Resumo
Para comemorar o cinquentenário da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), foi realizado, em fevereiro de 2024, o evento “50 anos da RBSO, 25 anos do SciELO e 38 anos da ABEC Brasil: contribuições para a ciência aberta”. Esta nota editorial reporta tal evento, descrevendo brevemente o histórico da revista e das entidades representadas: o projeto Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec Brasil), assim como seus alcances, seus desafios e suas perspectivas. A ciência aberta foi escolhida como assunto para estimular o debate, por ser um tema relevante e transversal que perpassa as atividades da revista e das entidades. A RBSO segue os princípios do acesso aberto desde sua criação, ainda antes do surgimento do movimento do acesso aberto e do debate em torno da ciência aberta. Mais recentemente, aderiu a outras práticas da ciência aberta, como a aceitação de preprints, o incentivo ao depósito de dados de pesquisa e a adoção de políticas editoriais alinhadas. SciELO e Abec Brasil têm sido importantes catalisadores das iniciativas relacionadas à ciência aberta, visando fortalecer os periódicos e ampliar as colaborações científicas e o compartilhamento do conhecimento científico em benefício da ciência e da sociedade.
Palavras-chave: saúde do trabalhador; revistas eletrônicas; publicação periódica; publicação comemorativa; comunicação acadêmica; ciência aberta
Abstract
As part of the celebration activities for the fiftieth anniversary of the Brazilian Journal of Occupational Health (RBSO), the event “50 years of RBSO, 25 years of SciELO, and 38 years of ABEC Brasil: contributions to open science” was held in February 2024. This editorial note reports on that event, briefly describing the history of the journal and the entities represented: the Scientific Electronic Library Online (SciELO) project and the Brazilian Association of Scientific Editors (ABEC Brasil), as well as their scopes, challenges, and prospects. Open Science was chosen as the theme to stimulate debate, as it is a relevant and cross-cutting issue that permeates the activities of the journal and the organizations. RBSO has followed the open access principles since its inception, even before the emergence of the open access movement and the debate around open science. More recently, it has adopted other open science practices such as accepting preprints, encouraging research data deposition, and adopting aligned editorial policies. SciELO and ABEC Brasil have been important catalysts for initiatives related to open science, aiming not only to strengthen journals but also to expand scientific collaborations and the sharing of scientific knowledge for the benefit of science and society.
Keywords: occupational health; electronic journals; periodical publication; commemorative publication; academic communication; open science
Introdução
Em 2023, a Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO) completou 50 anos de existência. Diversas atividades foram realizadas para celebrar esse importante marco1-3, envolvendo não apenas a equipe editorial da revista, mas também outros setores da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) e entidades parceiras. Entre elas, destacam-se o Projeto Scientific Electronic Library Online (SciELO) que, em 2023, comemorou seu 25º aniversário4 e a Associação Brasileira de Editores Científicos (Abec Brasil) que completou 38 anos.
No âmbito das atividades dedicadas à comemoração do cinquentenário da RBSO, foi realizado o evento intitulado “50 anos da RBSO, 25 anos do SciELO e 38 anos da ABEC Brasil: contribuições para a ciência aberta” (Figura 1). Esse evento ocorreu em 28 de fevereiro de 2024, no Centro Técnico Nacional da Fundacentro, no formato de webinar, com transmissão ao vivo no canal da Fundacentro no YouTube (https://www.youtube.com/watch?v=O6qfhyTfwa8).
A ciência aberta, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), é conceituada como “um construto inclusivo que combina vários movimentos e práticas que têm o objetivo de disponibilizar abertamente conhecimento científico multilíngue, torná-lo acessível e reutilizável para todos, aumentar as colaborações científicas e o compartilhamento de informações para o benefício da ciência e da sociedade, e abrir os processos de criação, avaliação e comunicação do conhecimento científico a atores da sociedade, além da comunidade científica tradicional” 5 (p. 7). A ciência aberta foi escolhida por ser um tema relevante e transversal que perpassa as atividades de todas as entidades representadas no evento.
O webinar foi coordenado por Leila Posenato Garcia, Coeditora-Chefe da RBSO, e contou com a participação do professor Sigmar de Mello Rode, presidente da Abec Brasil, e de Abel Laerte Packer, Diretor do programa SciELO.
Esta nota editorial dedica-se a relatar o evento, destacando os principais pontos abordados nas falas dos apresentadores e no debate ocorrido. Tal relato tem relevância não apenas para registrar uma atividade no contexto da celebração do cinquentenário da RBSO, mas também porque o evento foi uma oportunidade para obter importantes subsídios ao contínuo fortalecimento da revista.
