RESUMO
Introdução:
o câncer da mama é o câncer de maior incidência no sexo feminino no Brasil, representando 29,7% de todos os cânceres. Mais de dois terços das mulheres com câncer da mama apresentam expressão para receptores hormonais, estando, nestes casos, indicada a terapia hormonal com tamoxifeno, que pode representar fator de risco para o desenvolvimento do câncer do endométrio (risco relativo quatro vezes maior).
Objetivo:
este trabalho teve como objetivo avaliar a associação entre o uso de tamoxifeno e o desenvolvimento de distúrbios endometriais bem como eventuais outros fatores associados.
Pacientes e método:
Estudo de coorte retrospectivo de 364 pacientes com câncer da mama, das quais 286 utilizaram tamoxifeno e 78 não utilizaram esta hormonioterapia.
Resultados:
pacientes que usaram tamoxifeno tiveram um seguimento médio de 51,42 meses, semelhante àquelas sem terapia hormonal (p=0,081). Um total de 21 (7,3%) mulheres que usaram tamofixeno e nenhuma mulher sem terapia hormonal apresentaram alterações endometriais durante o seguimento (p=0,01). Nas 270 mulheres que tinham informação sobre obesidade, esta se associou significantemente com o desenvolvimento de alterações endometriais (p=0,008). A associação entre tamofixeno e alterações endometriais permaneceu significante (p=0,039) após ajustar para interação com obesidade.
Conclusão:
o uso de tamoxifeno no tratamento do câncer da mama esteve associado ao maior risco para desenvolvimento de alterações endometriais especialmente quando associado à obesidade.
Palavras-chave:
Neoplasias da Mama; Tamoxifeno; Fatores de Risco; Doenças Uterinas; Obesidade