O câncer de colo uterino permanece o tumor ginecológico mais incidente no Brasil e em diversos países em desenvolvimento. As técnicas minimamente invasivas, principalmente a videolaparoscopia, têm sido progressivamente mais empregadas nestes tumores. Este artigo tem o objetivo de descrever as principais aplicações da videolaparoscopia no tratamento e no estadiamento do câncer de colo. Para os estádios iniciais, é possível oferecer a cirurgia preservadora de fertilidade, na forma de traquelectomia radical e, em protocolo de estudo, na cirurgia conservadora de função, evitando-se a parametrectomia e a morbidade associada. A histerectomia radical totalmente videolaparoscópica está adequadamente padronizada na literatura e tem a tendência de se tornar o padrão de tratamento nos casos iniciais, para pacientes com prole definida. Nos estádios avançados, a cirurgia minimamente invasiva pode oferecer a transposição ovariana, com intenção de evitar a castração actínica, sem prejudicar o tempo para o início do tratamento radioterápico e quimioterápico. A cirurgia laparoscópica estadiadora, incluindo linfadenectomia pélvica e paraórtica, tem sido alvo de estudos, uma vez que tem o potencial de modificar a extensão do tratamento radioterápico, na dependência da extensão da disseminação linfonodal.
Neoplasias do Colo; Laparoscopia; Estadiamento de Neoplasias; Terapêutica; Histerectomia; Excisão de Linfonodo