RBSO 50 anos: do histórico às perspectivas futuras
Leila Posenato Garcia iniciou sua fala apresentando um breve histórico da RBSO, o primeiro periódico dedicado à saúde e segurança do trabalhador no Brasil. O primeiro exemplar da RBSO foi publicado em abril de 1973. Desde então, a revista é editada e publicada pela Fundacentro. No primeiro volume, foram publicados quatro números, com artigos de autores como os médicos Bernardo Bedrikow, Daphnis Souto, Diogo Pupo Nogueira e René Mendes. Entre os temas, além de acidentes do trabalho, acústica e iluminação, a revista já abordava questões que foram ganhando importância ao longo do tempo, como ergonomia, fadiga e trabalho em turnos6.
A RBSO é uma revista de caráter multidisciplinar. Embora tenha alinhamento com a área da Saúde Coletiva, abre espaço para a publicação de artigos relacionados à Saúde e Segurança do Trabalho (SST), produzidos por autores de diversas áreas, como engenharias, enfermagem, fisioterapia, medicina do trabalho, direito, entre outras7.
O histórico da RBSO pode ser dividido em três fases:
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Nas décadas de 1970 e 1980, a revista colaborava para a difusão de conhecimentos sobre SST e da política de prevenção de acidentes do governo, na qual a Fundacentro exercia papel importante. Publicavam-se artigos, reportagens e anais de eventos;
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Do final da década de 1980 ao início dos anos 2000, a RBSO abriu espaço para publicações técnico-científicas e traduções. Houve ampliação do escopo: em suas páginas, passou-se a dar atenção às relações entre trabalho e saúde. Nessa fase, não havia editoria científica, o editor-responsável era jornalista. Houve períodos de crises e descontinuidades;
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A partir de 2003, foi implementado um projeto de reorientação editorial. A RBSO alcançou a configuração de um periódico científico, o que culminou com a publicação do regimento, em dezembro de 2006. A versão atual da revista é resultado dessa iniciativa, liderada pelos pesquisadores José Marçal Jackson Filho, Eduardo Garcia, Mina Kato, Eduardo Algranti, entre outros6, 7.
Em suma, a RBSO acompanhou a evolução e a convivência de diferentes abordagens e marcos teóricos sobre as relações entre saúde e trabalho, como a Medicina do Trabalho, a Saúde Ocupacional e a Saúde do Trabalhador7.
A RBSO afiliou-se à Abec Brasil em 2009. Desde então, houve inúmeras oportunidades para capacitação da equipe editorial, como congressos, encontros, minicursos e webinars. Tais oportunidades contribuíram para a profissionalização da equipe editorial, o aprimoramento dos processos da revista e o fortalecimento das estratégias de promoção à ciência aberta e dos princípios de diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade.
A indexação da RBSO na Coleção SciELO Brasil ocorreu em 2012. Atualmente, estão disponíveis no portal SciELO os artigos publicados a partir do volume 28 (2003). Em 2016, a revista adotou o modelo de publicação contínua e exclusiva online. A indexação na Coleção SciELO Brasil foi fundamental para o desenvolvimento da RBSO. A partir dessa indexação, houve ampliação da visibilidade da revista, fortalecimento global do periódico, acesso ao sistema de gestão editorial e à ferramenta de detecção de plágio, adequação a critérios com rigor crescente para manutenção na coleção, com destaque para o alinhamento aos princípios da ciência aberta.
A RBSO sempre foi uma revista de acesso aberto. Sua edição impressa era distribuída gratuitamente. Sua publicação online já se iniciou no modelo de acesso aberto diamante, no qual não há barreiras para o acesso, ao mesmo tempo em que os autores mantêm seus direitos autorais e não pagam taxas para publicação. Para o alinhamento aos princípios da ciência aberta, a RBSO passou a aceitar a submissão de preprints, a publicar o nome do(a) editor(a) responsável por cada artigo que passa pela revisão por pares, embora esse processo permaneça anonimizado, e a incentivar o depósito de dados em repositórios como o SciELO Data.
A RBSO publicou 132 edições impressas (até 2015) e 9 volumes somente online (2016 a 2023), 16 dossiês temáticos e mais de 1.500 artigos. Foram registrados mais de 5 milhões de acessos online. No sistema eletrônico da revista há mais de 7.000 pessoas cadastradas como autores e/ou revisores. Na avaliação mais atual do Qualis, sistema brasileiro de avaliação de periódico mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes), a revista é classificada como B1. Em 2023, ocupou a 47ª posição no ranking Google Scholar Metrics, incluindo todos os periódicos cujo idioma principal é o português. É observado o crescimento do número de artigos publicados por volume, desde 2014. Em 2023, a revista publicou 42 documentos.
