Open-access Exposição a agrotóxicos e agravos à saúde em trabalhadores agrícolas: o que revela a literatura?

Exposure to pesticides and agricultural workers’ health: what does literature reveal?

Resumo

Introdução:  a relação entre agrotóxicos e agravos à saúde tem sido investigada em diferentes contextos.

Objetivo:  reunir evidência científica relevante sobre agravos à saúde associados à exposição ocupacional aos agrotóxicos.

Métodos:  revisão de literatura de estudos publicados entre 2000 e 2017, nas bases PubMed, Embase e LILACS. Estabeleceu-se como critérios de elegibilidade: a) estudos observacionais; b) população de trabalhadores agrícolas; c) exposição ocupacional; d) agravos à saúde definidos como desfecho; e) comparação estatística de expostos com não expostos; f) idioma inglês, português ou espanhol.

Resultados:  59 publicações foram elegíveis - 33 estudos transversais, 22 de coorte e 4 caso-controle.

Discussão:  os estudos indicam que trabalhadores rurais apresentam maior risco para alguns agravos crônicos (câncer, doenças mentais, neurológicas, endócrinas, renais, auditivas, respiratórias e autoimunes), efeitos subclínicos (danos genéticos e alterações bioquímicas) e sinais e sintomas clínicos de intoxicação aguda. Também foram identificadas limitações dos estudos quanto à avaliação da exposição e do desfecho, delineamento e amostragem.

Conclusão:   as evidências sugerem a necessidade de se complementar a avaliação da saúde dos trabalhadores expostos aos agrotóxicos utilizando biomarcadores de efeito de genotoxicidade e citotoxicidade, a fim de promover e ampliar a vigilância da exposição e das intoxicações crônicas e suas prevenções.

Palavras-chave: agrotóxicos; efeitos adversos; intoxicação; agricultores; saúde do trabalhador

Abstract

Introduction:  the association between pesticides and health effects has been investigated in several different contexts.

Objective:  to gather relevant scientific evidence regarding health effects associated to occupational exposure to pesticides.

Methods:  literature review of studies published between 2000 and 2017 on PubMed, Embase and LILACS. We adopted the following eligibility criteria: a) observational studies; b) population of agricultural workers; c) occupational exposure to pesticides; d) health effects defined as outcome; e) statistical comparison between exposed and non-exposed subjects; f) English, Portuguese or Spanish language.

Results:  of 59 papers selected, 33 were cross-sectional studies, 22 cohort studies and 4 case-control studies.

Discussion:  the studies indicated that rural workers presented higher risk for some chronic diseases (cancer, mental, neurological, endocrine, kidney, hearing, respiratory and autoimmune), subclinical effects (genetic damages and biochemical changes) and clinical signs and symptoms of acute pesticide poisoning. We also identified study limitations concerning design and sampling, assessment of exposure and outcome.

Conclusion:  the evidences suggest the need to complement health evaluation of workers exposed to pesticides using effect biomarkers of genotoxicity and cytotoxicity in order to promote and expand surveillance of pesticides exposure and chronic intoxications, as well as their prevention.

Keywords: pesticides; adverse effects; poisoning; farmers; occupational health

Introdução

As atividades agrícolas e de pecuária sofreram profundas transformações ao longo do tempo nos seus modos de produzir alimentos1.

O século XX foi um marco histórico para o sistema de produção agrícola mundial, caracterizando-se pela mecanização, divisão social do trabalho e uso intensivo de agroquímicos, resultando em produção em larga escala - especialmente por meio de monocultivos, favorecendo os grandes latifundiários e empresários em detrimento dos pequenos agricultores e camponeses tradicionais. O uso de agrotóxicos impôs-se como uma necessidade de mercado2, e os danos sociais, ambientais e à saúde humana, gerados por essa “nova” agricultura, propiciaram aumento da concentração fundiária, exploração da mão-de-obra no campo, expulsão dos agricultores para a periferia dos grandes centros urbanos e pobreza rural; avanços das monoculturas sobre reservas florestais, terras indígenas e áreas de proteção ambiental; contaminação de águas, do ar, do solo e dos alimentos, com perda da biodiversidade e extinção de espécies e envenenamento dos agricultores pelo uso intensivo de insumos químicos3.

Os agroquímicos são produtos químicos sintéticos empregados na agropecuária com diversas finalidades de uso. Compreendem adubos químicos ou fertilizantes, produtos veterinários, hormônios sintéticos, agrotóxicos e outros. Dentre os principais insumos químicos utilizados na agricultura têm-se os agrotóxicos, definidos como qualquer substância ou mistura de substâncias químicas ou biológicas empregados com o objetivo de repelir, destruir ou controlar pragas ou regular o crescimento da planta, podendo ser classificados segundo a finalidade como inseticidas, fungicidas, rodenticidas e herbicidas, entre outras. No entanto, por possuírem toxicidade intrínseca, são reconhecidos como agentes tóxicos à saúde humana e ambiental4.

Estudos experimentais demonstraram que a ocorrência de agravos à saúde em humanos decorrente da exposição aos agrotóxicos depende do tipo de ingrediente ativo (IA), da dose administrada, da via de penetração no organismo, do tempo de exposição ao IA e da susceptibilidade individual5. Dentre os mecanismos de ação dos IA de agrotóxicos sobre o organismo, a literatura científica destaca os seguintes: a) redução das atividades das enzimas acetilcolinesterase e butirilcolinesterase5; b) desregulação endócrina6; c) genotoxicidade e alterações genéticas7; d) indução de carcinogênese8; d) estresse oxidativo9 e f) imunossupressão10.

