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Condicionantes ambientais na distribuição e no periodo reprodutivo do Orthopristis ruber (Cuvier) (Teleostei, Haemulidae) na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil

Environmental constraints on distribution and reproductive period of Orthopristis ruber (Cuvier) (Teleostei, Haemulidae) in the Sepetiba Bay, Rio de Janeiro, Brasil

Orthopristis ruber (Cuvier, 1830) é uma espécie muito comum na costa brasileira, sendo encontrada em baias, onde figura entre os mais abundantes peixes nos arrastos de fundo. Este trabalho tem por objetivo avaliar a influência das condicionantes ambientais na distribuição espaço-temporal e no período reprodutivo de O. ruber na Baía de Sepetiba, uma área costeira semi-fechada no sul do Rio de Janeiro. Foi realizado um programa de arrasto de fundo, entre outubro de 1998 e setembro de 1999, em três zonas da baía, estabelecidas de acordo com sua proximidade do mar (interna, central e externa). Amostras mensais de peixes foram tomadas em triplicatas em cada ocasião de amostragem, bem como foram medidas as variáveis ambientais de temperatura, salinidade, transparência e profundidade. Abundância relativa foi avaliada com base nas CPUEs (Captura por Unidade de Esforço) em termos de número e de biomassa, enquanto o período reprodutivo foi determinado com o índice gonadossomático. Um total de 866 indivíduos foi capturado, com o tamanho variando entre 31 e 293 mm de comprimento total e proporção sexual de 1:1. Um maior número de peixes foi registrado em janeiro/fevereiro e em maio, embora não tenha sido encontrada diferença na abundancia relativa entre as estações do ano. Espacialmente, os maiores números e biomassas foram registrados na zona externa. Correlação positiva significativa foi encontrada entre a abundancia relativa e a profundidade, salinidade e transparência, e negativa com a temperatura. O período reprodutivo, indicado pelos maiores valores de índices gonadosomático (IGS), provavelmente ocorre de junho a setembro, coincidindo com as menores temperaturas. Esta espécie parece ter distribuição limitada às zonas mais externa da baia, próxima à influência com o mar, com maiores influxos no verão, como provável efeito da das Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS) que comprimem as Águas Costeiras (AC) para a baía.

Baias; cocoroca; ecologia de peixes; peixes costeiros; variáveis ambientais


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