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Construção e validação de cenário para treinamento de sedação na sala de urgência para procedimento cirúrgico pediátrico por simulação in situ

RESUMO

Introdução:

a sedação e analgesia são procedimentos fundamentais para crianças submetidas a intervenções invasivas, devendo-se evitar complicações durante sua realização. A simulação in situ permite, por sua vez, capacitações nos ambientes reais de prática para aprimorar as competências técnicas e não técnicas dos profissionais para tais procedimentos. Embora seja uma ferramenta de grande utilidade, muitas vezes não é aproveitada pelo despreparo para seu planejamento e aplicação.

Objetivo:

elaborar e validar um cenário de simulação in situ no atendimento de urgências pediátricas com uso de sedação para realização de procedimento invasivo.

Método:

estudo descritivo de construção e validação de conteúdo de um cenário de simulação in situ, por meio do método Delphi, seguindo os seguintes passos: 1) definição do problema e seleção de especialistas; 2) desenvolvimento do documento inicial; 3) rodadas para validação com análise das respostas e feedback (até obtenção do consenso pelo Índice de Validação de Conteúdo); 4) relatório final. Resultados: Os especialistas indicaram sugestões devidamente aproveitadas e o cenário obteve, em todos os itens, um IVC maior que 80,0% demonstrando sua alta validade e confiabilidade. Ao usar especialistas para validar o cenário, seus insights garatem maior precisão e confiabilidade à engenharia de construção dos cenários.

Conclusão:

espera-se, que este estudo permita a replicação do cenário em diferentes contextos de formação facilitando e incentivando a capacitação profissional a partir de um modelo de cenário baseado em melhores evidências e práticas.

Palavras-chave:
Treinamento por Simulação; Medicina de Emergência; Pediatria

ABSTRACT

Introduction:

sedation and analgesia are fundamental procedures for children undergoing invasive interventions, and complications must be avoided during their implementation. In situ simulation allows, in turn, training in real practice environments to improve the technical and non-technical skills of professionals for such procedures. Although it is a very useful tool, it is often not used due to lack of preparation for its planning and application.

Objective:

develop and validate an in situ simulation scenario in pediatric emergency care using sedation to perform an invasive procedure.

Method:

descriptive study of construction and content validation of an in situ simulation scenario, using the Delphi method, following the following steps: 1) definition of the problem and selection of experts; 2) development of the initial document; 3) rounds for validation with analysis of responses and feedback (until consensus is reached by the Content Validation Index); 4) final report. Results: The experts indicated suggestions that were duly used and the scenario obtained, in all items, a CVI greater than 80.0%, demonstrating its high validity and reliability. By using experts to validate the scenario, their insights guarantee greater precision and reliability in scenario construction engineering.

Conclusion:

It is expected that this study will allow the replication of the scenario in different training contexts, facilitating and encouraging professional training based on a scenario model based on best evidence and practices.

Keywords:
Simulation Training; Emergency Medicine; Pediatrics

INTRODUÇÃO

No cuidado à saúde, a capacitação dos profissionais para o trabalho em equipe, principalmente para atuação em situações de crise e para o conhecimento dos múltiplos aspectos envolvidos, traz como resultado a prevenção, a mitigação e o aprendizado diante de situações de risco e eventos adversos evitáveis11 Savage C, Andrew Gaffney F, Hussainalkhateeb L, Ackheim PO, Henricson G, Antoniadou I, et al. Safer paediatric surgical teams: A 5-year evaluation of crew resource management implementation and outcomes. Int J Qual Health Care. 2017;29(6):853-60. doi: 10.1093/intqhc/mzx113.
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,22 Siems A, Cartron A, Watson A, McCarter R, Levin A. Improving Pediatric Rapid Response Team Performance Through Crew Resource Management Training of Team Leaders. Hosp Pediatr. 2017;7(2):88-95. doi: 10.1542/hpeds.2016-0111.
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A sedação e analgesia nesse sentido merecem destaque por serem importantes para pacientes pediátricos submetidos a procedimentos invasivos, pois a necessidade de sedação pediátrica tem aumentado consideravelmente, em paralelo ao crescente volume de procedimentos realizados por diferentes especialistas em áreas fora da sala de cirurgia, principalmente na emergência. Além disso, a administração da sedação evoluiu e para além dos tradicionais agentes narcóticos, agora inclui opções mais amplas de agentes e vias de administração, aumentando a complexidade dos desafios enfrentados pelos profissionais durante sua realização33 Gozal D, Mason KP. Pediatric Sedation: A Global Challenge. Int J Pediatr. 2010;2010:1-15. doi: 10.1155/2010/701257.
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Assim, a capacitação da equipe para conduzir estes procedimentos em crianças, principalmente na sala de urgência, de extrema relevância, pois a falta de treinamento específico pode resultar em riscos potenciais, incluindo eventos adversos e complicações durante o procedimento44 Kamran Khan; Serena Tolhurst-Cleaver; Sara White; William Simpson. Simulation in Healthcare Education. Building a Simulation Programme: A Practical Guide. Vol. 50. Association for Medical Education in Europe (AMEE); 2007. 1-44 p. ISBN: 978-1-903934-63-0..

