RESUMO
A videira ‘BRS Magna’ tem como vantagens a adaptação a diferentes regiões brasileiras e a elaboração de suco de qualidade. Entretanto, requer a definição de componentes do sistema de cultivo, como porta-enxerto, para cada região. O objetivo deste estudo foi caracterizar a composição química e o potencial antioxidante de sucos de uvas colhidas de videiras ‘BRS Magna’ cultivadas sobre diferentes porta-enxertos, nas condições tropicais do Submédio do Vale do São Francisco. As uvas foram colhidas no Campo Experimental de Bebedouro/Embrapa Semiárido, em Petrolina-PE, Brasil. Os tratamentos corresponderam aos porta-enxertos ‘IAC 766’, ‘IAC 572’, ‘IAC 313’, ‘Freedom’, ‘Paulsen 1103’, ‘Harmony’ e ‘SO4’. Foram elaborados os sucos de uvas de duas safras, para avaliação após o armazenamento. Para cada safra, adotou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com quatro repetições. A qualidade dos sucos variou com os tratamentos, em cada duração do armazenamento. Aos nove meses, os sucos da primeira safra apresentaram perda de pigmentos e de compostos fenólicos, sendo que aquele elaborado com uvas de plantas enxertadas sobre ‘Harmony’ distinguiu-se pelos teores de sólidos solúveis (SS), intensidade de cor (IC), antocianinas, índice de polifenois totais (IPT) e capacidade antioxidante. Os sucos da segunda safra, aos quatro meses, caracterizaram-se por maiores teores de alguns compostos, destacando-se o tratamento ‘SO4’ pelos SS, IC, polifenóis extraíveis totais, IPT e capacidade antioxidante. Os porta-enxertos menos vigorosos conferiram melhor qualidade ao suco, desde que se considere o potencial de armazenamento e o processo de elaboração.
Palavras-chave:
Potencial antioxidante; Sistemas de cultivo; Uvas híbridas; Vitivinicultura tropical