Inúmeros fatores podem influenciar a absorção da levotiroxina nos pacientes hipotireoideos, especialmente medicações e administração concomitante com alimentos. Nos pacientes internados em unidade de terapia intensiva, estes fatores são mais evidentes, principalmente em função da dieta enteral contínua além de diversas medicações que podem interferir na sua absorção. Alterações adaptativas no eixo hipotálamo-hipófise-tireóide e alterações clínicas comumente presentes em pacientes críticos que podem ter contribuição de um hipotiroidismo não tratado se associam tornando ainda mais difícil o manuseio da reposição de levotiroxina. Relatamos dois casos de pacientes com hipotiroidismo internados em unidade de terapia intensiva, com suas respectivas abordagens para reposição de levotiroxina, levantando questões controversas como: qual a dose ideal de reposição, velocidade no incremento das doses, necessidade de associação com triiodotironina, interferência da dieta enteral na absorção, e finalmente as possíveis conseqüências de um hipotiroidismo não tratado e as formas clínicas e laboratoriais para monitorizar as doses hormonais administradas.
Absorção; Levotiroxina/farmacocinética; Hipotireoidismo; Cuidados críticos; Relatos de casos