Nesse contexto, a simulação in situ surge como uma importante ferramenta, tanto para avaliar a competência e a efetividade da equipe, como para fornecer feedback para melhorar a prática clínica55 Lee MO, Schertzer K, Khanna K, Wang NE, Camargo CA, Sebok-Syer SS. Using In Situ Simulations to Improve Pediatric Patient Safety in Emergency Departments. Acad Med. 2021;96(3):395-8. doi: 10.1097/ACM.0000000000003807.
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A simulação in situ é uma técnica de capacitação que envolve a realização de cenários clínicos, buscando um realismo pela aproximação com situações reais, sendo realizada nos próprios ambientes de atendimento em saúde, como salas de emergência, unidades de terapia intensiva, ambulatórios, centros cirúrgicos e outros. Assim, permite que a equipe seja capacitada em um ambiente semelhante ao real, utilizando os equipamentos e as instalações disponíveis no próprio serviço66 Riley W, Davis S, Miller KM, Hansen H, Sweet RM. Detecting breaches in defensive barriers using in situ simulation for obstetric emergencies. Qual Saf Health Care. 2010;19 Suppl 3. doi: 10.1136/qshc.2010.040311.
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,77 Waseem M, Horsley E. A Novice Guide to Applications of Simulation in the Pediatric Emergency Department. Pediatr Emerg Care. 2020;36(6):e362-7. doi: 10.1097/PEC.0000000000001643.
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Sua utilização ajuda a aprimorar a competência da equipe multidisciplinar e multiprofissional, permitindo que os profissionais experimentem situações complexas e desafiadoras em um ambiente controlado, onde é possível praticar e aperfeiçoar habilidades técnicas e não-técnicas, além de treinar procedimentos específicos. Dessa forma, pode ajudar a melhorar a qualidade e a segurança do atendimento, principalmente em situações estressantes com pressão de tempo, como nas emergências55 Lee MO, Schertzer K, Khanna K, Wang NE, Camargo CA, Sebok-Syer SS. Using In Situ Simulations to Improve Pediatric Patient Safety in Emergency Departments. Acad Med. 2021;96(3):395-8. doi: 10.1097/ACM.0000000000003807.
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,88 Shaikh U, Natale JE, Till DA, Julie IM. "Good Catch, Kiddo"-Enhancing Patient Safety in the Pediatric Emergency Department Through Simulation. Pediatr Emerg Care. 2022;38(1):e283-6. doi: 10.54143/jbmede.v3i3.101.
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Além disso, com a realização de simulações in situ pode-se identificar e corrigir falhas no processo de atendimento e na aderência aos protocolos, reduzindo erros e complicações, num ambiente seguro para a prática clínica. Isto possibilita a oportunidade de avaliação de fatores críticos, como a comunicação, liderança e trabalho em equipe, que são essenciais para este tipo de atendimento66 Riley W, Davis S, Miller KM, Hansen H, Sweet RM. Detecting breaches in defensive barriers using in situ simulation for obstetric emergencies. Qual Saf Health Care. 2010;19 Suppl 3. doi: 10.1136/qshc.2010.040311.
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Vários estudos têm destacado a efetividade da simulação in situ para melhorar o desempenho da equipe em situações de emergência pediátrica. Um destes foi realizado por McLaughlin e colaboradores99 McLaughlin CM, Wieck MM, Barin EN, Rake A, Burke R V., Roesly HB, et al. Impact of simulation-based training on perceived provider confidence in acute multidisciplinary pediatric trauma resuscitation. Pediatr Surg Int. 2018;34(12):1353-62. doi: 10.1007/s00383-018-4361-y.
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e avaliou o impacto da simulação in situ na melhoria da qualidade deste atendimento em um hospital infantil. Os resultados indicaram que a simulação in situ melhorou significativamente a efetividade da equipe em vários tipos de competências, incluindo liderança, comunicação e trabalho em equipe.

Nessa perspectiva o estudo teve como objetivo principal a elaboração e validação de um cenário de simulação in situ com uso de sedação para procedimento invasivo em paciente pediátrico na sala de urgência, que possa ser replicado e utilizado em capacitações de equipes multiprofissionais de diferentes serviços de saúde.

MÉTODO

Trata-se de estudo descritivo de validação de conteúdo, que trabalhou com um cenário de simulação in situ, cujos dados são um recorte de estudo maior intitulado “A simulação in situ para avaliação e feedback de atendimento pediátrico de emergência por equipe multidisciplinar e multiprofissional”, objeto de uma dissertação. Utilizou-se o método Delphi, por tratar-se de abordagem de pesquisa para avaliar a confiabilidade, relevância e consistência de conteúdos, por meio do consenso de um painel de especialistas. Assim, foram seguidos os seguintes passos: 1) definição do problema e seleção de especialistas; 2) desenvolvimento do documento inicial; 3) rodadas para validação com análise das respostas e feedback (até obtenção do consenso); 4) relatório final1010 Fehring R. Methods to Validate Nursing Diagnoses. Heart Lung. 1987;16(6 Pt 1):625-9.,1111 Zarili TFT, Castanheira ERL, Nunes LO, Sanine PR, Carrapato JFL, Machado DF, et al. Delphi technique in the validation process of the national application of the questionnaire for primary care assessment (Qualiab). Saude e Sociedade. 2021;30(2). doi: 10.1590/S0104-12902021190505.
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Para elaboração dos cenários foi utilizada a metodologia da engenharia de construção dos casos simulados proposta por Pereira Júnior e Lima1212 Pereira Junior GA, Lima SF. Engenharia da construção das estações simuladas: passo a passo para a elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. In 2021. p. 63-75. doi: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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, onde o planejamento e organização do processo é realizado em três etapas:

  • I) Escolha do caso clínico para ser transformado em atividade simulada, destacando que no início da estruturação de um cenário, é importante definir o problema a ser trabalhado que pode estar associado aos conteúdos curriculares ou a situações relacionadas ao trabalho dos profissionais nos serviços de saúde, sejam estas reconhecidas pelos mesmos (a partir das necessidades e expectativas de quem está elaborando a estação simulada) ou secundárias a demandas do contexto da saúde (administrativas, científicas, sociais e políticas).

  • II) Montagem dos 19 itens da encomenda da estação simulada (Tabela 1), que é o início da transformação do caso clínico em uma estação, permitindo avaliar sua pertinência, interações e viabilidade, considerando que após a definição destes itens, já se têm uma série de informações e elementos que permitem a visualização da futura estação

Tabela 1
Itens de estruturação das encomendas dos cenários simulados.