Entre os desafios para a RBSO, destacam-se: o aumento do número de artigos submetidos e publicados; a indexação em bases bibliográficas internacionais; e o fortalecimento contínuo do periódico. Para impulsionar as submissões e viabilizar a publicação de artigos de boa qualidade, uma estratégia fundamental empregada é o lançamento de chamadas de artigos para a composição de dossiês temáticos. No final de 2023, foi lançada a chamada de artigos para o dossiê “Desenvolvimento sustentável e Saúde do Trabalhador”. Para 2024, está previsto o lançamento de mais duas chamadas de artigos.
Abec Brasil: história, parcerias, atividades e desafios
A Abec Brasil, fundada em novembro de 1985, congrega pessoas físicas e jurídicas com o interesse em desenvolver e aprimorar a publicação de periódicos técnicos-científicos. É uma sociedade civil de âmbito internacional, sem fins lucrativos.
Em fevereiro de 2024, a Abec Brasil contava com 1.116 membros, sendo 526 individuais e 590 institucionais. São Paulo (n=315) e Rio de Janeiro (n=171) eram os estados brasileiros com os maiores números de associados.
Em 1996, durante o IV Encontro Nacional de Editores Científicos, promovido pela Abec Brasil, foi proposta a criação da biblioteca digital SciELO, denominada Scientific Electronic Library Online.
Em 2014, foi estabelecido acordo entre a Abec Brasil, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e a CrossRef (instituição internacional sem fins lucrativos, que objetiva a catalogação adequada das publicações científicas), que facilitou o processo para depósito de Digital Object Identifiers (DOI) da produção científica das instituições brasileiras. Nesse acordo, a Abec assumiu o papel de “Sponsoring Affiliate” e, atualmente, é uma das principais entidades do gênero no mundo.
A Abec Brasil firmou parceria com o Council of Science Editors (CSE), dos Estados Unidos da América, em 2015. Por meio dessa parceria, o Programa para Capacitação em Produção Científica (ProCPC) tornou-se mais acessível ao público brasileiro, uma vez que a maior parte dos requisitos para a certificação podem ser cumpridos no Brasil.
Em 2018, a Abec Brasil passou a integrar a Parceria do Governo Aberto (Open Government Partnership - OGP), uma iniciativa global criada em 2011. Em 2022, coordenou a elaboração da proposta de qualificação das revistas científicas e critérios alternativos nas dimensões de ciência aberta para enriquecer a estratificação do Qualis/Capes. Em 2023, foi lançado o 6° Plano de Ação Nacional em Governo Aberto 2024-2027. Para impulsionar a participação da academia, em parceria com o SciELO, a Abec Brasil irá atuar em duas frentes: (1) ações de sensibilização e valoração dos periódicos brasileiros na adesão às práticas de ciência aberta; e (2) rodadas de discussão sobre ciência aberta nas reuniões de representantes de áreas das agências de fomento.
Em 2021, a Abec Brasil participou do lançamento do portal Emerging Research Information (EMERI), em parceria com o IBICT. Trata-se de um servidor de preprints gerenciado pelas revistas, no qual os autores não podem publicar diretamente os artigos.
A Abec Brasil teve participação ativa na proposição da criação Associação Latinoamericana de Editores Científicos (Alaec). Em 2021, foi criado um grupo de trabalho que, em 2023, resultou na sua fundação.
Em 2022, a Abec Brasil celebrou parceria com a European Association of Science Editors (EASE), com a criação do Brazilian Chapter, uma iniciativa recente e que deve ser divulgada entre os editores de periódicos brasileiros.
Outra realização recente da Abec Brasil é a certificação de editores científicos, por meio de uma grade de cursos sobre temas relacionados à publicação científica, ofertados por meio de plataforma de educação à distância. Entre os temas, destacam-se: avaliação de artigos científicos; indexadores; aporte institucional para a editoria científica; recursos antiplágio; política editorial; e ciência aberta
Entre os desafios que se apresentam atualmente para a atuação da Abec Brasil, os principais são:
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A ciência aberta, por ainda ser um grande desafio torná-la política de governo. A novidade nessa área é a assinatura dos acordos transformativos entre a Capes e grandes editoras internacionais, para viabilizar a publicação de artigos de pesquisadores brasileiros em periódicos estrangeiros de acesso aberto, sem desembolso direto;
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A rápida expansão do uso e evolução das ferramentas de Inteligência Artificial (IA), em particular a IA generativa aplicada a modelos de linguagem, o que é um problema de alcance global não exclusivo dos periódicos, mas que tem impactos importantes na pesquisa e na publicação científica e exige a criação de normas e a atuação firme dos editores, de forma ética e íntegra.
O professor Sigmar encerrou sua apresentação destacando a relevância da ciência aberta, com a citação: “A Ciência Aberta é um caminho sem volta. Você não tem que ser o primeiro a aderir, mas não deve ser o último. Pois você corre o risco de perder seu papel na história” (p. 115) 8.
