Indicações |
Não usar abordagem tamanho único: apenas indicações positivas (efeitos cognitivos, ventilatórios, circulatórios, renais, metabólicos, ausência de imunoparalisia inata etc.) |
Contraindicações |
Síndrome do seio sinusal, bradicardia espontânea ou induzida por fármacos, bloqueio AV II/III, hipovolemia descompensada, insuficiência hepática (considerar clonidina), insuficiência renal (considerar dexmedetomidina, a menos que haja terapia de substituição renal em curso ou considerada) |
Seleção de fármacos |
A dexmedetomidina é mais fácil de utilizar (meia-vida mais curta); a clonidina é mais fácil de usar por via oral em pacientes não intubados com delirium tremens; transição de agonistas alfa-2 com clonidina ou guanfacina por via oral |
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Nunca utilizar agonista alfa-2 em bolo: colocar um aviso “não administrar bolo no equipo de infusão do agonista alfa-2”(65) |
1 Paciente estável
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Mudança de sedação convencional para cooperativa |
Retirada abrupta de sedação convencional imediatamente seguida por infusão por via intravenosa de agonista alfa-2 (dexmedetomidina 1,5μg.kg-1.h-1 ou clonidina 2μg.kg-1.h-1 e, então, titulação até o efeito): aguardar 1 - 3 horas (dexmedetomidina) a 2 - 6 horas (clonidina) até alcançar o estado-estável de sedação cooperativa |
Sedação de resgate |
Sugere-se que a administração de alta dose de agonista alfa-2 alcance o estado-estável de sedação cooperativa o mais cedo possível com mínimo uso de sedação de resgate. Contudo, a dose de agonista alfa-2 tem de ser diminuída para obter um efeito (-2 < RASS < 0) o mais cedo possível |
Sedação de resgate ao alcance da mão em pacientes jovens combativos: bolo de midazolam 3 - 5mg (escolher a dose mais baixa; apenas bolo) para repetir a cada 5 - 15 minutos se necessário, até atingir o estado-estável de sedação cooperativa |
Titular dexmedetomidina/clonidina até o efeito:-2 < RASS < 0; terapia de suporte: fisioterapia precoce, preservação do ciclo sono-vigília etc. |
Antes de atividades da enfermagem, se necessário considerar um bolo de midazolam 3mg com tranquilização |
2 Paciente instável
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Delirium tremens refratário
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Objetivo |
Terapia de suporte como usual (hidratação, potássio, magnésio, vitaminas etc.) |
Sedação mais profunda transitória (RASS =-3) durante cessação de agitação com agonistas alfa-2 combinados se necessário com neurolépticos |
Então: paciente tranquilo (-2 < RASS < 0), sem movimentos bruscos, agitação, alucinação, tremor fino por > 24 horas; tão logo cessem por > 24 horas agitação, alucinação, tremor, considerar diminuir o tratamento farmacológicos nas próximas 48 - 96 horas |
Seleção de fármacos |
Agonista alfa-2 ± neurolépticos (se necessário muito raramente: ± benzodiazepínico em baixa dose: midazolam 0,5 - 1mg.h-1 ± baclofeno) |
Descontinuar o uso de benzodiazepínicos, analgésicos opioides etc. imediatamente quando da admissão; utilizar benzodiazepínicos ou analgésicos opioides apenas como sedação ou analgesia de resgate |
Paciente não intubado: clonidina p.o. 300 - 600μg em pequena quantidade de água a cada 4 horas e, então, a cada 6 horas, depois a cada 8 horas etc. até 2 - 3μg.kg-1.h-1 por 72 - 96 horas |
Paciente intubado: |
Cuidar iterativamente da volemia |
Dexmedetomidina 1,5μg.kg-1.h-1 ou clonidina 2μg.kg-1.h-1 |
Colocar uma etiqueta “não fazer bolo” no equipo de infusão(65) |
Quando agonistas alfa-2 não são suficientes para levar a-2 < RASS < 0 com ausência de movimentos bruscos, agitação ou tremor, suplementar com neurolépticos |
a) Alucinações: bolo de haloperidol 5 - 10 mgx4 ou 50mg/48mL/24 horas: 2mg.h-1 a ser reduzido logo que RASS <-2 |
Nota: considerar a dose máxima de haloperidol: 30mg.d-1;(93) alguns autores utilizam doses significantemente mais altas |
b) Agitação: loxapina 100mgx4 por tubo nasogástrico a ser diminuído para 75mgx4, então 50mgx4 etc., e cessado logo que possível |