Os resíduos de agrotóxicos podem afetar a cadeia alimentar e atingir rios, lagos, mares, reservas de mananciais e lençóis freáticos, contaminando o solo e os alimentos11. Estudos científicos revelaram resíduos de agrotóxicos na urina12, sangue e leite humano13.

Segundo Breilh14, os processos de trabalho no campo (agricultura), os modos de produção agrícola, a situação cultural e as relações sociais estabelecidas estão inseridas em diferentes contextos histórico, político, social e econômico, determinando os modos de viver das populações rurais. A combinação desses determinantes gera níveis/graus de exposição aos agrotóxicos diferenciados, podendo ocasionar adoecimento. Nesse sentido, as áreas agrícolas são consideradas locais de alto risco em função do uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos e, portanto, a população agrícola que lá reside ou trabalha torna-se um grupo extremamente vulnerável devido à presença desses agentes que podem ocasionar danos severos à sua saúde15.

Mediante o exposto, o presente trabalho teve por objetivo reunir evidência científica relevante sobre os principais agravos à saúde estudados na população de trabalhadores da agricultura, pecuária e afins, associados à exposição aos agrotóxicos.

Métodos

A revisão desenvolveu-se em cinco etapas:

Etapa 1

Busca por estudos elegíveis e identificação das bases de dados bibliográficas a partir dos seguintes critérios de inclusão: a) estudos observacionais de coorte, caso-controle e transversais, publicados entre os anos 2000 e 2017. O período da busca foi definido para se obter estudos mais recentes referentes ao tema; b) população de interesse composta por agricultores (trabalhadores que praticam agricultura), criadores de animais (trabalhadores da pecuária) e aplicadores de agrotóxicos (trabalhadores que aplicam agrotóxicos); c) exposição, definida pelo uso de agrotóxicos no trabalho; d) desfecho, definido como agravos à saúde; e) uso de testes estatísticos para comparação de expostos com não expostos (considerou-se o parâmetro p - valor < 0,05 para significância estatística das associações); f) estudos escritos nos idiomas inglês, português ou espanhol. A busca ocorreu entre setembro e dezembro de 2017 nas seguintes bases bibliográficas: PubMed, Embase e LILACS (BVS). As estratégias de busca foram específicas para cada base bibliográfica. No PubMed os descritores foram: (((((“Agrochemicals/adverse effects”[Medical Subject Headings - MeSH])) OR (“Agrochemicals/poisoning”[Mesh])) OR (“Agrochemicals/toxicity”[Mesh])) OR (“Agrochemicals health effects”)) OR (“Agrochemicals health problems”)) OR (“Agrochemicals health symptoms”)) OR (“Agrochemicals chronic effects”)) AND (“Farmers”[Mesh]) AND ((“2000/01/01”[PDAT] : “2017/12/31”[PDAT]) AND “humans”[Mesh Terms]. No Embase, foram identificados os descritores “ENTRY” relacionados a agroquímicos, agravos à saúde e agricultores, a partir da estratégia de busca: ((‘pesticide’/exp/mj OR ‘agricultural chemical’/exp/mj) AND (‘adverse outcome’/exp/mj OR ‘intoxication’/exp/mj) AND (‘agricultural worker’/exp/mj) AND [2000-2017]/py. Na LILACS, foram utilizados os descritores (Decs) / palavras chave: (“agroquímicos” OR “pesticidas” OR “agrotóxicos”) AND (“fazendeiros” OR “agricultores” OR “trabalhador rural”) AND (“doenças” OR “agravos à saúde” OR “condições de saúde” OR “problemas de saúde” OR “intoxicação” OR “envenenamento”) AND (collection:(“06-national/BR” OR “05-specialized”) OR db:(“LILACS” OR “MEDLINE”)) AND (db:(“LILACS”) AND limit:(“humans”) AND la:(“en” OR “pt” OR “es”) AND type:(“article”).

Etapa 2

Triagem dos estudos pela leitura do título e dos resumos. Em seguida, confirmação da elegibilidade por leitura completa feita por dois pesquisadores que realizaram a leitura de forma independente.

Etapa 3

Busca manual de estudos adicionais a partir das listas de referências dos estudos selecionados.

Etapa 4

Extração e tabulação dos dados dos estudos selecionados em uma planilha com as informações sobre: autor, ano, local, população estudada, amostragem, mensuração da exposição e do desfecho, variáveis de confusão, análise estatística e resultados.

Etapa 5

Avaliação crítica dos estudos selecionados.

Resultados

Foram identificados 132 estudos (21 na base de dados Embase, 45 na LILACS e 66 no PubMed). Desses, foram excluídos 78 por não atenderem aos critérios de inclusão, restando 54 publicações. Do total de artigos excluídos, 14 eram estudos de revisão, 6 estudos qualitativos, 3 estudos de caso, 5 estudos ecológicos, 6 estudos de intervenção em comunidades, 15 estudos descritivos, 12 estudos não relacionados à exposição ou ao desfecho investigados, 6 estudos que não avaliaram a população agrícola, 5 estudos na modalidade de ensaio, 3 estudos sobre validação de metodologias, 1 estudo com publicação apenas no abstract, 1 estudo em duplicata e 1 estudo sem Digital Object Identifier (DOI) localizado. Foram incluídos 5 estudos por meio de busca manual totalizando 59 estudos (Figura 1).

