RESUMO
Os solos com Terra Preta Arqueológica (TPA) são formados pela deposição contínua de resíduos orgânicos e mantêm sua fertilidade elevada mesmo após anos de cultivo. O objetivo do trabalho foi caracterizar e quantificar as formas de fósforo orgânico em sítios de Terra Preta Arqueológica (TPA), visando compreender a dinâmica desse elemento e contribuir com o desenvolvimento de práticas sustentáveis de uso do solo. Foram utilizadas amostras de 10 perfis com horizonte A antrópico (TPA) em Latossolos, Argissolos e Gleissolo, usando como referência solos adjacentes não antropogênicos, localizados na Amazônia Oriental. As amostras referentes aos horizontes A, horizonte de transição e B, foram submetidas ao fracionamento sequencial do P, em extrato ácido e básico e demais caracterizações físico-químicas. A fração de P em extrato ácido nos horizonte A1 e B predominou sobre as frações lábeis e solúvel em extrato básico em todas as áreas, apresentando os maiores percentuais observados na forma inorgânica. Verificou-se o aumento do conteúdo de fósforo orgânico lábil (Pol) no horizonte A1, com redução entre os horizontes A e B de 97,6%. O fósforo total (PT) apresentou teores significativamente elevados (6.778 mg dm-3) nos horizontes A de TPA em comparação com o mesmo horizonte no solo de referência (168 mg dm-3). Na fração total observou-se o predomínio do fósforo inorgânico sobre o fósforo orgânico, enquanto que nas frações lábeis ocorreu o inverso. Portanto, a maior parte do P total lábil está acumulado nas frações orgânicas do solo, representando uma forma ativa para o fornecimento do nutriente aos vegetais à medida que se mineraliza.
Palavras-chave: Fracionamento sequencial; Solos antrópicos; Fósforo lábil; Carbono Pirogênico