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Pedogênese de solos alto-montanos da Serra da Mantiqueira, Brasil

RESUMO

Na região da Serra da Mantiqueira os estudos pedogenéticos podem contribuir tanto para o entendimento de eventos pretéritos como para auxiliar na conservação dos recursos naturais. Este estudo objetivou caracterizar solos de região altomontana de Minas Gerais para avaliar a influência das condições paleoambientais na pedogênese. Cinco perfis foram selecionados e caracterizados quanto aos atributos morfológicos, físicos e químicos. Análises isotópicas de 13C foram realizadas em amostras de solo coletadas nas profundidades de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 80 e 100 cm; exceto em P2, que foi coletado até 60 cm de profundidade. A distribuição errática das frações granulométricas e de C evidenciam a natureza sedimentar dos solos, resultado da ação erosiva condicionada pelo relevo. Nos perfis P2, P4 e P5 (Cambissolos/Cambisols) a coloração brunada indica o processo de xantização, enquanto no perfil P1 (Argissolo/Lixisol) é evidenciado o processo de eluviação e iluviação, resultando no incremento de argila em profundidade e pela presença de cerosidade. Em P3 (Latossolo/Ferralsol) os pequenos valores de soma de bases, remoção de sílica e valores da razão SiO2/Al2O3 (índice ki) inferiores a 1,0 evidenciam o intemperismo avançado e o processo de alitização. Nos perfis verifica-se elevados teores de C orgânico em profundidade e acúmulo superficial, o que sugere a ocorrência do processo de melanização. A variação na assinatura isotópica do δ 13C indica uma condição pretérita mais seca, com vegetação mista, com mudança gradual de vegetação com via fotossintética predominante C3. Em P1 e P4, a diminuição dos teores de δ 13C em superfície é resultado da ação antrópica.

Palavras-chave:
Pedoambiente; Solos de altitude; Carbono; Horizonte húmico

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