Objetivou-se quantificar a produção e o valor nutritivo do capim-elefante (cv. Cameroon), em Lages, Santa Catarina, identificando possíveis limitações à sua utilização e demonstrando sua viabilidade na região. O ensaio foi conduzido entre 1982 e 1985, no qual o capim-elefante foi estabelecido em parcelas, dispostas em delineamento de blocos ao acaso. Os tratamentos constaram da soma dos dias de crescimento até o momento dos cortes, a fim de se estabelecer a curva de crescimento. A produção de massa seca (MS) acumulada foi avaliada a partir do 42º dia após o corte de uniformização, sendo que as parcelas foram cortadas em seqüência, a cada 21 dias, até completarem 210 dias de crescimento, respeitando-se um resíduo de 50 cm. A capacidade de rebrotação dentro do período também foi avaliada a cada 21 dias. Os dados foram submetidos a análises de variância e de regressão. O acúmulo de massa seca do capim-elefante foi significativamente dependente dos dias de crescimento, com taxas de 185 e 65 kg/ha/dia de MS, em 1983/84 e 1984/85, respectivamente. No primeiro período, obtiveram-se aos 210 dias 31.132 kg/ha de MS, sendo 3.310 kg/ha de MS aos 63 dias iniciais. Em 1984/85, as plantas acumularam o equivalente a um terço da MS obtida no ano anterior, provavelmente por problemas nutricionais e déficit hídrico. Na avaliação das rebrotações, as maiores produções foram obtidas com plantas de 42 (1.149 kg MS/ha) e 63 dias (1.259 kg/ha de MS). Na média dos dois períodos, foram obtidos até 20% de PB e 65% de DIVMS. Apesar do clima frio, o capim-elefante é uma alternativa viável como forrageira para o Planalto Catarinense.
Cameroon; DIVMS; proteína