Figura 1
Fluxo de seleção dos artigos

O Quadro 1 apresenta todos os estudos selecionados de acordo com local, delineamento e população estudada. Foram identificados 33 estudos transversais, 22 de coorte e 4 casos-controle, segundo informações referidas pelos autores. A maioria foi de estudos internacionais.

Quadro 1
País, ano de publicaçao, delineamento e população estudada nos estudos selecionados

O Quadro 2 apresenta os métodos de avaliação da exposição e dos desfechos empregados nos estudos. Do total, 52 estudos utilizaram questionários para avaliar a exposição aos agrotóxicos, recorrendo às variáveis: uso de agrotóxicos em geral21),(28),(40),(43)-(45),(47),(48),(54),(60),(62)-(64),(67)-(70, duração da exposição16),(17),(19),(21)-(23),(28),(29),(31),(36),(40),(44),(48),(55),(57),(61),(64),(65),(67),(74, frequência de uso/aplicação16),(36),(45),(60),(74, ocupação16),(30),(39),(46),(47),(48),(49),(56),(58),(67, quantidade de agrotóxico utilizado18),(28),(29),(61, tipo de IA25)-(27),(31),(33),(36),(39),(40),(60)-(62),(65),(69),(71)-(74, classe de agrotóxico por finalidade de uso28),(29),(31),(33),(62),(69),(71),(72, grupamento químico (GQ)22),(27),(31),(38),(39),(50),(54),(62),(64),(65),(71),(72),(73 e classificação de toxicidade60),(61),(63),(71),(72. As quatro últimas informações foram levantadas a partir do nome comercial do produto autorreferido - dois estudos avaliaram a exposição pela ocorrência de episódios autorreferidos de intoxicação aguda/crônica por agrotóxicos19),(24 e um avaliou a ocorrência de exposição excepcionalmente alta causada por episódio de intoxicação acidental ou não50. Faria et al.64 avaliaram a exposição aos agrotóxicos segundo uma matriz de exposição.

Quadro 2
Métodos de avaliação da exposição e do desfecho dos estudos selecionados

Apenas seis estudos empregaram biomarcadores de exposição através da detecção de metabólitos de IA nos fluidos corporais27), (29), (30), (41), (53), (56. Outros consideraram: a época da aplicação de agrotóxicos na lavoura - meses de baixa e alta aplicação29), (30), (42), (51), (64; fases de cultivo - preparo da terra, plantio, acompanhamento da lavoura, colheita e período de entre safra)53 e antes e após aplicação56.

Quanto aos desfechos, identificaram-se três grandes grupos de agravos à saúde:

  • I) Agravos crônicos - doenças neurológicas16)-(21), (54), (68; doenças e transtornos mentais22), (23), (24), (54), (68; câncer25)-(28), (68), (71)-(74; doenças da tireoide e distúrbios hormonais/metabólicos29)-(31), (68; doenças renais32),(68; doenças respiratórias33), (68; alterações auditivas34), (35; doença autoimune36;

  • II) Condições subclínicas20), (29), (37)-(40), (42)-(45), (48), (50), (52)-(55), (62: alterações bioquímicas, danos genéticos, estresse oxidativo;

  • III) Sinais e sintomas de intoxicação aguda, queixas de saúde60)-(67), (69), (70.

Dentre os métodos de avaliação dos desfechos (Quadro 2), o uso de exames clínicos ou instrumentos já validados ocorreram em 21 estudos16)-(18), (20)-(23), (25)-(28), (30), (32), (33), (36), (64), (68), (71)-(74, a morbidade, sinais e sintomas autorreferidos em 14 estudos24), (33), (37), (39), (41), (60), (62), (63), (65)-(70 e o uso de biomarcadores de efeito em 23 estudos20), (27), (29), (30), (37), (39), (40), (42)-(45), (47), (48), (50)-(55), (60), (62), (64.

Com relação à amostragem, a maioria dos estudos transversais utilizou amostragem por conveniência19), (23), (30), (34), (38), (40), (45), (47), (48), (54), (61), (68), (70, sete estudos empregaram amostragem probabilística22), (24), (29), (35), (62), (63), (66, três não informaram o tipo de amostragem20), (24), (65 e em dois estudos55), (69 foi realizado um censo de todas as propriedades familiares, com seleção aleatória de um indivíduo de cada propriedade, para a amostra. Em alguns estudos, as amostras de domicílios foram calculadas segundo parâmetros estatísticos, mas, posteriormente, não houve seleção probabilística dos indivíduos44), (64. No estudo de Hongsibsong et al. (41 empregou-se amostragem por conglomerados (vilas), porém não há informações sobre a seleção dos indivíduos. No estudo de Dasgupta et al. (60 a amostragem foi estratificada por regiões de cultivo.