III) Construção da estação simulada (Tabela 2), com a utilização do modelo para roteiro integral do cenário simulado, onde estão as instruções do cenário e tarefas do estudante/candidato, orientações ao avaliador/facilitador, lista de materiais e equipamentos, mapa de disposição dos móveis e recursos humanos dentro do ambiente físico da estação simulada, script do paciente simulado (caso seja utilizada a simulação cênica), fluxograma de decisão do avaliador/facilitador e instrumento padronizado de avaliação (checklist).

Tabela 2
Itens de estruturação da estação simulada completa.

Neste estudo, após a elaboração do caso utilizando o método de engenharia da construção de cenários simulados1212 Pereira Junior GA, Lima SF. Engenharia da construção das estações simuladas: passo a passo para a elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. In 2021. p. 63-75. doi: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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, procedeu-se com o processo de validação do cenário construído. Para tanto, foram convidados 18 profissionais, selecionados de maneira aleatória, a partir de suas expertises na área, considerando artigos publicados nas áreas de simulação e emergência pediátrica, e consultas aos currículos disponibilizados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Para evitar viés, foram convidados profissionais de diferentes formações na saúde.

Aceitaram participar 12 experts com formação em medicina e enfermagem e experiência em simulação aplicada à área médico-hospitalar em pediatria e/ou emergência e/ou terapia intensiva.

O processo de validação junto ao comitê de especialistas aconteceu em junho de 2023, em ambiente virtual por meio da plataforma de formulários Google Forms®, sendo considerados como participantes aqueles que responderam ao instrumento completo.

Cada avaliador recebeu o cenário montado com todos os itens e foi orientado a realizar a análise de acordo com os critérios propostos por Pasquali1313 Pasquali Luiz et al. Instrumentação psicológica: instrumentos e prática. 2010. ISBN: 8536321067.. Assim, eles foram avaliados pelos especialistas considerando: 1) exequibilidade; 2) objetividade; 3) simplicidade; 4) clareza; 5) relevância e 6) precisão.

Foi utilizada uma escala do tipo Likert com cinco alternativas de resposta para avaliação de cada critério de Pasquali: 1 - Discordo totalmente; 2- Discordo; 3- Não concordo e nem discordo; 4- Concordo; 5- Concordo totalmente.

O conjunto de respostas desses especialistas foi analisado para identificar o nível de concordância entre eles, sendo consideradas para efeito de validação as respostas “4” e “5” de cada item avaliado, uma vez que apontam para uma concordância pelos avaliadores. Ao final de cada item do cenário simulado, foi disponibilizado um espaço para comentários e sugestões.

Os dados coletados foram tratados e analisados no software Microsoft Excel®, versão 2019. Para a validação das seções do cenário clínico foi utilizado o cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), que mede a proporção ou porcentagem de especialistas que estão em concordância sobre determinados aspectos de um instrumento1414 Trindade CS, Kato SK, Gurgel LG, Reppold CT. The process of constructing and establishing content validity evidence for the Equalis-OAS. Aval. psicol. 2018;17(2):271-7. doi: 10.15689/ap.2018.1702.14501.13.
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, e é calculado por meio da soma das respostas da escala Likert pelo número total de respostas (Figura 1). Os itens que obtiveram 80% ou mais de concordância entre especialistas foram considerados validados1515 Coluci MZO, Alexandre NMC, Milani D. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Ciênc. saúde coletiva. 2015;20(3):925-36. doi: 10.1590/1413-81232015203.04332013.
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Figura 1
Cálculo do IVC baseando-se nas respostas concordantes dadas pelos especialistas. Fonte: Adaptado de Coluci; Alexandre; Milani 14 14 Trindade CS, Kato SK, Gurgel LG, Reppold CT. The process of constructing and establishing content validity evidence for the Equalis-OAS. Aval. psicol. 2018;17(2):271-7. doi: 10.15689/ap.2018.1702.14501.13.
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Nesta equação de cálculo do IVC, tem-se o NE que se refere ao número de especialistas que estão em acordo com um parâmetro, e o N que traduz o número total de especialistas participantes da pesquisa1616 Wilson FR, Pan W, Schumsky DA. Recalculation of the critical values for Lawshe's content validity ratio. Measurement and Evaluation in Counseling and Development. 2012;45(3):197-210. doi: 10.1177/0748175612440286.
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Foram respeitados todos os aspectos éticos e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Oeste Paulista, sob o parecer nº 5.743.901 e CAAE 63842122.0.0000.5515.

RESULTADOS

Na etapa de validação do cenário para o desenvolvimento do estudo foi solicitado aos avaliadores o preenchimento de informações sóciodemográficas para caracterização dos participantes. Dessa forma, tivemos um total de doze especialistas, dos quais oito mulheres e quatro homens, sendo 5 da enfermagem e 7 da medicina. Todos possuíam, pelo menos 6 anos de atuação profissional na área do estudo e especialização, sendo 02 com lato senso e 10 com stricto senso1717 Lima SF, D'A, Junior E, Augusto R, Da Silva R, Alves G, et al. Conhecimentos básicos para estruturação do treinamento de habilidades e da elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas..

O cenário simulado (Tabela 3), foi elaborado de acordo com a metodologia da engenharia de construção dos casos simulados proposta por Pereira Júnior e Lima1212 Pereira Junior GA, Lima SF. Engenharia da construção das estações simuladas: passo a passo para a elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. In 2021. p. 63-75. doi: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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e foi iniciando pelo reconhecimento do problema ou da situação clínica a ser abordada e, dessa forma, foi escolhida a sedação para procedimento invasivo em paciente pediátrico em sala de urgência, partindo-se da experiência assistencial prévia dos pesquisadores.

Tabela 3
Cenário simulado de sedação pediátrica.

