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Caracterização química de grãos de trigo naturalmente contaminados por desoxinivalenol-DON quando cultivados sob estratégias de manejo de nitrogênio

RESUMO

Composição química e contaminação de grãos de trigo (Triticum aestivum L.) afeta diretamente a qualidade da farinha obtida, determinando sua aceitabilidade e uso pela indústria. Ensaios foram conduzidos a campo para avaliar o impacto de práticas agrícolas na qualidade de grãos de trigo (composição química e contaminação). O cultivo foi feito em sucessão ao milho ou soja (sucessão de culturas), com aplicação de nitrogênio em cobertura (0, 30, 60, 90 e 120 kg ha-1), utilizando sementes inoculadas ou não com Azospirillum brasilense. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), comparação de médias por teste de Tukey (<0,05) e regressão para doses de nitrogênio. Sucessão de cultura alterou a composição química do grão (p<0,05), com exceção do teor lipídico (p>0,05). Menor teor de proteína (-21,6%; p<0,05) e maior de carboidratos totais (+4,5%; p<0,05) foram observados com o cultivo do trigo após o milho, em comparação a sucessão com a soja e sem aplicação de nitrogênio em cobertura (0 kg ha-1). Quando cultivado após o milho, o teor de proteína nos grãos de trigo foi o fator com maior variação em resposta a doses crescentes de nitrogênio (11,1 a 16,5%, um incremento de até 48,2% no conteúdo total), devido a uma correlação positiva com a variável independente (r> 0,80; p<0,05). Em relação à contaminação por DON, 83,1% (133/160) das amostras apresentaram contaminação abaixo do limite máximo tolerado vigente estabelecido pela legislação brasileira para farinha integral de trigo (<1250 µg kg-1). O manejo da disponibilidade de nitrogênio pode ser recomendado como procedimento adicional para obtenção de matéria-prima com perfil químico desejado.

Palavras-chave:
Triticum aestivum (L.); Sucessão de cultura; Dose de nitrogênio; Azospirillum brasilense; Composição do grão

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