Administrar neurolépticos como fármaco de primeira linha (por exemplo haloperidol 5mg por via intravenosa ou loxapina 100mg por tubo nasogástrico) para evitar agitação abrupta quando da retirada de sedação convencional e antes de obter o estado-estável de sedação cooperativa: suprimir neurolépticos para tornar o tratamento o mais simples possível logo que for possível |
Nota: monitorar o QT durante a administração de neurolépticos |
Extubação traqueal |
Os agonistas alfa-2 não suprimem os reflexos das vias aéreas: (a) avaliar a condição clínica (ventilação, circulação, infecção, inflamação etc.); (b) primeiro diminuir os neurolépticos; (c) titular os agonistas alfa-2 até-2 < RASS < 0, então extubar sob administração contínua de agonistas alfa-2 para mante r-2 < RASS < 0 |
Retirada gradual de agonistas alfa-2 |
Abstinência de agonista alfa-2 é de ocorrência rara: contudo, reduzir gradualmente o agonista alfa-2 por via intravenosa ou p.o. em 48 - 96 horas; clonidina p.o. ou guanfacina p.o. são úteis para isso |
Alta da UTI |
Não dar alta ao paciente muito cedo para a enfermaria (alucinações ou tremor podem ser suprimidas por > 24 horas): os agonistas alfa-2 são geralmente retirados na enfermaria, com reintrodução de benzodiazepínicos, levando à readmissão à UTI |
Choque/desconforto circulatório
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Lidar persistentemente com hipovolemia |
Elevação passiva das pernas iterativa (Figura 1)(121) e ecocardiografia (colapsibilidade da veia cava etc.) para permitir a ausência de aumento da pressão sistêmica ou do débito cardíaco após carga hídrica (por exemplo: cristaloides em bolo de 1.000mL/70kg) |
Carga de volume (bolo de 1.000mL/70kg) enquanto perdurar a hipovolemia (uma resposta pressórica melhor ou melhora do débito cardíaco em resposta à elevação passiva das pernas não necessariamente significa que o paciente está hipovolêmico; Figura 1).(122) Os pulmões devem ser mantidos secos |
Objetivo: manutenção do volume sistólico,(109) diurese, supressão de livedo, normalização do tempo de reenchimento capilar, lactato, gap de CO2 e SsvcO2 |
"Começar lento, seguir devagar ": dexmedetomidina 0,125μg.kg-1.h-1 por 1 hora, então incrementos de 0,125 a 0,375μg.kg-1.h-1 por hora até 1,5μg.kg-1.h-1, segundo uso iterativo de elevação passiva das pernas, ecocardiografia e resposta circulatória; sedação de resgate apenas em caso de agitação |
Ou clonidina 0,125μg.kg-1.h-1 por 1 hora, então incrementos de 0,125 a 0,375μg.kg-1.h-1 por hora, até 2μg.kg-1.h-1, segundo uso iterativo de elevação passiva das pernas, ecocardiografia e resposta circulatória; sedação de resgate em caso de agitação |
Vasopressores e inotrópicos segundo as usuais indicações clínicas e ecocardiográficas; não se observa aumento na necessidade de vasopressores ou inotrópicos exceto em caso de hipovolemia ou insuficiência ventricular não tratadas antes e durante o início da sedação cooperativa |
Antiarrítmicos (amiodarona, verapamil, betabloqueadores etc.) utilizados conforme indicado se a doses e velocidade de administração forem reduzidas em 50-75% |
Desconforto ventilatório sem distúrbio circulatório
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Cessar abruptamente a sedação convencional; caso necessário, sedação de resgate disponível imediatamente para manter-2 < RASS < 0 |
Cuidar de todas as causas de taquipneia/hiperpneia: controle da febre, agitação, inflamação, água pulmonar, acidose sistêmica, microcirculação comprometida, hipercapnia e hipoxemia |
Cuidar insistentemente da volemia e da função circulatória: ver desconforto circulatório |
Dexmedetomidina 1,5μg.kg-1.h-1 ou clonidina 2μg.kg-1.h-1 então titulada até-2 < RASS < 0 |
Desconforto cardioventilatório agudo
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Além do objetivo do aviso destinado aos membros juniores da equipe: estabilizar antes a circulação ou a ventilação, dependendo da condição clínica, e, a seguir, mudar de sedação convencional para cooperativa de forma discriminada: “começar lento, seguir devagar”, de forma claramente cautelosa |
Antinocicepção
