Duração da amamentação e comportamentos alimentares na primeira infância: uma revisão sistemática

Ergang, Barbara Cristina; Caprara, Gabriele Luiza; Machado, Mirian Benites; Moreira, Paula Ruffoni; Hagen, Martine Elizabeth Kienzle; Bernardi, Juliana Rombaldi

doi:10.1590/1806-9304202300000074-en

Barbara Cristina Ergang

redação

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aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2400. Santa Cecilia. Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90.035-002. E-mail:

https://orcid.org/0000-0003-2618-8606

Gabriele Luiza Caprara

redação

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aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brazil

https://orcid.org/0000-0002-4365-1300

Mirian Benites Machado

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aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS, Brazil

https://orcid.org/0000-0001-8624-8151

Paula Ruffoni Moreira

redação

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aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2400. Santa Cecilia. Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90.035-002. E-mail:

https://orcid.org/0000-0001-9972-3652

Martine Elizabeth Kienzle Hagen

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aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2400. Santa Cecilia. Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90.035-002. E-mail:

https://orcid.org/0000-0002-3838-3866

Juliana Rombaldi Bernardi

revisão do manuscrito

orientação de pesquisa

aprovaram a versão final do artigo e declaram não haver conflitos de interesses

Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Rua Ramiro Barcelos, 2400. Santa Cecilia. Porto Alegre, RS, Brazil. CEP: 90.035-002. E-mail:

https://orcid.org/0000-0002-6803-4472

Editor Associado: Ana Ortigoza

População	Crianças saudáveis
Exposição	Mais exposição ao aleitamento materno exclusivo e total
Comparação	Menos exposição ao aleitamento materno exclusivo e total
Resultado	Comportamento alimentar de dois a seis anos

Nº	Estudos de coorte	1	2	3	4	5	6	7	8	9	10	11	Avaliação geral
01	Möller et al.²⁵	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	NA	Y	Incluir
02	Barse et al.²⁶	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	U	Y	NA	Y	Incluir
03	Specht et al.²⁷	Y	Y	Y	Y	Y	Y	U	Y	Y	NA	Y	Incluir
04	Pang et al.²⁸	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	Y	NA	Y	Incluir
Nº	Estudos transversais	1	2	3	4	5	6	7	8	Avaliação geral
05	Shim et al.²⁹	Y	U	N	U	Y	Y	Y	Y	Incluir
06	Borkhoff et al.⁴	Y	Y	U	N	Y	N	Y	Y	Incluir
07	Maranhão et al.³⁰	Y	Y	N	Y	Y	Y	Y	Y	Incluir