SciELO 25 anos: ciência aberta com Impacto, Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade (Ideia)
Um dos principais objetivos do SciELO é impulsionar a visibilidade dos periódicos que indexa, ou seja, aumentar o seu impacto. Realizado em 2023, o evento “SciELO 25 anos: Ciência Aberta com IDEIA” destacou, além do “impacto” dos periódicos, os princípios da “diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade” , que integram a política do SciELO.
De acordo com Abel Packer, “o sucesso da Rede SciELO é uma conquista dos sistemas nacionais de pesquisa”. Atualmente, a rede SciELO é composta por coleções de 15 países e mais duas estão em desenvolvimento. Além disso, existe a coleção Saúde Pública, o repositório SciELO Data, o servidor SciELO Preprints e o SciELO Livros. Ao final de 2023, havia 1.405 periódicos ativos na rede, sendo 318 na Coleção SciELO Brasil.
Os números de artigos publicados são grandiosos. Nos periódicos que compõem a rede, no período de 1997 a 2023, foram publicados mais de um milhão de artigos, enquanto, na coleção SciELO Brasil, foram quase 373 mil.
A mediana da “idade” dos periódicos na rede SciELO é 26 anos, enquanto na Coleção SciELO Brasil é 29. A RBSO, com 50 anos, está no percentil 83 na Coleção SciELO Brasil e no percentil 84 entre os periódicos que compõem a rede SciELO.
Ao comparar indicadores da RBSO com o conjunto dos periódicos da área da Saúde Coletiva na Coleção SciELO Brasil (n=8), as proporções de artigos publicados em inglês e de artigos com autores afiliados a instituições estrangeiras são inferiores na RBSO, com crescimento ao longo dos anos. Por outro lado, chama a atenção a razão de acessos por documento, que foi bastante superior na RBSO (2.161), em relação ao conjunto dos periódicos da Saúde Coletiva (693), no período de 2021 a 2023 (Tabela 1).
A RBSO também se destaca em relação ao conjunto dos periódicos da área quanto ao alinhamento às práticas da ciência aberta, uma vez que a revista aceita preprints, publica dados de pesquisa e o nome do(a) editor(a) responsável pelos artigos publicados.
A partir da apresentação da proposta da criação de uma biblioteca on-line durante o evento da Abec Brasil, em 1996, o projeto SciELO evoluiu como uma construção coletiva, tendo o importante apoio do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), parte da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Entre 1997 e 1998, foi desenvolvido o projeto piloto. De 1998 a 2003, foi formada a coleção núcleo. De 2013 a 2018, foi desenvolvida a biblioteca web.
A política do SciELO para fomentar o alinhamento dos periódicos aos princípios da ciência aberta começou a ser implementada em 2018. Os critérios de indexação do SciELO preveem a adoção integral das práticas de ciência aberta até o final de 2025. Os principais desafios identificados são: a gestão dos dados de pesquisa; a avaliação informada de manuscritos e o crescimento da visibilidade e do impacto.
Considerações finais
Foi reconhecida a relevância da RBSO e foram destacadas sua qualidade e longevidade, como periódico que faz parte do seleto rol de periódicos científicos brasileiros com mais de 50 anos de existência.
Como recomendações para o fortalecimento da RBSO, além do aumento do número de artigos publicados, o diretor do programa SciELO apontou o aumento de autores vinculados a instituições do exterior e do número de artigos de revisão como estratégias possíveis para aumentar o impacto da revista. Outra sugestão geral para as revistas da Coleção SciELO é a publicação dos pareceres da etapa de revisão por pares.
A atuação do SciELO, da Abec Brasil e dos editores científicos faz com que o Brasil tenha protagonismo no desenvolvimento da ciência aberta, nos contextos regional e global. O objetivo central da ciência aberta é maximizar a qualidade e a visibilidade da pesquisa. A adoção de seus princípios permite a comunicação e o compartilhamento das pesquisas de maneira ética, íntegra e segura para as partes envolvidas. Por exemplo, a publicação de artigos de dados (data articles) possibilita a atribuição de autoria ao conjunto de dados, a orientação para o reuso desses dados, o aumento do impacto e da visibilidade da pesquisa e a preservação dos dados.
Contudo, o caminho para a adoção plena das práticas da ciência aberta não é fácil. Um grande desafio é romper as barreiras existentes, incluindo o conservadorismo de alguns editores e pesquisadores. A abertura oferece caminhos para ampliar o diálogo entre a ciência e a sociedade. Os temas que compõem o escopo da RBSO e de sua instituição editora, a Fundacentro, têm relevância extraordinária para o Brasil. Incluir as práticas de ciência aberta na política de pesquisa institucional tem potencial para proporcionar ganhos em termos de impacto científico e social.
Referências
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Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
07 Jun 2024 -
Data do Fascículo
2024