RESUMO
Em setembro de 2021, o 34º Congresso Brasileiro de Cirurgia sediou o “Painel de debates: Mulheres na Cirurgia” - o único espaço do evento composto somente por mulheres. Embora a existência de iniquidades de gênero na cirurgia seja bem reconhecida na literatura internacional, esse painel retratou como estamos distantes da almejada equidade em nosso país. Além disso, a sessão enfatizou a necessidade de ampliar o debate e identificar os mecanismos para maior inclusão e retenção das mulheres na carreira cirúrgica. Neste editorial, apresentamos panorama histórico e atual das disparidades de gênero no ecossistema cirúrgico brasileiro; destacamos os fatores que contribuem para o número reduzido de cirurgiãs e, como a estrutura das sociedades médicas influencia na ascensão de mulheres para cargos de liderança. Em seguida, discutimos os benefícios da diversidade de gênero para cirurgiões, pacientes e instituições. Ademais, analisamos a representatividade feminina no Colégio Brasileiro de Cirurgiões desde a fundação e nos espaços científicos do congresso, demonstrando que mais medidas serão necessárias para incentivar maior protagonismo feminino no colégio. Finalmente, propomos uma série de recomendações para fomentar o engajamento e contribuir para a prosperidade das cirurgiãs no Brasil.
Palavras-chave:
Equidade de Gênero; Mão de Obra em Saúde; Preconceito; Sexismo