Autor / ano	País	Amostra e design	Objetivo principal	Exposição e instrumento	Resultado e instrumento	Idade (anos)	Análise estatística	Principais resultados
Specht et al.²⁷ 2018	Dinamarca	263 Coorte	Investigar se a duração do aleitamento materno exclusivo esteve associada à alimentação exigente ou ingestão de vegetais, frutas, alimentos com amido ou bebidas adoçadas com açúcar em crianças com peso normal propensos à obesidade.	Duração exclusiva do aleitamento materno Questionário próprio	Comportamento alimentar Questionário próprio	Dois a seis	Análises de regressão logística	- 20,2% das crianças foram amamantadas exclusivamente por 0-1 mês; 14,8% foram amamentadas exclusivamente por 6-10 meses; e 52,9% foram amamentadas exclusivamente por 4-5 meses. - O comportamento alimentar exigente foi observado em 16,0% das crianças e 46,4% foram pouco exigentes na linha de base. Observou-se menor ração de chance (RC) de comportamento alimentar exigente em crianças amamentadas por 4-5 meses comparas às crianças amamentadas por 0-1 mês na análise bruta (RC=0,51; IC95%=0,27; 0,98; p=0,04) e ajustada (RC=0,35; IC95%=0,16; 0,76; P=0,008).
Barse et al.²⁶ 2017	Países Baixos	4,779 Coorte prospectiva	Investigar se uma duração mais longa de qualquer amamentação, bem como alimentação complementar precoce, estaria relacionada a uma alimentação menos seletiva aos quatro anos.	Duração do aleitamento materno Seu próprio questionário.	Comportamento alimentar seletivo CEBQ	Quatro	Análises lineares de regressão e sensibilidade	- A duração média do aleitamento materno foi de 5,1 meses (DP=3,8 meses). - Observou-se relação dose-resposta entre qualquer duração de aleitamento materno e seletividade (RC= -0,06;IC95%=-0,10; -0,02) - Crianças nunca amamentadas não diferiram no escore de “seletividade” comparadas as crianças amamentadas por 6 meses. - As crianças amamentadas por 2-4 meses ou 4-5 meses não diferiram no escore de “seletividade” comparadas as crianças amamentadas por pelo menos 6 meses. - As crianças amamentadas por um curto tempo (1 -60 dias) apresentaram maior escore em “seletividade” (-0,70; IC95%=0,27; 1,12) comparadas as crianças amamentadas por 6 meses ou mais. - As crianças amamentadas exclusivamente por pelo menos 4 meses não apresentaram escores significativamente diferente das crianças amamentadas parcialmente por 4 meses (RC=0,33; IC95%=0,04; 0,70) ou nunca amamentadas (RC=-0,32; IC95%=-1,01; 0,38).
Möller et al.²⁵ 2012	Países Baixos	3,624 Coorte de nascimentos prospectiva	Investigar se uma longa duração do aleitamento materno exclusivo e a introdução tardia de alimentos sólidos estariam associadas ao comportamento alimentar saudável.	Duração exclusiva do aleitamento materno Questionário próprio	Comportamento alimentar CEBQ	Cinco	χ² teste, análises de ANOVA e regressão linear	- 467 crianças foram amamentadas exclusivamente por 6 meses - Nas análises brutas e ajustadas, crianças amamentadas exclusivamente por 3-6 meses paresentaram maior pontuação em “resposta à comida” comparadas as crianças amamentadas exclusivamente por menos de 6 meses. - A duração exclusiva da amamentação não foi associada ao comportamento alimentar posterior.
Pang et al.²⁸ 2020	Cingapura	970 Coorte	Examinar a relação entre exposição ao aleitamento materno e comportamentos alimentares subsequentes	Duração do aleitamento materno Questionário próprio	Comportamentos alimentares PFQ e CEBQ	Três e seis	Regressão linear	- A maioria das crianças do estudo apresentou baixa ou intermediária exposição ao aleitamento materno durante a infância (44,3% e 43,5%, respectivamente); 12,2% apresentaram alta exposição ao aleitamento materno. - Aos 3 anos, as mães do grupo de aleitamento materno elevado relataram menos dificuldade na alimentação infantil do que as do grupo de baixa amamentação. - Não encontraram associações significativas entre a exposição ao aleitamento materno e a medida CEBQ de resposta à saciedade aos 3 ou 6 anos. - As crianças do grupo de aleitamento materno elevado apresentaram níveis significativamente menores de agitação alimentar relatada aos 3 anos do que as do grupo de baixa amamentação; essa tendência foi mais fraca e não mais significativa aos 6 anos de idade.
Shim et al.²⁹ de 2011	Estados Unidos	129 Transversal	Investigar a associação entre práticas de alimentação infantil e comportamentos alimentares exigentes em crianças em idade pré-escolar	Duração exclusiva e total do aleitamento materno Questionário próprio	Comportamentos alimentares exigentes Inventário de Comportamento alimentar infantil do Oregon Research Institute	Dois a três	Modelo de regressão logística	- As crianças que foram amamentadas exclusivamente durante 3 meses na infância reduziram a RC de apresentar preferência por métodos específicos de preparação alimentar durante seus anos pré-escolares. - O aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses reduziu a RC de cada medida indireta de variedade limitada: preferência por métodos específicos de preparação de alimentos em 78%, rejeição alimentar em 81%, e neofobia alimentar em 75%. - Qualquer AM e AME mostrou apenas uma tendência estatisticamente insignificante de redução de risco no desenvolvimento de comportamentos alimentares exigentes.
Borkhoff et al.⁴ 2018	Canadá	2,987 Transversal	Examinar a associação entre a duração total do aleitamento materno até os 36 meses de idade e os desfechos nutricionais posteriores aos três a cinco anos de idade.	Duração total da amamentação Questionário próprio	Resultados nutricionais NutriSTEP	Três a cinco	Regressão linear e modelagem cúbica restrita	- A maioria das crianças foi amamentada (92%) e a duração média total do aleitamento materno foi de 11 meses. - A cada 1 mês, o aumento da duração total do aleitamento materno foi associado à diminuição do escore do NutriSTEP de -0,03 (IC95%=-0,04; -0,02). - Foi confirmada uma relação não linear entre a duração total da amamentação e os subscores de comportamento alimentar NutriSTEP.
Maranhão et al.³⁰ de 2018	Brasil	301 Transversal	Identificar a prevalência de dificuldades alimentares em pré-escolares, sua associação com fatores epidemiológicos e práticas alimentares passadas, bem como sua repercussão sobre o estado nutricional.	Duração do aleitamento materno Questionário próprio	Dificuldades de alimentação Critérios de Kerzner	Dois a seis	χ² teste, t-student e regressão linear	- Metade das crianças foi amamentada exclusivamente até os 4 meses de idade (49,7%) e 6,7% nunca receberam leite materno. - A ocorrência de dificuldades de alimentação infantil foi relatada por 25,1% das mães. - Dificuldade alimentar específica foi encontrada em 37,2% dos casos, com predomínio de “ingestão altamente seletiva” (25,4%). - As práticas alimentares no período infantil não estiveram associadas às dificuldades alimentares atuais.

Duração da amamentação e comportamentos alimentares na primeira infância: uma revisão sistemática

Resumo