As análises estatísticas variaram em função do tipo de estudo. Nos estudos transversais empregaram-se testes estatísticos mais simples (teste de diferença de proporções, de diferença de médias etc.) (19), (20), (35), (38), (40), (41), (44), (45), (48), (64), (68), (70 e modelos multivariados22)- (24), (29), (30), (34), (47), (52), (54), (55), (60)- (63), (65)-67),69). Nos estudos de coorte e caso-controle, análises multivariadas ocorreram em 16 pesquisas16), (21), (25), (27), (28), (31)- (33), (37), (42), (50), (51), (53), (71), (72), (74. Tais análises foram ajustadas para as variáveis de confusão: idade16), (17), (19), (21), (23), (27), (28), (30), (31), (32), (34), (36), (37), (42), (50), (52), (53), (66), (67), (71)- (74 sexo19), (27), (28), (37), (42), (52), (67, escolaridade19), (67), (72), (74, consumo de tabaco 27),28),30),31),36),37),42),50),52),67),72),74), consumo de álcool37), (42), (50), (52), (72), (74, consumo de café16), (27, Índice de Massa Corpórea (IMC)21), (31), (37), (72, exposição solar42), (50) , níveis sanguíneos de folato e vitamina B1250, renda66), (67, raça71)- (73, conhecimento sobre pesticidas66, local/estado de residência36), (71)- (74, eventos estressantes na vida23, dor21), (23, capacidade física funcional23, história prévia de doença da tireoide30, história familiar de câncer72), (74, uso de herbicidas71 ou agrotóxicos74, tipo de equipamento de aplicação74, uso de contraceptivo oral72, idade da menopausa72), (73, uso de dominossanitários72 e idade ao nascimento/paridade combinada73. Alguns pesquisadores também consideraram em seus modelos outras variáveis31), (67. Em dois estudos, não houve diferenças significativas entre as odds ratio (ORs) brutas e ajustadas, portanto, os resultados referem-se aos valores brutos17), (25.

O Quadro 3 apresenta os principais achados sucblínicos e o Quadro 4 os efeitos crônicos e agudos encontrados. A seguir serão descritos apenas os resultados que apresentaram associações estatisticamente significativas. Quanto aos achados subclínicos, associações positivas e significativas entre exposição aos agrotóxicos e dano oxidativo no DNA ocorreram em quatro estudos40), (53)- (56. Também foram observadas associações entre ocupação (agricultor) (44), (64 e dias de aplicação de fungicidas42 com danos no DNA medidos através do ensaio cometa. Tumer et al. (47 demonstraram que o tempo de trabalho agrícola associou-se com a frequência de micronúcleos (MN) no DNA. Resultados semelhantes foram encontrados em três estudos40), (44), (45. A presença de micronúcleos no DNA indicam danos permanentes no código genético que ocorrem durante a exposição a contaminantes químicos, sendo um dos mecanismos propostos da carcinogênese75.

Quadro 3
Principais efeitos subclínicos ocasionados por agrotóxicos identificados nos estudos selecionados
Quadro 4
Principais efeitos crônicos e agudos ocasionados por agrotóxicos identificados nos estudos selecionados

Observou-se que a ocorrência de polimorfismos genéticos de enzimas de detoxificação de contaminantes químicos aumenta o dano ao DNA em agricultores expostos a agrotóxicos quando comparados aos controles40), (47), (48 e potencializa a associação entre exposição aos agrotóxicos e metilação do DNA em agricultores50), (51. Pesquisas científicas têm evidenciado que mecanismos de metilação no DNA parecem estar envolvidos no desenvolvimento de câncer de próstata75 (Quadro 3).

O estudo da coorte francesa de agricultores (AGRICAN) revelou associações positivas entre exposição a agrotóxicos e risco de câncer de próstata25 (Quadro 4). Os estudos da coorte estadounidense Agriculture Health Study revelaram maior risco de câncer de pulmão em aplicadores para os IA clorimuron, maconzeb/maneb26, acetocloro74 e misturas de acetocloro com atrazina74; risco elevado de Linfoma Não-Hodgkin (LNH) e seus subtipos para determinados IA71; risco relativo alto de câncer de colorretal para acetocloro74; maior risco de câncer em geral em mulheres expostas a organofosforados (OF) (72; risco elevado de câncer da tireoide entre expostas ao malation e de câncer de ovário entre expostas à diazinona72; risco aumentado de câncer de mama em mulheres para clorpirifós, tebufós e forato73. Porém, para câncer de bexiga27), (28, câncer de pâncreas74 e melanoma74 não houve associação positiva significativa com exposição aos agrotóxicos (Quadro 4).

Em um estudo52, a ocorrência de instabilidade genômica foi associada positivamente à exposição aos agrotóxicos (Quadro 3).

Dentre as alterações bioquímicas (Quadro 3), dois estudos39), (40 demonstraram maiores concentrações séricas de metais (zinco, chumbo, cobre, arsênio, manganês e níquel) em agricultores expostos do que nos controles, mesmo em períodos de baixa aplicação39. Também foram observadas alterações na glicemia, na função hepática e no lipidograma37), (55.

Em relação às doenças mentais (Quadro 4) houve associações positivas para depressão e ansiedade autorreferida em expostos a organofosforados23. Campos et al.22 verificaram que a exposição a determinados IA associou-se positivamente à depressão autorreferida; Kim et al.24 observaram associações positivas entre casos moderados/severos de intoxicação aguda por agrotóxicos e tentativa de suicídio.

Para as doenças neurológicas (Quadro 4) identificaram-se associações positivas entre a ocupação (agricultor) e alterações cognitivas18. Resultados similares ocorreram em outras duas pesquisas19), (20. Dois estudos revelaram associações positivas entre exposição a agrotóxicos e Doença de Parkinson/Parkinsonismo16), (17. Um estudo21 identificou que a exposição aos agrotóxicos ao longo da vida está associada positivamente a alterações no equilíbrio postural. Bayrami et al.54, entretanto, não observaram associação entre ocupação e desordens neuropsicológicas, apesar de identificarem níveis da enzima colinesterase eritrocitária ou acetilcolinesterase (AChE) significativamente menores nos agricultores do que nos controles. Especialistas têm demonstrado que alterações da atividade da AChE e da colinesterase plasmática ou butirilcolinesterase (BChE) estão envolvidas na patogênese de doenças neurológicas e provavelmente em alterações mentais76.