O cenário foi proposto com utilização de manequim de baixa complexidade, tecnologia e custo, com montagem de um leito na sala de emergência com paciente em maca, com monitor cardíaco, oximetria de pulso, em ventilação espontânea com cateter nasal ou máscara de O2 sem reservatório, acoplado em fluxômetro e punção venosa periférica. Nesta proposta, se o serviço não tiver uma manequim simulado infantil, pode optar por manequim de baixo custo (manequim de loja, infantil e preparado, conforme as instruções do making off - Figura 2, disponível em o link https://drive.google.com/file/d/1FMjE5iDVxxQeSyAIAtMXu9hGYvsvBy4U/view?usp=sharing ).

Figura 2
Manequim de loja adaptado para o cenário.

Ressalta-se que a organização do cenário deve garantir o realismo necessário para a simulação proposta, sendo que o manequim/simulador deve vestir camisa, bermuda e chinelo, com cateter nasal ou máscara não reinalante de O2, e acoplado ao paciente o monitor multiparamétrico e oxímetro de pulso.

No tocante aos profissionais para composição da equipe, estes devem ficar a critério do serviço, podendo incluir enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, técnicos de enfermagem, e outros.

Antes de iniciar o cenário simulado, deve-se realizar o pré-briefing, momento em que o facilitador pode identificar as expectativas dos participantes e orientá-los acerca sobre o espaço físico, equipamentos, materiais e simuladores, bem como do comportamento que podem ter no desenvolvimento do cenário simulado.

Dessa maneira, com a equipe toda posicionada adequadamente, no pré-briefing, o facilitador deve oferecer as orientações da seguinte forma:

  • a) será realizada uma simulação in situ para avaliar a equipe multiprofissional no próprio local de trabalho, ao invés de levar todos para o laboratório de simulação.

  • b) O comportamento dos membros da equipe deve ser o rotineiro para a situação clínica que será simulada, sendo que quanto maior a “suspensão da descrença” quanto ao realismo do cenário foi planejado, mais fácil e natural será o desempenho de todos1818 Huffman JL, McNeil G, Bismilla Z, Lai A. Essentials of Scenario Building for Simulation- Based Education. Comprehensive Healthcare Simulation: Pediatrics. Comprehensive Healthcare Simulation. Springer, Cham. p. 19-29. doi: 10.1007/978-3-319-24187-6_2.
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  • c) Explicar como está montado o cenário simulado e quais os papéis a serem desempenhados pela equipe multiprofissional, bem como garantir orientações sobre o espaço físico, equipamentos, materiais de consumo e simulador/manequim.

  • d) A simulação terá 5 etapas: I) pré-briefing (que é esta fase atual), II) briefing, III) desenvolvimento do cenário, IV) encerramento do cenário e V) feedback imediato (logo após o encerramento). Se o cenário simulado estiver sendo gravado, o feedback também pode ser tardio.

  • e) O desenvolvimento do cenário deverá seguir o fluxograma de decisão do avaliador/facilitador (Figura 3) e o checklist padronizado de avaliação (Tabela 3).

Figura 3
Fluxograma para tomada de decisão do avaliador/facilitador.

O facilitador deve entregar o material para a montagem do cenário e do paciente simulado, descrevendo-o, da seguinte forma: o cenário simulado está montado em leito na sala de emergência com paciente em maca, com monitor cardíaco e oximetria de pulso instalados, em ventilação espontânea com cateter nasal ou máscara de O2 sem reservatório acoplado à fluxômetro e acesso venoso por punção periférica em antebraço esquerdo.

Os profissionais da equipe que farão o atendimento, cuja organização ficará a critério do serviço (enfermagem, médicos, técnico de enfermagem e fisioterapeuta), devem ser identificados por crachás de diferentes cores.

O material necessário deverá ser providenciado e checado pelos envolvidos logo após o início do cenário de simulação. A escolha dos materiais e equipamentos com seu acondicionamento fica a critério da equipe.

Para o início do cenário simulado, os profissionais participantes do cenário simulação ficarão à direita do paciente, identificados com crachás que mostram a função profissional de cada. O facilitador estará posicionado na extremidade inferior da maca. Em direção ao pé esquerdo do paciente, o auxiliar de filmagem poderá ter uma visão completa do monitor, paciente, equipe e dispositivos. Os dois avaliadores, um com checklist técnico e o outro com o não técnico, ficam no lado oposto ao inicial dos participantes (Figura 4).

Figura 4
Orientação para posição da equipe no cenário.

Figura 5
Impressos a serem utilizados na aplicação do cenário simulado.

Tratando-se de cenário de sedação para procedimento invasivo em paciente pediátrico, os parâmetros do monitor tornam-se especialmente importantes para que se possa trabalhar com fidelidade e realismo, e podem ser simulados através de um sistema de manequim com alta tecnologia, por aplicativo projetado em televisão ou monitor, entregues de maneira impressa ou mesmo narrados pelo facilitador. Neste cenário, optou-se por incluir o formato impresso para facilitar a sua reprodução.

No briefing, momento no qual devem ser realizadas as orientações específicas do cenário que será desenvolvido para a equipe multiprofissional, deverá ser apresentado de forma sucinta, o caso clínico, as tarefas a serem realizadas e o tempo de duração do cenário simulado, com a leitura do seguinte caso:

Criança, masculino, 05 anos, 20kg, admitida na emergência de um hospital, em jejum há 6 horas, com necessidade de drenagem de tórax. Apresenta-se com suporte inalatório de O2 a 2L/min, mantendo oximetria de pulso em torno de 99%. Esforço respiratório mínimo, febril e taquicárdico. No exame físico apresenta estertores difusos e bilateral e diminuição do murmúrio vesicular na base do hemitórax direito. Foram realizados cuidados de suporte, iniciado o protocolo SEPSE e, então, realizada radiografia simples de tórax (Impresso 2) que mostrou velamento de 2⁄3 do hemitórax direito, compatível com derrame pleural volumoso, tendo indicação de punção e drenagem torácica. Foi solicitada avaliação da equipe cirúrgica para realização do procedimento. A equipe assistencial deverá providenciar o preparo necessário e materiais para sua realização. O cirurgião tem a função de realizar o procedimento de punção e drenagem torácica. A sedação/analgesia do paciente ficará por conta do pediatra.

