Resumo
Introdução:
nos debates sobre a proteção e a promoção da saúde nos contextos laborais, o tema dos fatores psicossociais relacionados ao trabalho (FPRT) tem se destacado.
Objetivo:
demonstrar que a ausência da tematização do antagonismo e do conflito estrutural entre capital e trabalho, bem como a captura da temática pela lógica gerencialista neoliberal, produz o empobrecimento do debate e o enfraquecimento de iniciativas voltadas para a transformação do contexto laboral.
Método:
a reflexão é realizada a partir de revisão da literatura, tendo como referencial o materialismo histórico.
Resultados:
as formulações de políticas, instrumentos e medidas destinadas à proteção da saúde dos trabalhadores, gestadas nos marcos ideológicos do regime de acumulação capitalista e da governamentalidade neoliberal, convertem-se em compreensões e intervenções que, longe de transformarem as situações concretas de trabalho, mascaram o papel exercido pelo trabalho em relação à saúde dos trabalhadores, consagram as ações voltadas aos indivíduos, arrefecem as lutas sociais e ampliam as pressões sobre os trabalhadores.
Conclusão:
o enfrentamento dos riscos psicossociais não deve se limitar à mitigação desses riscos, mas sim encontrar seus propósitos e seus fundamentos em um horizonte teórico-prático que descortine a necessidade de superação da própria economia capitalista.
Palavras-chave:
fatores de riscos psicossociais; saúde do trabalhador; saúde mental; psicologia do trabalho; exploração no trabalho