Estudos identificaram associações positivas entre exposição a agrotóxicos e atividade reduzida de AChE38), (41), (46), (59 e de BChE37), (38), (44), (54. Hongsibsong et al. (41 revelaram associações positivas entre redução nos níveis de AChE e sintomas de saúde. De Oliveira e Ehrhardt43 não verificaram diferenças significativas nos níveis de AChE e BChE entre os períodos de baixa e alta aplicação de agrotóxicos (Quadro 3).

Alterações da tireoide foram avaliadas em dois estudos29), (30 (Quadro 4). No primeiro, as associações foram fracas e inconsistentes e, no segundo, a exposição a ditiocarbamatos associou-se positivamente a alterações na função da tireoide em homens. Ainda no grupo de distúrbios hormonais/metabólicos, destaca-se o estudo de LaVerda31),, que demonstrou associações positivas entre ganhos de IMC e exposição a atrazina e triazina em aplicadores de agrotóxicos.

Com relação aos demais desfechos crônicos (Quadro 4), a exposição à ditiocarmabatos e ao glifosato foram associadas positivamente à artrite reumatoide em mulheres36. Encontraram-se associações positivas entre exposição aos agrotóxicos (clorimurom etil, paraquate e butilato) e doença renal em estágio avançado32; doenças respiratórias33, para os ingredientes ativos 2,4D, atrazina, glifosato, carbaril, malationa, permetrina e warfarina; e alterações auditivas para exposição a agrotóxicos em geral34), (35.

Sinais e sintomas clínicos de intoxicação aguda foram associados positivamente ao uso de agrotóxicos para as variáveis: tempo/duração da exposição61), (64), (65), (67 e toxicidade do agrotóxico60), (61), (63), (66. Para a variável quantidade de pesticidas, os achados foram controversos60), (66. Em alguns estudos, o uso de medidas de proteção teve associação inversa com a ocorrência de intoxicação aguda60), (64)- (66 e, em dois estudos, a escolaridade também associou-se negativamente com a chance de intoxicação aguda60), (64. Ser mulher foi um fator de proteção para intoxicação aguda e práticas inadequadas de manuseio de pulverizadores associaram-se positivamente a sinais/sintomas de intoxicação aguda63. Destaca-se o estudo de Siqueira70 que identificou pior qualidade de vida em aplicadores de agrotóxico em comparação aos não aplicadores.

Discussão

Esta revisão evidenciou a diversidade de métodos utilizados para avaliação da exposição de agricultores a agrotóxicos e dos desfechos nos estudos selecionados. Apesar disso, os estudos revelaram associações positivas significativas entre exposição aos agrotóxicos e condições subclínicas, agravos crônicos e sinais/sintomas de intoxicação aguda. A seguir, são pontuados alguns aspectos relacionados às limitações dos estudos analisados.

Limitações quanto à avaliação da exposição aos agrotóxicos

A maioria dos estudos avaliou a exposição aos agrotóxicos por meio de questionários, com o objetivo de detalhar as características dos processos de trabalho na agricultura - atividade em que a exposição se dá de forma mais acentuada. O uso de questionários tem como vantagens a fácil execução, a agilidade e o baixo custo78. Porém, por abordar questões relacionadas ao uso de um produto tóxico para a saúde humana e ambiental, podem ocorrer alguns constrangimentos por parte dos participantes dos estudos ao responder perguntas sobre a idade de início de contato, as doses administradas e o nome comercial dos agrotóxicos utilizados, por exemplo - o que pode ocasionar omissão de respostas ou falsas informações, resultando em exposição subestimada, ou em ausência ou fraca associação entre a exposição aos IA e agravos à saúde, como observado no estudo de Boulanger28 para câncer de bexiga. Tais vieses de informação podem acentuar-se em casos de baixa escolaridade devido ao desconhecimento do entrevistado, conforme notou-se no estudo de Salameh e Saleh67. A prática de utilizar IAs não recomendados para determinada cultura e o emprego de mais de um tipo de IA em uma única cultura também podem induzir a vieses de informação nessa população. No Brasil, relatórios do Programa Nacional de Análise de Resíduos de Agrotóxicos79 têm demonstrado ao longo dos anos que essas práticas são frequentes entre os agricultores.

Com relação ao uso de biomarcadores de exposição, apenas seis estudos dosaram metabólitos de IA em fluidos corporais. Tal achado, provavelmente, justifica-se pela necessidade de estrutura laboratorial complexa, com equipamentos sofisticados e recursos humanos qualificados elevando o custo das pesquisas. Somam-se a isso as grandes distâncias percorridas entre as áreas agrícolas e as dificuldades de transporte das amostras para os laboratórios5. Além disso, recomenda-se que o momento da coleta das amostras biológicas seja o período de maior exposição aos agrotóxicos, que geralmente ocorre nas etapas de preparo da terra, acompanhamento e crescimento da lavoura, conforme observado no estudo de Lerro53 e Piccoli29. A definição do momento da coleta das amostras dos fluidos também deve considerar a meia-vida do agrotóxico (tempo requerido para que a metade da concentração do agrotóxico seja eliminada pelo organismo), pois, caso contrário, pode levar a resultados negativos5.

