Objetivos:
reconstituir como o "manejo de narrativas" foi sendo desenvolvido ao longo de um processo de pesquisa qualitativa e utilizado como ferramenta de imersão no campo, produção e análise dos dados em conjunto com os atores institucionais de um órgão regional de saúde.
Métodos:
o manejo ocorreu em três etapas: 1) esquematização de redes de relações e conversações de cada equipe; 2) elaboração das narrativas pela pesquisadora principal; 3) revisão e apropriação das narrativas pelos participantes.
Resultados:
foram elaboradas 11 narrativas, debatidas e revistas por 55 participantes. As principais razões para modificações no texto inicial redigido pelos pesquisadores foram a: a) ausência, imprecisão ou equívoco de informações; b) supressões ou mudanças ligadas aos segredos nas relações institucionais; e c) questionamento sobre posicionamentos dos pesquisadores. A metodologia exigiu um trabalho delicado e cuidadoso para lidar com os efeitos do manejo de narrativas em cada uma das equipes participantes, e a análise constante das implicações e sobreimplicações dos pesquisadores.
Conclusões:
o método de investigação, tendo favorecido a convivência prolongada da pesquisadora principal no campo, pôde revelar elementos das complexas relações que compõem a micropolítica do trabalho cotidiano de uma organização de saúde sob a perspectiva de seus atores.
Narrativas; Pesquisa qualitativa; Pesquisa e novas técnicas; Pesquisa sobre serviços de saúde; Regionalização