RESUMO
Objetivo:
avaliar o perfil epidemiológico, o tratamento cirúrgico e os resultados pós-operatórios de pacientes com feridas complexas traumáticas de membros inferiores.
Método:
estudo retrospectivo dos pacientes com ferimentos complexos traumáticos tratados pelo Serviço de Cirurgia Plástica de um hospital regional de Brasília. Foram analisados os dados clínico-epidemiológicos, o tipo de procedimento cirúrgico e a recuperação funcional do membro após seis meses do tratamento.
Resultados:
foram tratados 119 pacientes, com média de idade de 29 anos, predominantemente homens (76,4%). O acidente moto ciclístico foi responsável pela maioria das lesões, em 37,8% dos casos. O tratamento cirúrgico mais realizado foi o enxerto de pele (62,1% dos casos), seguido pelo retalho fascio-cutâneo (21,9%), o retalho muscular (12,6%) e o retalho microcirúrgico (3,4%). Seis meses após a conclusão do tratamento cirúrgico, 35,3% dos pacientes necessitavam de muletas para se locomover, caracterizando um atraso na recuperação funcional do membro que, no entanto, estava relacionado significativamente à presença de fratura, de fixador externo ou de exposição óssea no pré-operatório.
Conclusão:
o perfil do paciente com ferida complexa traumática de membros inferiores foi homem, vítima de acidente motociclístico e o enxerto foi o tratamento mais utilizado. O trauma ortopédico com fratura óssea, exposição óssea e a presença de fixador externo estiveram associados significativamente a um maior risco de prejuízo funcional do membro com necessidade de muletas para locomoção após seis meses de tratamento.
Descritores:
Extremidade Inferior; Ferimentos e Lesões; Retalhos Cirúrgicos; Cirurgia Plástica; Perfil de Saúde