Destaca-se que a meia-vida dos organofosforados e dos carbamatos é curta. De uma maneira geral, esses compostos químicos são agrotóxicos não persistentes, ou seja, uma vez presentes em ambientes naturais decompõem-se em dias ou semanas80. No entanto, por mais que sejam degradados rapidamente, podem gerar subprodutos ou metabólitos mais tóxicos decorrentes de sua degradação81.

Segundo Oliveira-Silva et al. (82, os organofosforados e carbamatos são denominados agentes anticolinesterásicos por possuírem o mesmo mecanismo tóxico de ação: inibem a ação das colinesterases, enzimas presentes nos sistemas nervosos central, periférico, placa motora e no tecido sanguíneo (AChE e BChE), resultando em diversos efeitos neurotóxicos.

Na prática clínica, para fins de diagnóstico de intoxicação por organofosforados ou carbamatos, deve-se conhecer o tempo de meia-vida dessas enzimas5: para a AChE é de três meses e para a BChE é de uma semana. Tais diferenças indicam que a AChE reflete melhor um efeito tóxico crônico, por ser afetada por mais tempo, enquanto a BChE, por apresentar inibição menos prolongada, funciona como um biomarcador importante para exposição recente. Porém, segundo Klassen83, ao se utilizar esses marcadores na prática clínica, para fins de diagnóstico de intoxicação por organofosforados, é preciso levar em consideração as diferenças entre os compostos químicos, já que inibem as colinesterases de maneiras distintas (por exemplo: malation, diazinon, clorfirifós e diclovós são fortes inibidores da BChE e não da AChE). Enquanto isso, em quadros de intoxicação por carbamatos, as colinesterases retornam aos seus níveis normais mais rapidamente, pois a inibição enzimática é transitória e rapidamente reversível, tendo, portanto, um valor diagnóstico limitado. Nesse sentido, quando há suspeita de intoxicação por carbamato, a dosagem de AChE desse ser feita o mais rápido possível (em poucas horas) pois é muito frequente a não detecção de níveis reduzidos dessa enzima, mesmo na presença de sintomas de intoxicação severa por esse ingrediente ativo. A inibição da BChE por carbamatos também ocorre, porém o grau de inibição varia conforme o composto.

Os organofosforados e os carbamatos são os maiores responsáveis pelas intoxicações humanas no mundo84. Por essa razão, alguns países da Europa, os EUA, a China e, mais recentemente, o Brasil85 baniram alguns IA que pertencem ao grupo dos organofosforados, como: os metamidofóes, tricloform e forato. No entanto, a legislação brasileira ainda permite o uso de outros, como: o acefato, que já foi banido em 28 países da União Européia, China, Palestina e Omã86, por causar efeitos neurotóxicos e, possivelmente, câncer, além de induzir toxicidade reprodutiva87. A diazinona também banida em Moçambique, Palestina e em 28 países da Europa86, foi classificada pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer como provável cancerígeno em humanos75.

Todas essas questões relacionadas à avaliação de biomarcadores de exposição são complexas e podem influenciar o tamanho amostral limitando o número de participantes recrutados para os estudos, conforme observado em algumas pesquisas41), (53), (56.

No que tange à identificação do IA ou de seu GQ, onze estudos22), (26), (29), (32), (33), (36), (53), (71)- (74), verificaram uma associação positiva significativa entre os IA utilizados e desfechos à saúde: transtornos mentais e depressão22, artrite reumatoide36, alterações nos níveis de hormônios tireoidianos29, doença renal em estágio terminal32, estresse oxidativo53, presença de distúrbios respiratórios33 e câncer26), (71)- (74. Já o estudo de Boada et al. (27 não identificou associação significativa positiva entre IA e câncer de bexiga. Além disso, em alguns estudos, coletou-se informações sobre o GQ e os IA - porém, não foi possível utilizar estas variáveis em modelos estatísticos19), (38)- (41), (52), (60)- (62), (64), (66), (69, provavelmente devido à baixa frequência da distribuição dos IA/GQ de agrotóxicos na amostra, limitando o seu uso como uma variável de exposição principal e levando-a a ser substituída por outras variáveis de menor especificidade, como uso de agrotóxicos em geral, índices de exposição, classificação dos agrotóxicos por toxicidade ou finalidade de uso, entre outras.

É importante considerar também que os estudos científicos avaliados são limitados quanto à análise de possíveis efeitos tóxicos decorrentes de exposições mistas de agrotóxicos (com dois ou mais IA) em humanos. Ou seja, a maioria não foi capaz de avaliar os efeitos sinérgicos que podem ocorrer quando mais de um IA e outros compostos químicos se fazem presentes nos produtos formulados. Adicionalmente, no cotidiano das populações agrícolas, ocorre a exposição simultânea a múltiplas misturas por diferentes vias de penetração (inalatória ou dérmica durante os processos de trabalho, ou pela via oral, através do consumo de alimentos e água contaminados) (87, mais um fator complicador para a avaliação da exposição aos agrotóxicos.