A definição da tarefa ou das tarefas é um passo imprescindível para que se logre êxito na aplicação do cenário, devendo ser definidas com base nos objetivos de aprendizagem ou avaliação. Devem ter linguagem clara, ser diretas, e informar o que deve ser realizado e em quanto tempo.

Dessa maneira as atividades propostas para este cenário foram:

Nos próximos 15 a 20 minutos, a equipe multiprofissional deverá realizar as seguintes tarefas:

  • - Identifique e prepare os equipamentos necessários para o procedimento médico.

  • - Realize a sedação do paciente visando o procedimento na sala de urgência.

  • - Em caso de intercorrência, identifique e realize condutas imediatas necessárias, incluindo procedimento de urgência, de acordo com a técnica padrão.

  • - Siga as instruções do facilitador.

O facilitador deve informar que os dados de monitorização serão apresentados na forma de impressos.

Após o início do cenário simulado o facilitador deverá atentar para:

  • a) Quando os profissionais perguntarem os parâmetros clínicos e ou exame físico do paciente, deverá ser mostrado o Impresso 3 com os sinais vitais - Sat.O2 91%, FC 113 bpm, FR 26 irpm, T 37ºC, PA 119 x 69mmHg e deve narrar os parâmetros;

  • b) Quando os envolvidos na assistência forem administrar qualquer medicação, deverá dizer em voz alta a medicação e a dose, então, o facilitador responderá: “Medicação realizada”;

  • c) O momento de informar as intercorrências previstas.

Espera-se que os membros da equipe expliquem o procedimento ao familiar simulado que está no início do cenário, e solicitem que ele saia momentaneamente da sala, e nesse caso deve-se garantir espaço para que a equipe se organize, caso realizem esse movimento.

O facilitador deve estar atento às ações críticas que deverão ser realizadas pelos participantes, uma vez que sinalizam se os objetivos do cenário simulado estão sendo atingidos.

A primeira intercorrência prevista é o mau funcionamento do acesso venoso, com extravasamento do conteúdo infundido e infusão incompleta da medicação com falta de efetividade na sedação para a execução do procedimento, apresentando agitação psicomotora com impossibilidade da realização do procedimento. O facilitador deverá desencadear a situação de crise no momento em que a equipe de enfermagem vebalizar que a droga sedativa foi administrada a pedido do pediatra. O cirurgião estará à disposição e chegará assim que o paciente simulado estiver preparado para o procedimento.

O facilitador deverá expor de forma verbal a primeira intercorrência, com o quadro clínico de agitação psicomotora do paciente, e queixa de dor no local do acesso e o exame físico do paciente, quando lhe for solicitado e mostrar o Impresso 34 com os sinais vitais - Sat.O2 90%, FC 120 bpm, FR 30 irpm, T 37ºC, PA 123 x 72mmHg.

A equipe deverá determinar a impossibilidade do cirurgião em prosseguir o procedimento (Agitação motora, taquicardia (FC de 100 subiu para 120 bpm, FR de 22 para 28 ipm), mantendo a saturação de 90%) e queixa de dor no local do acesso.

O facilitador deverá falar sobre o extravasamento em acesso periférico, se for questionado a respeito e solicitar de forma verbal a dose das medicações administradas durante o procedimento. Com as ações esperadas da equipe de atendimento (novo acesso estabelecido e nova administração efetiva de drogas), o facilitador deverá dizer sobre a efetividade dos procedimentos realizados.

Durante todo o atendimento, o familiar simulado, orientado pelo script:

Demonstrará ansiedade e solicitando contato com a equipe. No momento da primeira intercorrência, ele entrará em cena com celular na mão, pois ouviu a queixa do paciente, e passará a instigar os seguintes aspectos: a) “Por que estão demorando tanto?” b) “Por que ninguém me conta o que está acontecendo?” e c) “Preciso falar com a equipe agora, se não vou invadir o local”. A equipe deverá tomar a conduta adequada, caso o familiar não tenha sido informado anteriormente. Caso a equipe não tenha tomado ação alguma, o familiar simulado deve entrar no cenário portando o celular ligado e dizer: “Olha só, estou filmando tudo”. A equipe deve providenciar os esclarecimentos ao familiar e solicitar que pare com a filmagem e dizer que não há autorização para filmagem neste local. Após a devida orientação, recolhe a filmagem, agradece e sai de cena.

A segunda intercorrência, após a obtenção de um novo acesso venoso, é o rebaixamento do nível de consciência e necessidade de suporte ventilatório (ventilação manual com AMBU, seguido da manutenção com máscara de O2 com reservatório), com a infusão de nova de droga sedativa.

Ao anunciar a segunda intercorrência, o facilitador entrega o Impresso 5 e narra os seguintes parâmetros: FC = 120 bpm, FR = 14 irpm e Sat.O2 = 85%, T 37ºC, PA 100 x 62mmHg com rebaixamento do nível de consciência.

A atuação esperada da equipe é um período breve de ventilação com máscara e AMBU, troca do dispositivo de liberação de oxigênio, retirando o cateter e colocando a máscara com reservatório a 5 L/minuto. Neste caso, o facilitador confirmará a efetividade de ventilação, entregando o Impresso 5, que mostra a melhora dos sinais vitais: PO2 93%, FC 104 bpm, FR 22 irpm, Tax 37ºC, PA 110x60mmHg (Impresso 5).

Quando a segunda intercorrência for resolvida (paciente sedado e com ventilação efetiva), o facilitador deverá liberar a realização do procedimento, encerrando o cenário.

