerperal das presidiárias; e a falta de assistência humanizada, diante de presidiárias no ciclo gravídico puerperal. |
Risco de viés de seleção, aferição e desfecho |
Leal et al.2727 Leal MC, Ayres BVS, Esteves-Pereira AP, Sánchez AR, Larouzé B. Nascer na prisão: gestação e parto atrás das grades no Brasil. Ciênc Saúde Colet. 2016; 21 (7): 2061-70. (2016) Brasil |
Série de casos |
241♀ |
Identificar o perfil da população |
45% eram <25 anos, 57% pardas, 53% < 8 anos estudo e 83% multíparas. No encarceramento, 89% já estavam grávidas e 2/3 não desejavam a gravidez. Acesso ao PN inadequado para 36%. Durante a internação, 15% referiram ter sofrido algum tipo de violência (verbal, psicológica ou física). Apenas 15% avaliaram o atendimento recebido como excelente. Apresentaram baixo suporte social/familiar e mais 1/3 relatou uso de algemas durante a internação. |
Seleção e aferição adequados. Risco de viés desfecho (sem avaliação de fatores confundidores) |