Limitações quanto à avaliação dos desfechos relacionados à saúde

Dos estudos selecionados, 21 utilizaram biomarcadores de efeito ou indicadores bioquímicos como uma variável-resposta à exposição aos agrotóxicos (37)- (46), (48)- (53), (55)- (59. Os biomarcadores de efeito identificam os estágios de progressão de um quadro subclínico antes que a manifestação dos sinais e sintomas estejam presentes e a doença diagnosticada, funcionando como preditores do desenvolvimento de agravos crônicos5. Entretanto, o elevado custo envolvido na coleta, armazenamento, processamento e análise dos fluidos biológicos pode limitar a obtenção de uma amostra representativa e, dessa forma, restringir a generalização dos resultados a populações semelhantes. O uso de amostragem por conveniência em tais estudos torna-se um ato frequente, o que é compreensível, porém perde-se em validade externa.

Além disso, devem-se considerar outras limitações desses biomarcadores de efeito, especialmente quanto ao uso das colinesterases para o monitoramento biológico ocupacional ou na prática clínica, a saber: a) grande variabilidade individual dos níveis basais dessas enzimas, não sendo adequado estabelecer um valor universal de referência para indicar intoxicação; b) dificuldade em se estabelecer valores pré-exposição para populações agrícolas, que em geral crescem e vivem nos locais de trabalho, sendo, portanto, regularmente expostas, o que impossibilita a definição de valores basais pré-exposição (uma opção seria considerar a medida na fase de baixa exposição, mas para determinadas culturas agrícolas o uso de agrotóxicos é quase ininterrupto88; c) a presença de outros problemas de saúde que alteram os níveis dessas enzimas no sangue - a BChE tem suas concentrações alteradas em quadros de anemias hemolíticas, anemia perniciosa, recuperação de hemorragia e condições associadas a reticulose. A AChE pode ter seus níveis reduzidos por outros fatores como ingestão de álcool, desnutrição, gravidez precoce, uso de cocaína, contraceptivos, determinados medicamentos, síndrome nefrótica e doenças hepáticas; d) diferenças nos valores de AChE e BChE em função da sensibilidade e especificidade dos diferentes métodos laboratoriais empregados89; e) ausência de consenso sobre o ponto de corte de medição da atividade dessas enzimas para a definição de intoxicação82. A exemplo, a norma regulamentadora do trabalho Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (NR-7) utiliza como indicador de intoxicação por agrotóxico depressão da atividade inicial da BChE de 30% em comparação aos níveis pré-exposição, de 50% para AChE e de 25% para o sangue total. Alguns toxicologistas recomendam outros valores de referência segundo o grau de intoxicação - leve, moderado e severo90), (91.

Mesmo diante de todas essas limitações, tais enzimas continuam sendo os indicadores de preferência para a avaliação de intoxicação por inseticidas organofosforados e/ou carbamatos nos serviços de saúde 89.

No entanto, vale destacar a possibilidade de se avaliar outros marcadores biológicos, tais como biomarcadores de genotoxidade e de estresse oxidativo, que podem complementar os resultados encontrados pelas colinesterases e servir de indicativos dos danos associados à exposição crônica aos agrotóxicos, conforme observado em alguns estudos desta revisão 40), (44)- (48), (54), (55), (58.

Os ensaios de genotoxicidade para avaliação de danos do DNA através do teste Cometa e teste do micronúcleo fundamentam-se em alterações nível celular que ocorrem no gene/DNA da célula. O teste Cometa detecta lesões reparáveis recentes, tais como quebras e locais com álcoois alcalinos, enquanto o teste do micronúcleo (MN) detecta dano não reparável, permanente. Entretano, alguns fatores como o ambiente de trabalho, uso de equipamento de proteção individual, tempo de exposição e condições da exposição podem afetar os níveis de danos citogenéticos e genotóxicos83.

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer92 descreveu três mecanismos predominantes para a genotoxicidade de metais que estão presentes no processo de carcinogênese: (1) interferência com a regulação redox celular e indução de estresse oxidativo, o que pode causar danos oxidativo ao DNA ou desencadear cascatas de sinalização levando a estimulação do crescimento celular; (2) inibição dos principais sistemas de reparo do DNA, resultando em instabilidade genômica e acumulação de mutações críticas; (3) desregulação da proliferação celular por indução de caminhos de sinalização ou inativação de controles de crescimento tais como genes supressores de tumor. Portanto, tais biomarcadores de efeito à exposição aos agrotóxicos podem sugerir condições internas alteradas de maior risco para o desenvolvimento de câncer.

Íons metálicos contidos em alguns agrotóxicos podem interferir com etapas distintas de vários sistemas de reparo do DNA e produzir espécies reativas de oxigênio (ROS), levando ao dano oxidativo do DNA. A exposição a diferentes categorias de pesticidas (por exemplo: organofosforados, carbamatos ou piretróides) pode levar ao estresse oxidativo em indivíduos que pulverizam esses agrotóxicos. Os mecanismos propostos na literatura são: formação de espécies reativas de oxigênio, geração de radicais livres, alteração da atividade de enzimas antioxidantes, como o aumento nos níveis da superóxido dismutase (SOD) e peroxidação lipídica9.

Assim, a avaliação de saúde desses trabalhadores que estão expostos aos agrotóxicos deveria apoiar-se neste tripé: histórico detalhado da exposição, avaliação clínica do estado de saúde e diagnóstico laboratorial por meio do uso de diferentes biomarcadores de efeito.

