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Machos de Euglossini deixam a floresta tropical para coletar fragrâncias em uma monocultura de cana-de-açúcar?

Abelhas Euglossini são conhecidas por serem polinizadores de longas distâncias em florestas tropicais. No entanto, existem controvérsias sobre o raio de vôo dessas abelhas entre fragmentos florestais. Em um fragmento isolado de Mata Atlântica, cercado por monoculturas de cana-de-açúcar, em Pernambuco, Nordeste brasileiro, foi examinado se os machos de Euglossini deixam a mata para coletar fragrâncias. Machos de Euglossini foram capturados simultaneamente por iscas odoríferas ao longo de um transecto em sete pontos: interior da mata, borda da mata e no canavial, a distâncias de 10 m, 50 m, 100 m, 250 m e 500 m da borda. Foram registrados 945 indivíduos de Euglossini pertencentes a 16 espécies. Os resultados mostram diferentes relações das espécies de Euglossini com a floresta fechada. Machos de 11 espécies não saíram da mata. Essas espécies, juntamente com suas plantas relacionadas, parecem ser as mais ameaçadas pela fragmentação do habitat. Apenas abelhas de cinco espécies foram encontradas em iscas odoríferas no canavial. Além do mais, o ponto de amostragem de 10 m fora da mata mostrou uma acentuada redução na riqueza de espécies, indicando que a borda da mata é uma barreira para a maioria das espécies de Euglossini.

Fragmentação de habitat; iscas odoríferas; Mata Atlântica; Nordeste brasileiro


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