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Após atingir o estado-estável de sedação cooperativa, avaliar a dor: Escala Visual Analógica (pacientes não intubados) ou Escala Comportamental de Dor (pacientes intubados); pacientes clínicos precisam de pouca antinocicepção; pacientes cirúrgicos precisam de mais antinocicepção |
Analgesia não opioide |
Como os agonistas alfa-2 proporcionam analgognosia e analgesia sem depressão respiratória, o uso de opioides com um efeito depressor respiratório parece ser contraproducente |
a) Quetamina 50 - 100mg.dia-1, tramadol 400mg.dia-1, nefopam 100mg.dia-1/48mL: 2mL.h-1. Essas doses devem ser reduzidas em 50 - 75% após 1 - 3 dias de impregnação completa com um agonista alfa-2 |
Nota: em pacientes idosos, administrar nefopam 20mg/dia por 1 - 2 dias, e, então, se necessário, aumentar a dose de nefopam até 100mg se não ocorrerem efeitos colaterais cognitivos; atenção a possível retenção urinária, se não for realizada cateterização com Foley |
Nota: tramadol é um analgésico opiode fraco que atua nos receptores μ e é contraindicado na presença de insuficiência renal aguda |
Evitar totalmente analgésicos opioides ou cessar cedo a administração de tramadol-nefopam em pacientes idosos, considerar |
b) Amitriptilina (Laroxyl®) 25mg por via intravenosa x 4 ou lidocaína 0,5mg/kg/hora (dose de ataque: 1mg. kg-1.h-1) ou quetamina (0,25mg kg-1.h-1) infusão |
c) Ou pregabalina (Lyrica®) 150 - 600mg/dia: começar com 25mg x 2 por n/g (Dia 0), então 50 x 2 (Dia 2), 75 x 2 (Dia 3) etc.; em caso de pancreatite ou neuromiopatia da UTI, considerar 150 x 2 até uma dose diária total de 600mg |
c) Gabapentina (Neurontin® 100 - 900mg/dia) ou carbamazepina (Tegretol® 200 - 400mg/dia) |
Opioides de resgate |
Apenas se necessário, após avaliação da dor, analgésicos opioides de resgate introduzidos parcimoniosamente com alvo de ventilação espontânea precoce, mobilidade intestinal e ausência de hiperalgesia |
B: Sedação cooperativa de novo
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Indicações |
Evitar abordagem tamanho único: apenas indicações positivas (efeitos cognitivos, ventilatórios, circulatórios, renais, metabólicos; ausência de imunoparalisia inata etc.) |
Contraindicações |
Síndrome do seio sinusal, bradicardia (espontânea ou induzida por medicamentos), bloqueio AV II/III, hipovolemia não compensada, insuficiência hepática (considerar clonidina), insuficiência renal (considerar dexmedetomidina a menos que haja terapia de substituição renal em curso ou considerada) |
Seleção de fármacos |
Dexmedetomidina é mais fácil de usar (meia-vida mais curta); clonidina é mais fácil de usar quando a via oral é possível (pacientes com delirium tremens não intubados); transição de agonista alfa-2 por via intravenosa com clonidina ou guanfacina para sem tratamento |
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Colocar um aviso “não fazer bolo” no equipo de infusão: nunca usar bolo de agonista alfa-2 |
Desconforto circulatório
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Cuidar insistentemente da volemia e circulação: A |
Começar lento e seguir devagar na administração de agonista alfa-2: A |
Ter sedação de resgate e intensa imediatamente disponível: A |
Cuidar da volemia antes da anestesia geral, intubação traqueal e ventilação com pressão positiva + PEEP: considerar volume (1.000mL/70kg)(163) |
Considerar fluxo muito alto de oxigênio ou ventilação não invasiva: oxigenação e supressão do trabalho respiratório (lesão pulmonar autoinflingida pelo paciente) antes de intubação |
Dexmedetomidina 1.5μg.kg-1.h-1 ou clonidina 2μg.kg-1.h-1 então titulado até-2 < RASS < 0, imediatamente após ventilação não invasiva ou ventilação invasiva |
Antinocicepção
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Avaliar a dor: Escala Visual Analógica em paciente não intubado ou escala comportamental de dor em paciente intubado |
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Fármacos: prioridade para analgésicos não opioides; uso de analgésicos opioides apenas para resgate; tabela A |