No que tange às categorias de agravos crônicos à saúde identificados, observou-se que, em 24 estudos, os autores recorreram a definições e critérios diagnósticos validados pela comunidade científica17), (18), (20), (26)- (28), (30)- (34), (38), (43), (45), (54), (60), (61), (69), (71), (72. Entretanto, o emprego de perguntas amplas tal como “qual o seu problema de saúde?”, como descrito no artigo de Jacobson et al. (69, não permite conhecer com precisão qual é o agravo/doença que poderia estar associado à exposição aos agrotóxicos na população estudada, limitando a interpretação dos achados encontrados. Destaca-se o estudo de Siqueira et al. (70, que revelou que aqueles que não aplicavam agrotóxicos foram os que mais relataram queixas sobre saúde. Porém, ao avaliar a qualidade de vida, através de um instrumento validado, os que aplicavam agrotóxicos referiram uma pior qualidade de vida. Daí, a importância cada vez maior de se medir também o conceito ampliado de saúde. Segundo Szwarcwald et al. 93, a autoavaliação de saúde é um indicador que expressa a percepção do indivíduo sobre o seu estado de saúde sendo reconhecido internacionalmente por apresentar boa associação com indicadores de morbi-mortalidade de doenças crônicas. Moreira et al. 94, ao avaliar uma amostra representativa de trabalhadores brasileiros, mostraram que a autoavaliação de saúde ruim/muito ruim associou-se positiva e significativamente ao trabalho em atividades agrícolas, se comparado àqueles que não desenvolviam tais atividades.

Limitações quanto à amostragem

O fato de se planejar um tamanho amostral adequado para representar a população que se pretende estudar nem sempre é acompanhado da seleção probabilística dos indivíduos que comporão a amostra, como ocorreu na maioria dos estudos que utilizaram biomarcadores de efeitos e nas pesquisas de Rosales44 e Faria et al. (64. Tal fato prejudica a extrapolação dos resultados para outras populações de agricultores, perdendo-se em validade externa.

Limitações quanto ao delineamento dos estudos

Estudos transversais fornecem informações sobre o diagnóstico de saúde de um grupo populacional e, por isso, auxiliam o planejamento local em saúde. Entretanto, não testam hipóteses de causalidade entre exposição e desfecho, já que não conseguem identificar se a exposição antecedeu ou não o desfecho, uma vez que os dados sobre ambos são coletados simutalneamente. Vieses de causalidade reversa são frequentes nesse tipo de estudo. Os resultados encontrados por Dasgupta et al. (60 (associação inversa entre quantidade de agrotóxico utilizado e chance de intoxicação) corroboram essa afirmação. Já estudos caso-controle possibilitam o cálculo de medidas de efeito, e, portanto, testam a causalidade entre a exposição e o desfecho. Entretanto, os vieses de seleção ocorrem regularmente, devido à dificuldade de identificação de controles representativos da mesma base populacional dos casos. Assim, a ausência de associação entre exposição a organoclorados e câncer de bexiga observada no estudo de Boada et al. (27 pode ser atribuída ao uso de controles de base hospitalar. No tocante aos estudos de coorte, a principal limitação decorre do tempo de seguimento da população, especialmente para doenças crônicas, como o câncer, que demandam tempo de seguimento suficientemente longo para se observar a incidência do mesmo, favorecendo as perdas ao longo do seguimento e, dessa forma, enviesando os resultados. Provavelmente a ausência de associação entre exposição aos agrotóxicos e câncer de bexiga no estudo de Boulanger et al. (28 atribuem-se ao curto tempo de seguimento (cinco anos).

Conclusão

As evidências identificadas nesta revisão sugerem a necessidade de se complementar a avaliação de saúde do trabalhador exposto aos agrotóxicos com monitoramento biológico utilizando biomarcadores de efeito de genotoxicidade e citotoxicidade, a fim de se promover e ampliar a vigilância da exposição e de intoxicações crônicas, tais como o câncer.

Para estudos futuros, aconselha-se incluir outras formas de se avaliar a saúde de populações expostas aos agrotóxicos, incorporando também o conceito ampliado de saúde, por meio do indicador “autoavaliação de saúde”, pois esse indicador tem sido reportado como um bom marcador para avaliação de risco de morbi-mortalidade - tema ainda muito pouco explorado nos estudos que avaliam a saúde das populações agrícolas.

Esta revisão não esgota as evidências científicas referentes ao tema, porém fornece indícios de que a avaliação da exposição aos agrotóxicos é complexa e a diversidade de danos associados à saúde é alarmante, revelando que esse grupo de trabalhadores apresenta risco elevado para a ocorrência de agravos crônicos (câncer, doenças mentais, neurológicas, endócrinas, renais, auditivas, respiratórias e autoimune), efeitos subclínicos (danos genéticos e alterações bioquímicas) e sinais e sintomas clínicos de intoxicação aguda. Recomenda-se que órgãos competentes considerem todos estes achados para fins de registro e reavaliação de agrotóxicos no Brasil, uma vez que o país é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo95. Na incerteza dos danos, os princípios da precaução e da prevenção devem ser priorizados com o intuito de proteger a saúde da população.

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    Os autores informam que o trabalho foi baseado em tese de doutorado de Fernanda de Albuquerque Melo Nogueira intitulada Estudo sobre condições de vida, trabalho e saúde de trabalhadores agrícolas no Brasil: uma análise dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013, defendida em 2020 no programa de pós-graduação em Informação, Comunicação em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz.
  • 2
    Os autores informam que o trabalho não foi apresentado em evento científico.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    08 Nov 2018
  • Revisado
    10 Set 2019
  • Aceito
    13 Set 2019
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