Todos os materiais necessários durante os atendimentos dos casos deverão ser providenciados para o desenvolvimento do cenário simulado.

Os recursos disponíveis para o cenário simulado in situ são:

  • - Materiais para procedimento cirúrgico de urgência;

  • - Familiar simulado querendo a atenção e conversar com os profissionais durante a intercorrência;

  • - Material para monitorização contínua do paciente (os dados do monitor serão narrados e apresentados em ficha padrão pelo facilitador);

  • - Material de identificação para os profissionais;

  • - Materiais para filmagem;

  • - Profissionais com atuação no setor alvo da simulação;

  • - Insumos para acesso venoso periférico, ventilação invasiva e não invasiva e sedação.

O objetivo final é a realização do procedimento de drenagem de tórax na sala de urgência, mas a técnica do procedimento não será motivo de avaliação.

Quanto ao encerramento do cenário, o facilitador deve informar que o caso simulado será encerrado logo que o paciente estiver com os sinais vitais próximos do normal e num bom nível de sedação, após a resolução, a contento, das duas intercorrências, momento em que o facilitador deverá verbalizar que o cirurgião pode dar início ao procedimento. Também deve encerrar o caso, se não houver a identificação ou se não houver a solução para a segunda intercorrência após 5 minutos.

A avaliação individual dos especialistas em relação ao cenário, está demonstrada na Tabela 4, onde observa-se que todos os itens tiveram o IVC igual ou maior a 0,8 o que indica a validação dos dados por parte dos juízes. Acrescido a isto, nota-se que a concordância entre os especialistas variou de 91 a 100%, apontando para a existência de confiabilidade, relevância e consistência dos conteúdos (16).

Tabela 4
Notas dos especialistas para os critérios de cada item, com os respectivos índices de verificação de conteúdo e porcentagem de concordância.

Os especialistas indicaram ainda oito sugestões de melhorias para o caso clínico e cinco para o check list, sendo todas devidamente aproveitadas.

1- IVC: Índice de verificação de conteúdo; 2 - %: Porcentagem de concordância

DISCUSSÃO

A simulação clínica, consiste em uma estratégia ativa de ensino-aprendizagem que reproduz situações do mundo real e auxilia o aprendiz a consolidar os conhecimentos, desenvolver competências técnicas, não técnicas1919 Watts PI, McDermott DS, Alinier G, Charnetski M, Ludlow J, Horsley E, et al. Healthcare Simulation Standards of Best PracticeTM Simulation Design. Clin Simul Nurs. 2021;58:14-21. doi: 10.1016/j.ecns.2021.08.009.
https://doi.org/10.1016/j.ecns.2021.08.0...
. Oferece uma experiência prática, recriando situações relativamente comuns (obstrução das vias aéreas, laringoespasmo e broncoespasmo) e raras (colapso cardiovascular, aspiração e anafilaxia), podendo variar desde a simples recriação de cenários clínicos2020 Deshpande GG, Podolej GS, Shaikh N. Simulation in Pediatric Procedural Sedation. In: Sedation and Analgesia for the Pediatric Intensivist. Cham: Springer International Publishing; 2021. p. 489-507. DOI:10.1007/978-3-030-52555-2_36
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21 Babl FE, Krieser D, Belousoff J, Theophilos T. Evaluation of a paediatric procedural sedation training and credentialing programme: sustainability of change. Emergency Medicine Journal. 2010;27(8):577-81. doi: 10.1136/emj.2009.077024.
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-2222 Tobin CD, Clark CA, McEvoy MD, Reves JG, Schaefer JJ, Wolf BJ, et al. An Approach to Moderate Sedation Simulation Training. Simulation in Healthcare: The Simul Healthc. 2013;8(2):114-23. doi: 10.1097/SIH.0b013e3182786209.
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.

A simulação pode desenvolver as habilidades dos profissionais que vão utilizá-la, apoiar a identificação de meios para prever e prevenir eventos adversos, e para o melhor desenvolvimento do trabalho em equipe, pois a capacidade de utilizar, organizar e dirigir uma equipe é importante no gerenciamento de crises2222 Tobin CD, Clark CA, McEvoy MD, Reves JG, Schaefer JJ, Wolf BJ, et al. An Approach to Moderate Sedation Simulation Training. Simulation in Healthcare: The Simul Healthc. 2013;8(2):114-23. doi: 10.1097/SIH.0b013e3182786209.
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A simulação in situ, tem sido utilizada, de maneira crescente, em diferentes especialidades médicas e contextos de treinamento, destacando-se que permite o aprimoramento do trabalho em equipe e aprendizado individual, e oferece maior realismo e transferibilidade com menor custo, pois dispensa gastos com implantação e manutenção de um centro de simulação. Além disso, sua utilização permite melhora no desempenho em cenários clínicos reais, ajudando a revelar riscos latentes importantes e permitindo a implementação de medidas corretivas2323 Santos MMCJ dos, Lima SF, Vieira CFG, Slullitel A, Santos ECN, Pereira Júnior GA. Simulação in situ e suas diferentes aplicações na área da saúde: uma revisão integrativa. Rev Bras Educ Med. 2023;47(4). doi: 10.1590/1981-5271v47.4-2022-0196.
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No entanto, tem sido aplicada muitas vezes sem um design específico que considere às necessidades educacionais, demandas clínicas e recursos disponíveis, o que miniminiza seus impactos2424 Fabro K, Schaffer M, Scharton J. The development, implementation, and evaluation of an end-of-life simulation experience for baccalaureate nursing students. Nurs Educ Perspect. 2014;35(1):19-25. doi: 10.5480/11-593.1.
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Além disso, recente estudo de revisão sobre a utilização da SIS no mundo, concluiu que ainda há muito o que expandir em relação ao uso desse recurso, sobretudo no Brasil, o que reforça a relevância do cenário apresentado2323 Santos MMCJ dos, Lima SF, Vieira CFG, Slullitel A, Santos ECN, Pereira Júnior GA. Simulação in situ e suas diferentes aplicações na área da saúde: uma revisão integrativa. Rev Bras Educ Med. 2023;47(4). doi: 10.1590/1981-5271v47.4-2022-0196.
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.

