Resposta para: Comparação entre técnicas de higiene brônquica em pacientes mecanicamente ventilados: ensaio clínico randomizado

Naue, Wagner da Silva; Herve, Bruno Barcelos; Vieira, Fernando Nataniel; Deponti, Gracieli Nadalon; Martins, Luciane de Fraga; Dias, Alexandre Simões; Vieira, Silvia Regina Rios

doi:10.5935/0103-507X.20190081

Ao Editor

Os autores agradecem os comentários e a oportunidade de esclarecer pontos do estudo publicado na Revista Brasileira de Terapia Intensiva.⁽¹1 Naue WS, Herve BB, Vieira FN, Deponti GN, Martins LF, Dias AS, et al. Comparison of bronchial hygiene techniques in mechanically ventilated patients: a randomized clinical trial. Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):39-46.⁾ Sobre a aspiração isolada ter dado a impressão de que foi mais efetiva que a hiperinsuflação no modo pressão controlado, podemos destacar que a hiperinsuflação foi realizada com tempo inspiratório de 1,67 segundo e relação inspiratória/expiratória 1/2 (conforme descrito na metodologia), com o intuito de diminuir o pico de fluxo inspiratório em relação ao pico de fluxo expiratório e evitar a auto-PEEP. Além disso, os estudos que sugerem que o modo ventilatório a volume é mais efetivo para realizar a hiperinsuflação e o controle do tempo de subida inspiratório foram realizados em bancada com simuladores pulmonares e em modelos animais,⁽²2 Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Ventilation patterns influence airway secretion movement. Respir Care. 2008;53(10):1287-94.^,³3 Thomas PJ. The effect of mechanical ventilator settings during ventilator hyperinflation techniques: a bench-top analysis. Anaesth Intensive Care. 2015;43(1):81-7.⁾ diferenciando bastante da amostra do nosso estudo; estudos prévios utilizaram modos ventilatórios nos quais os pacientes foram ventilados a pressão,⁽⁴4 Lemes DA, Zin WA, Guimarães FS. Hyperinflation using pressure support ventilation improves secretion clearance and respiratory mechanics in ventilated patients with pulmonary infection: a randomised crossover trial. Aust J Physiother. 2009;55(4):249-54.^,⁵5 Naue WS, Forgiarini Junior LA, Dias AS, Vieira SR. Chest compression with a higher level of pressure support ventilation: effects on secretion removal, hemodynamics, and respiratory mechanics in patients on mechanical ventilation. J Bras Pneumol. 2014;40(1):55-60.⁾ justificando, assim, a escolha deste modo ventilatório para realização da hiperinsuflação.

A randomização do estudo pode ter gerado um pouco de confusão, mas não se tratava de um ensaio clínico cruzado. O cruzamento da aspiração com a técnica de hiperinsuflação (hiperinsuflação com ventilador mecânico, vibrocompressão e hiperinsuflação com ventilador mecânico associada à vibrocompressão) foi realizado somente nas primeiras 24 horas, conforme a metodologia descrita no estudo, com o objetivo de avaliar o desfecho secreção pulmonar aspirada. Após este período, a técnica de hiperinsuflação selecionada foi realizada, enquanto os pacientes estiveram em ventilação mecânica duas vezes ao dia, até o desfecho extubação ou óbito.

Ressaltamos, ainda, que novos estudos, comparando diferentes modos ventilatórios para realizar a hiperinsuflação pulmonar em pacientes em ventilação mecânica são necessários para esclarecer este ponto.

REFERÊNCIAS

¹
Naue WS, Herve BB, Vieira FN, Deponti GN, Martins LF, Dias AS, et al. Comparison of bronchial hygiene techniques in mechanically ventilated patients: a randomized clinical trial. Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):39-46.
²
Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Ventilation patterns influence airway secretion movement. Respir Care. 2008;53(10):1287-94.
³
Thomas PJ. The effect of mechanical ventilator settings during ventilator hyperinflation techniques: a bench-top analysis. Anaesth Intensive Care. 2015;43(1):81-7.
⁴
Lemes DA, Zin WA, Guimarães FS. Hyperinflation using pressure support ventilation improves secretion clearance and respiratory mechanics in ventilated patients with pulmonary infection: a randomised crossover trial. Aust J Physiother. 2009;55(4):249-54.
⁵
Naue WS, Forgiarini Junior LA, Dias AS, Vieira SR. Chest compression with a higher level of pressure support ventilation: effects on secretion removal, hemodynamics, and respiratory mechanics in patients on mechanical ventilation. J Bras Pneumol. 2014;40(1):55-60.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
20 Jan 2020
Data do Fascículo
Oct-Dec 2019

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[1] ¹
Naue WS, Herve BB, Vieira FN, Deponti GN, Martins LF, Dias AS, et al. Comparison of bronchial hygiene techniques in mechanically ventilated patients: a randomized clinical trial. Rev Bras Ter Intensiva. 2019;31(1):39-46.

[2] ²
Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Ventilation patterns influence airway secretion movement. Respir Care. 2008;53(10):1287-94.

[3] ³
Thomas PJ. The effect of mechanical ventilator settings during ventilator hyperinflation techniques: a bench-top analysis. Anaesth Intensive Care. 2015;43(1):81-7.

[4] ⁴
Lemes DA, Zin WA, Guimarães FS. Hyperinflation using pressure support ventilation improves secretion clearance and respiratory mechanics in ventilated patients with pulmonary infection: a randomised crossover trial. Aust J Physiother. 2009;55(4):249-54.

[5] ⁵
Naue WS, Forgiarini Junior LA, Dias AS, Vieira SR. Chest compression with a higher level of pressure support ventilation: effects on secretion removal, hemodynamics, and respiratory mechanics in patients on mechanical ventilation. J Bras Pneumol. 2014;40(1):55-60.