RESUMO
O Brasil, como a grande parte dos países no mundo, convive com a expansão de doadores de órgãos de critério estendido, principalmente devido ao envelhecimento da população e à epidemia de obesidade. Dúvidas em relação à qualidade desses órgãos juntamente com as longas extensões territoriais do país comprometem a taxa de utilização de fígados de doadores e agravam a discrepância entre o número de transplantes hepáticos realizados e o necessário. A máquina de perfusão hepática oxigenada ex situ oferece preservação superior para fígados de doadores de critério estendido, limitando o tempo de isquemia fria e oferecendo a possibilidade de avaliação da função antes do transplante bem como o recondicionamento de órgãos de qualidade limítrofe. Objeções como o custo financeiro, dificuldade de transporte do dispositivo entre hospitais e a demanda de profissionais treinados para o manuseio devem ser apreciadas diante da possibilidade do aumento do número de transplantes e a maior taxa de utilização de órgãos de doadores. A otimização na utilização desse recurso, por meio da seleção cuidadosa de doadores, e o conhecimento técnico-científico adequado podem garantir a implementação eficaz e bem sucedida dessa tecnologia.
Palavras chave:
Transplante de Fígado; Máquina de Perfusão Hepática ex situ; Doadores de Critério Estendido; Preservação de Órgãos; Doação de Órgãos