Estudos mostraram que, quando a simulação é bem planejada e com significado aos participantes, ela aumenta o nível de confiança e autoeficácia, reforça o conhecimento, melhora as habilidades para o cuidado, a comunicação e relações interpessoais, desenvolve o pensamento crítico e o julgamento clínico, promove a empatia e permite a reflexão das ações2424 Fabro K, Schaffer M, Scharton J. The development, implementation, and evaluation of an end-of-life simulation experience for baccalaureate nursing students. Nurs Educ Perspect. 2014;35(1):19-25. doi: 10.5480/11-593.1.
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,2525 Bortolato-Major C, Perez Arthur J, Mattei ÂT, Mantovani MDF, Cestari Felix JV, Boostel R. Contribuições da simulação para estudantes de graduação em enfermagem. Rev enferm UFPE on line. 2018;12(6):1751-62. doi: 10.5205/1981-8963-v12i6a230633p1751-1762-2018.
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Destaca-se que a estruturação do cenário simulado requer um planejamento prévio, intencional, sistemático e minucioso da atividade proposta1212 Pereira Junior GA, Lima SF. Engenharia da construção das estações simuladas: passo a passo para a elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas. In 2021. p. 63-75. doi: 10.4322/978-65-86819-11-3.
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,1717 Lima SF, D'A, Junior E, Augusto R, Da Silva R, Alves G, et al. Conhecimentos básicos para estruturação do treinamento de habilidades e da elaboração das estações simuladas. in Simulação em saúde para ensino e avaliação: conceitos e práticas., sendo sua validação de grande relevância, pois através desta se garante a qualidade e a validade do conteúdo, além de apoiar os objetivos e resultados esperados2626 Nadolski RJ, Hummel HGK, van den Brink HJ, Hoefakker RE, Slootmaker A, Kurvers HJ, et al. EMERGO: A methodology and toolkit for developing serious games in higher education. Simul Gaming. 2008;39(3):338-52. doi: 10.1177/1046878108319278.
https://doi.org/10.1177/1046878108319278...
,2727 Alinier G. Developing High-Fidelity Health Care Simulation Scenarios: A Guide for Educators and Professionals. Simul Gaming. 2011;42(1):9-26. doi: 10.1177/104687810935568.
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.

O objetivo geral da engenharia de cenário deve ser o de facilitar a entrega e a obtenção de um conjunto de resultados de aprendizagem claros, mantendo uma fidelidade a nível mais alto possível44 Kamran Khan; Serena Tolhurst-Cleaver; Sara White; William Simpson. Simulation in Healthcare Education. Building a Simulation Programme: A Practical Guide. Vol. 50. Association for Medical Education in Europe (AMEE); 2007. 1-44 p. ISBN: 978-1-903934-63-0..

No início da estruturação de um cenário, é de grande importância que se defina o problema a ser trabalhado e o público-alvo da simulação, e nesse sentido, a sedação e analgesia são procedimentos importantes para pacientes pediátricos submetidos a procedimentos invasivos2828 Ramalho CE, Bretas PMC, Schvartsman C, Reis AG. Sedação e analgesia para procedimentos no pronto-socorro de pediatria. J Pediatr (Rio J). 2017:93 Suppl 1:2-18. doi: 10.1016/j.jped.2017.07.009.
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. O objetivo da sedação e analgesia é atingir um estado de consciência que permita ao paciente manter as vias aéreas abertas, minimizando a dor e o desconforto2828 Ramalho CE, Bretas PMC, Schvartsman C, Reis AG. Sedação e analgesia para procedimentos no pronto-socorro de pediatria. J Pediatr (Rio J). 2017:93 Suppl 1:2-18. doi: 10.1016/j.jped.2017.07.009.
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,2929 Silva S de L e, Ferreira AR, Oliveira AMLS e, Valerio FC, Jacome LU, Godoi BC de, et al. Procedural sedation in children and adolescents: recommendations based on grade system. Rev Med Minas Gerais 2017; 27 (Supl 3): S77-S86. doi: 10.5935/2238-3182.20170035.
https://doi.org/10.5935/2238-3182.201700...
.

A sedação pediátrica segue sendo um desafio crescente, uma vez que aumentam as necessidades de realização do procedimento por diferentes especialidades médicas em diversos setores hospitalares concomitantemente com o surgimento de novos agentes e vias de acesso33 Gozal D, Mason KP. Pediatric Sedation: A Global Challenge. Int J Pediatr. 2010;2010:1-15. doi: 10.1155/2010/701257.
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,3030 Cravero JP, Beach ML, Blike GT, Gallagher SM, Hertzog JH. The Incidence and Nature of Adverse Events During Pediatric Sedation/Anesthesia With Propofol for Procedures Outside the Operating Room: A Report From the Pediatric Sedation Research Consortium. Anesth Analg. 2009;108(3):795-804. doi: 10.1213/ane.0b013e31818fc334.
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.

Na medicina de emergência, trata-se de uma prática habitual respaldada pelo fato de que os médicos já possuem habilidades em sedação, manejo das vias aéreas e reanimação cardiovascular33 Gozal D, Mason KP. Pediatric Sedation: A Global Challenge. Int J Pediatr. 2010;2010:1-15. doi: 10.1155/2010/701257.
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,3131 Sahyoun C, Cantais A, Gervaix A, Bressan S, Löllgen R, Krauss B, et al. Pediatric procedural sedation and analgesia in the emergency department: surveying the current European practice. Eur J Pediatr. 2021;180(6):1799-813. doi: 10.1007/s00431-021-03930-6.
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.

Existe uma grande importância em relação a capacitação da equipe para conduzir a sedação para procedimentos invasivos em crianças, principalmente na sala de urgência, pois a falta de treinamento específico pode resultar em riscos potenciais, incluindo eventos adversos e complicações durante o procedimento2828 Ramalho CE, Bretas PMC, Schvartsman C, Reis AG. Sedação e analgesia para procedimentos no pronto-socorro de pediatria. J Pediatr (Rio J). 2017:93 Suppl 1:2-18. doi: 10.1016/j.jped.2017.07.009.
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Dentre as complicações potenciais da sedação pediátrica destacam-se: a depressão respiratória, que é a mais comum e pode causar hipoxemia, apnéia e até parada; a instabilidade cardiovascular com alterações na frequência cardíaca, pressão arterial e débito cardíaco (particularmente perigoso em crianças com doença cardiovascular prévia); reações alérgicas a alguns sedativos; aumento do risco de aspiração, especialmente em crianças com problemas gastrointestinais ou respiratórios; recuperação retardada em resposta a alguns agentes; complicações neurológicas raras, incluindo convulsões ou acidente vascular cerebral. Além disso, os erros de medicação durante a administração da sedação, podem levar à dosagem incorreta, desconforto, ansiedade e sofrimento por sedação inadequada, e sedação excessiva com consequente depressão respiratória e instabilidade cardiovascular3232 Coté CJ, Karl HW, Notterman DA, Weinberg JA, McCloskey C. Adverse Sedation Events in Pediatrics: Analysis of Medications Used for Sedation. Pediatrics. 2000;106(4):633-44. doi:10.1542/peds.106.4.633.
https://doi.org/10.1542/peds.106.4.633...

33 Peña BMG, Krauss B. Adverse events of procedural sedation and analgesia in a pediatric emergency department. Ann Emerg Med. 1999;34(4):483-91. doi: 10.1016/s0196-0644(99)80050-x.
https://doi.org/10.1016/s0196-0644(99)80...
-3434 Bellolio MF, Puls HA, Anderson JL, Gilani WI, Murad MH, Barrionuevo P, et al. Incidence of adverse events in paediatric procedural sedation in the emergency department: a systematic review and meta-analysis. BMJ Open. 2016;6(6):e011384. doi: 10.1136/bmjopen-2016-011384.
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Dessa forma, vários estudos destacam a necessidade do treinamento para habilitar médicos da emergência para sedação pediátrica e garantir a segurança e eficácia do procedimento e para reduzir o risco de eventos adversos33 Gozal D, Mason KP. Pediatric Sedation: A Global Challenge. Int J Pediatr. 2010;2010:1-15. doi: 10.1155/2010/701257.
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,3535 Ramalho CE, Bretas PMC, Schvartsman C, Reis AG. Sedation and analgesia for procedures in the pediatric emergency room. J Pediatr (Rio J). 2017;93:2-18. doi: 10.1016/j.jped.2017.07.009.
https://doi.org/10.1016/j.jped.2017.07.0...
,3636 McCoy S, Lyttle MD, Hartshorn S, Larkin P, Brenner M, O'Sullivan R. A qualitative study of the barriers to procedural sedation practices in paediatric emergency medicine in the UK and Ireland. Emergency Medicine Journal. 2016;33(8):527-32. doi: 10.1136/emermed-2015-205418.
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Assim, para assegurar a administração segura e eficiente da sedação, de maneira adaptada às necessidades individuais de cada criança, a equipe deve adquirir habilidades e conhecimentos essenciais para identificar e abordar prontamente qualquer eventualidade, o que pode ser devidamente trabalhado na simulação2828 Ramalho CE, Bretas PMC, Schvartsman C, Reis AG. Sedação e analgesia para procedimentos no pronto-socorro de pediatria. J Pediatr (Rio J). 2017:93 Suppl 1:2-18. doi: 10.1016/j.jped.2017.07.009.
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.

A construção, validação do cenário de simulação in situ sobre emergências comuns à prática assistencial em pediatria, poderá subsidiar futuros treinamentos e avaliações destinadas a equipe multiprofissional envolvida nesta temática. No entanto apontamos como limitações do estudo a não validação dos resultados, que é opcional para o método utilizado, e consequentemente a não apresentação dos dados resultantes da aplicação do cenário, no entanto destaca-se que a aplicação do cenário consistirá em etapa futura do estudo3737 Skulmoski GJ, Hartman FT, Krahn J. The Delphi Method for Graduate Research. Journal of Information Technology Education: Research. 2007;6:1-21. doi: 10.28945/199.
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,3838 Linstone HA, Turoff M. The Delphi method : techniques and applications. 1975. p. 1-620. doi: 10.2307/3150755.
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CONCLUSÃO

Neste trabalho, foi construído e validado um cenário de simulação in situ em situações de atendimento de urgência pediátrica com sedação para procedimento cirúrgico, considerando a relevância do cpreparo da equipe para conduzir estes procedimentos.

Doze especialistas, com ampla experiência nas áreas de simulação clínica, participaram do processo de validação e o cenário de simulação adaptado mostrou-se adequado, obtendo valor geral de IVC >0,80 entre os especialistas, apontando para confiabilidade do cenário.

Conclui-se que houve consenso sobre a consistência do cenário proposto, e que sua replicação por outros profissionais, facilitadores, docentes e estudiosos, impactará em economia de tempo no planejamento e garantia de maior confiabilidade no processo de formação.

Espera-se, que este estudo permita a utilização do cenário em diferentes contextos de formação facilitando e incentivando a capacitação profissional a partir de um modelo de cenário baseado em melhores evidências e práticas.

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  • Fonte de financiamento:

    nenhuma.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    12 Dez 2023
  • Aceito
    06 Maio 2024
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